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Acompanhe ao vivo: Diálogos da Conservação sobre participação social nas Unidades de Conservação

13 de julho de 2020 Por Paula Piccin

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Na próxima terça-feira, 21 de julho, às 19h, a ESCAS/IPÊ – Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade promove uma nova edição dos Diálogos da Conservação. Desta vez, totalmente online, o tema será “Participação Social nas Unidades de Conservação da Natureza do Brasil”, reunindo representantes da sociedade civil, da iniciativa privada e comunidade tradicional. A transmissão será  no Canal do IPÊ no YouTube e na página oficial do Facebook. 

No bate-papo, os convidados vão trazer à tona de que forma as Unidades de Conservação (UCs) podem apoiar o desenvolvimento socioeconômico do país, os desafios e as experiências inspiradoras de gestão mais participativa, com todos os benefícios que caracterizam essa conquista. 

Inscreva-se no Canal do IPÊ no YouTube e ative o sininho para receber a notificação do início da transmissão. 

Durante a Live será possível conhecer a importância da participação efetiva das comunidades locais, Universidades e do cidadão comum – turista ou até o não turista – para o fortalecimento das Unidades de Conservação, incluindo aquelas localizadas em área urbana.  Afinal, como essa atitude tem o potencial de gerar benefícios, como geração de renda e desenvolvimento socioeconômico, que vão inclusive além dos limites de cada área protegida. Os convidados também vão conversar sobre os 20 anos do SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação (LEI 9.985/2000) celebrado em 18 de julho.

Participantes:

Fabiana Prado (IPÊ)
Coordenadora de projetos e articulação institucional do IPÊ, Fabiana participou da construção de projetos que preconizavam a participação social na gestão das UCs do Brasil, como o MPB – Monitoramento Participativo da Biodiversidade; o MOSUC – Motivação e Sucesso na Gestão de Unidades de Conservação Federais  e recentemente o LIRA – Legado Integrado da Região Amazônica, todos pelo IPÊ.

Angela Pellin (IPÊ)
Pesquisadora e coordenadora de projetos no IPÊ é autora de vários livros sobre Unidades de Conservação, entre eles o “Unidades de Conservação – Fatos e Personagens que fizeram a História das categorias de Manejo”. Atualmente coordena o MOSUC – Motivação e Sucesso na Gestão de Unidades de Conservação Federais e projetos sobre planos de manejo de Unidades de Conservação (UCs). 

Plinio Ribeiro (Biofílica/PARQUETUR)
Cofundador da PARQUETUR, empresa brasileira cuja atividade principal é a gestão e operação de parques e unidades de conservação da natureza. Por meio de um modelo de negócio mais eficiente, busca a melhoria da infraestrutura, do lazer e da prestação de serviços para o visitante destas áreas. Acredita em um modelo no qual a promoção do ecoturismo nas áreas protegidas gera recursos para a conservação e educação ambiental, além do crescimento sustentável do entorno. 

Edel Moraes
Mestra em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília (UNB/CDS), vice-presidente do Memorial Chico Mendes, pesquisadora do CAUIM – Grupo de estudos e Pesquisa junto com Povos, Comunidades e Territórios Tradicionais, ex-vice-Presidente do CNS – Conselho Nacional das Populações Extrativistas. 

 

 

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Sistema Nacional de Unidades de Conservação faz 20 anos. Por que isso é importante?

9 de julho de 2020 Por Paula Piccin

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O SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação completa 20 anos em julho. É uma lei bastante avançada em termos de proteção e integração dos nossos parques nacionais, estaduais e municipais, das reservas biológicas, das reservas particulares do patrimônio natural, entre outros tipos de Unidades de Conservação da natureza no Brasil. Saiba tudo aqui.

Com o SNUC, foi reforçada a importância da participação social na proteção desses ambientes tão importantes para todos nós. Afinal, é possível mantermos uma convivência harmônica com as áreas naturais, sejam elas em ambientes naturais isolados, sejam elas em ambientes urbanos ou ainda utilizando seus recursos com finalidade econômica e de geração de recursos, mas de uma maneira sustentável.

A sociedade tem papel fundamental no estabelecimento e na manutenção dessas áreas. Comunidades que vivem próximas a essas áreas, turistas, voluntários, gestores, empresas, universidades e organizações da sociedade civil, quando engajadas, têm o poder de ajudar no desenvolvimento dessas áreas que são nosso bem comum. Afinal essas áreas pertencem a todos nós!

As Unidades de Conservação da Natureza, no Brasil, são as melhores estratégias de conservar nossas riquezas naturais e socioculturais – são áreas que muitas vezes guardam espécies de fauna e flora raras, salvando-as do desaparecimento; áreas com ativos econômicos importantes para a sobrevivência de comunidades, que nos proporcionam um ambiente equilibrado em termos de saúde, clima, alimentos, água e muitos outros serviços da natureza.

10 dicas sobre como apoiar nossas Unidades de Conservação

 

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10 formas de apoiar as Unidades de Conservação da Natureza no Brasil

9 de julho de 2020 Por Paula Piccin

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Muita gente entende e reconhece o valor associado às Unidades de Conservação da natureza, mas tem dúvida sobre como poderia contribuir para isso. Então preparamos para você uma lista com 10 formas de apoiá-las e contribuir para o fortalecimento desse imenso patrimônio que é de todos nós. Algumas são muito simples!

1. Visite um Parque ou outra Unidade de Conservação

O primeiro passo para você se envolver e se apaixonar por essas áreas é super simples. Visite e conheça essas áreas. Algumas delas guardam as maiores belezas do nosso país e estão em lugares mais distantes, mas outras podem estar bem pertinho de você. Existem vários parques, inclusive, que estão localizados em áreas urbanas.

2. Se engaje em movimentos de valorização dessas áreas

Existem muitas instituições e movimentos que desenvolvem ações de valorização das Unidades de Conservação. Participe deles! Quanto maior a participação mais claro será para todos que essas áreas são importantes para a sociedade e que queremos que sejam bem cuidadas e possam cumprir seus objetivos.

Alguns exemplos:

– O movimento Um dia no Parque: https://umdianoparque.net/

– O movimento da Rede Brasileira de Trilhas: https://www.facebook.com/sistemabrasileirodetrilhas/

– O movimento Criança e Natureza: https://criancaenatureza.org.br/

– O movimento Seja um Voluntário do ICMBio: https://www.icmbio.gov.br/portal/sejaumvoluntario


3. Divulgue nossos Parques e outras Unidades de Conservação

Sabe aquela foto e aquele vídeo lindo que você fez quando visitou um Parque ou outra unidade de conservação? Divulgue e convide a todos para conhecer também. Conte sua experiência! Muitas pessoas não sabem que essas áreas existem e que estão abertas para recebê-los.

4. Seja um voluntário

Muitas das instituições que cuidam das unidades de conversação no Brasil hoje tem programas de voluntariado. Você pode se inscrever e ter a oportunidade de conhecer bem de pertinho essas áreas e os profissionais que atuam com elas. Dessa forma, contribui com uma boa causa e de quebra ainda pode realizar várias atividades em áreas naturais. Para os estudantes pode ser uma forma de ganhar experiência profissional, para a terceira idade pode ser uma forma de fazer novos amigos e integração e muitos profissionais podem apoiar com seus conhecimentos, fazendo a diferença para a gestão dessas áreas. Temos exemplos como o Programa de Voluntariado do ICMBio, apoiado pelo IPÊ (https://www.icmbio.gov.br/portal/sejaumvoluntario) – Foto: ICMBio.

5. Participe e contribua com as consultas públicas para a criação dessas áreas

As consultas públicas prévias a criação de novas unidades de conservação são estratégias de promover maior participação da sociedade na discussão sobre a localização, limites e categoria das novas áreas que serão criadas. Fique atento e não deixe de participar! É uma oportunidade importante de entender melhor os projetos do poder público federal, estadual e municipal e de contribuir com sua opinião.

6. Participe das reuniões de conselho

As unidades de conservação possuem um conselho com representantes de diversos setores da sociedade que serve para apoiar na sua gestão, discutir desafios e novos projetos e ampliar a participação das populações nessas áreas. Você sabia que todas as reuniões realizadas pelos conselhos são públicas? Informe-se sobre o calendário e participe de uma reunião. Quem sabe você acaba se interessando por acompanhar mais o que está sendo feito e descobre como levar novas demandas ou como ajudar.

7. Defenda essas áreas

Pode parecer mentira, mas mesmo com toda a contribuição que essas áreas dão para a sociedade, existem várias iniciativas para desmatar, degradar seus recursos, reduzir sua área, diminuir o número de funcionários e os recursos financeiros dedicados a elas. Isso acontece porque algumas pessoas estão pensando apenas nos ganhos individuais que podem ter com isso, sem considerar o grande prejuízo para toda a sociedade. O patrimônio natural tem que ser cuidado e mantido para todos! Então não fique calado, quando perceber que isso está acontecendo: denuncie. Você também pode entrar em contato com vereadores, deputados, ministério público e com os órgãos gestores dessas áreas e cobrar deles que essas áreas recebam a atenção e o investimento que merecem.

8. Apoie pesquisas nessas áreas

Se você é um professor ou estudante e está procurando um tema de pesquisa, está aí a solução. Essas áreas são verdadeiros laboratórios onde podem ser realizadas pesquisas de muitos temas! Sobre fauna, flora, aspectos sociais, cultura, administração e manejo, tecnologias e muitas outras! Entre em contato com os responsáveis pelas áreas e descubra quais os principais desafios que elas enfrentam! Sua pesquisa pode ajudar a resolver. Que grande contribuição, hein?!

9.Apoie a educação ambiental

Se você é professor e gostaria de ter algumas experiências na natureza com seus alunos essas áreas são perfeitas. Faça contatos com os responsáveis e se informe sobre as normas de visitação e agendamento. Você pode se surpreender com o que muitas dessas áreas oferecem e os alunos poderão ter uma experiência inesquecível.

10. Faça doações

Todos já sabemos da importância dessas áreas para a sociedade, mas infelizmente muitas delas passam por dificuldades financeiras e poderiam fazer muito mais se contasse com mais recursos para sua proteção, manejo dos recursos, pesquisa, educação ambiental e visitação. Você pode entrar em contato com os responsáveis por essas áreas e descobrir se elas contam com mecanismos para receber doações ou parcerias com instituições sem fins lucrativos que apoiam essas áreas. O IPÊ é um exemplo. Temos atuado com pesquisa, educação ambiental, envolvimento de comunidades locais na gestão, voluntariado, monitoramento participativo e várias outras iniciativas nas UCs. Doe aqui.

 

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Coordenador de projetos fala sobre Sistemas Agroflorestais em Congresso Online de Agroflorestas

1 de julho de 2020 Por Paula Piccin

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Com o tema “Sistemas Agroflorestais Desafios e oportunidades para promoção e o desenvolvimento da Agricultura Sustentável”, Haroldo Borges Gomes, coordenador de projetos do IPÊ, compartilhará a experiência dos Sistemas Agroflorestais (SAFs), no Pontal do Paranapanema (SP), no 3º Congresso Internacional Online de Agroflorestas Biodiversas (Safweb).

O evento acontece de 03 a 08 de agosto. A estreia da apresentação por video será dia 07 de agosto, às 19h, no site www.safweb.com.br.  

Mais de 20 anos de experiência prática 

O pesquisador destaca que, desde o início, a implementação dos SAFs no Pontal do Paranapanema, Oeste do Estado de São Paulo, foi realizada pelo IPÊ em parceria com os assentados rurais e pequenos produtores. “Esse grupo passou a cultivar alimentos 100% livres de adubos químicos, o que garante mais segurança para os produtores, em dois momentos – durante os cuidados com os cultivos e no consumo. Vou mostrar os resultados que conseguimos sem o uso de adubos químicos”. 

Haroldo ressalta que um dos principais aprendizados dos SAFs se refere ao espaçamento entre as espécies no plantio. “Em consórcio com a floresta são cerca de 2 a 4 mil mudas de café por hectare. Além disso, junto com as árvores, os plantios funcionam como área segura de passagem para a fauna, o que ainda agrega valor ao produto A presença das árvores neste sistema torna o café menos suscetível à geada, e às pragas, que representam risco para a produção”, comenta.

O maior volume de café produzido nos SAFs na região do Pontal Paranapanema tem hoje como principal mercado pequenos comércios na cidade de São Paulo. Na experiência do IPÊ, o SAF está integrado ao projeto Corredores da Mata Atlântica, com grande impacto para a proteção da biodiversidade no bioma.

Ampliar a variedade de alimentos

Além dos benefícios socioeconômicos, os SAFs diversificam a alimentação das famílias, o que tem um peso ainda maior para os pequenos agricultores.  A variedade de espécies – característica dos SAFs – contribui também com a segurança alimentar dos agricultores. O Projeto Café com Floresta – realizado desde 2001 – une o café (Coffea arabica L.) a cultivos como feijão, milho, mandioca, abóbora, batata doce, tomatinho, quiabo e espécies de árvores nativas da Mata Atlântica. 

Diversificar fonte de renda  

Para Haroldo, um desafio repleto de oportunidade é a questão da escala na agricultura familiar. “O alinhamento entre os pequenos produtores sobre quais alimentos serão cultivados, em especial quanto à principal produção dos SAFs é essencial. No caso, dos SAFs do Pontal é o café. Esse combinado entre os produtores para que todos façam a mesma escolha sobre um cultivo é o caminho mais rápido para que os pequenos produtores consigam volume na produção e acessem maiores mercados. O volume para a comercialização é importante e na maioria das vezes decisivo”. 

Serviço
3º Congresso Internacional Online de Agroflorestas Biodiversas (3º Safweb)
Inscrição:  www.safweb.com.br
De 03 a 08 de agosto

Palestra: Sistemas Agroflorestais Desafios e oportunidades para promoção e o desenvolvimento da Agricultura Sustentável –  em 07 de agosto, às 19:00.
Investimento para o evento : R$ 39,00 à vista ou 8 parcelas de R$ 5,54

As apresentações ficarão disponíveis no site após evento para os inscritos.

 

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Jogos como ferramentas de envolvimento e educação ambiental

22 de junho de 2020 Por Paula Piccin

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Jogar é divertido, sai da rotina e pode ser educativo. Não só porque passa conhecimentos, mas envolve as pessoas por meio de valores, crenças, sugestões e possíveis caminhos que o participante reflete se quer ou não seguir. A ferramenta é uma forma perfeita para atrair os mais variados públicos para disseminar os temas da conservação da biodiversidade, entre eles, a proteção da fauna.

Muitos autores mencionam a motivação intrínseca que os jogos geram no aprendizado. Brincar e aprender são ações intimamente relacionadas e essa complementação fica ainda mais favorável porque o jogo propicia um ambiente descontraído, que atrai ainda mais o participante.

Mas o ponto forte está em como, através de uma ferramenta lúdica, consegue-se ensinar um conteúdo educacional muitas vezes denso e abstrato, além de fazê-lo simples, divertido e sobretudo atrativo. Dessa maneira, o jogador pode se sentir à vontade com o processo de aprendizagem, já que dispõe de um espaço amigável para desinibir-se e expressar-se com naturalidade e sem medo. Essa condição permite maior abertura ao tema oferecido e também facilita relacioná-lo com a realidade. Os jogos muitas vezes requerem que o participante se envolva profundamente, o que ativa mecanismos de aprendizagem nem sempre possíveis nas formas tradicionais de ensino.

Com o crescente uso de tecnologia, os jogos têm a tendência de serem cada vez mais utilizados pelo seu fácil acesso. Diversas instituições educativas e mesmo empresariais estão à procura de novos caminhos para contrapor o sistema formal de ensino ou novas práticas profissionais que atinjam resultados duradouros e significativos. Esse processo não se dá somente com alunos infanto-juvenis, mas também com adultos.

Essas foram as premissas que o IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas utilizou para desenhar dois jogos, cada um com propósitos próprios. O primeiro, ProvocAção, foi elaborado por alunos de mestrado da escola do IPÊ, a Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade (Escas), em 2014, com o propósito de levantar questões relacionadas à conservação da água do reservatório Atibainha, que é parte do Sistema Cantareira, onde a instituição está sediada. A importância do Cantareira é inegável, já que fornece água para São Paulo capital e muitas cidades da região metropolitana, e o IPÊ estava na época desenvolvendo o projeto Água Boa, com forte componente educacional.

O segundo jogo foi desenhado para estimular reflexões sobre sustentabilidade nos meios empresariais e recebeu o nome Sustentabilidade em Jogo: soluções para organizações e seus desafios na sustentabilidade. Neste, os participantes se debruçam em temas relacionados à sustentabilidade por horas a fio e fazem relações com as atividades e o dia a dia do ambiente de trabalho.

ProvocAção
Informações científicas e a participação dos cidadãos são fundamentais em projetos que lidam com situações complexas como a conservação de água, que envolve muita gente e áreas diferentes de conhecimento e ação. O objetivo foi difundir saberes e práticas para a proteção dos recursos hídricos, capacitando e incentivando o exercício de uma cidadania responsável, com vistas a atingir transformações socioambientais.

O Projeto Água Boa elaborou uma cartilha que aponta que “uma visão integrada dos recursos hídricos deve contemplar temas como o abastecimento de água tratada, a coleta e tratamento do esgoto, o sistema de coleta de lixo e as formas de ocupação das áreas de risco, ao longo dos córregos, associada à supressão das matas ciliares”. Sobretudo, se preocupou em como esses temas são interligados e como afetam a qualidade de vida e a sustentabilidade da vida urbana.

O material apresenta indicadores (majoritariamente quantitativos) que mostram, através de medidas, as condições atuais dos quatro temas para monitorar e reportar os avanços ou recuos da cidade na direção da sustentabilidade. Além disso, fornece sugestões e iniciativas concretas para minimizar ou solucionar os problemas identificados. 

Os temas apresentam informações importantes de serem disseminadas, assim como questões provocativas. Muita pesquisa foi feita sobre cada um dos assuntos tratados e um jogo de cartas e dois tabuleiros acabou sendo a estratégia escolhida para repassar os conteúdos. As cartas são compostas de informações e perguntas direcionadas a alunos de todas as idades, da pré-escola (com ajuda de adultos), educação básica e até ensino médio, professores e membros da comunidade em geral. Todo o material foi elaborado pelos mestrandos da Escas e sua equipe acadêmica, com a colaboração dos professores da rede escolar.

A Secretaria de Educação aprovou o projeto, que foi inclusive mostrado a vereadores da região de Nazaré Paulista, local onde o trabalho foi realizado. Atingiu quase dois mil alunos e mais de cem professores e os resultados foram posteriormente avaliados indicando um sucesso significativo.

ProvocAção foi desenhado para que os usuários pudessem conhecer o que está acontecendo em Nazaré Paulista nas temáticas ambientais (água, lixo, esgoto e florestas urbanas), mas de forma integrada. Verificou-se que o jogo estimula o pensamento crítico e o exercício de cidadania, pois muitos passaram a refletir e agir para modificar suas condutas pessoais em relação às práticas socioambientais.

Sustentabilidade em Jogo: soluções para organizações e seus desafios na sustentabilidade

Comunicar sustentabilidade com todos os seus conceitos e valores, não é tarefa simples. O tema está cercado por uma série de jargões e teorias que, muitas vezes, ainda não conseguem dialogar com a prática diária das pessoas, seja em âmbito pessoal ou profissional. Em organizações, não é raro que, embora seus setores produtivos estejam engajados e já desenvolvendo projetos com olhar para a sustentabilidade, os demais colaboradores ou parceiros ainda não tenham internalizado tais práticas ou compreendam seu valor.

A ferramenta Sustentabilidade em Jogo foi idealizada pelo professor da Escas Marcos Ortiz. É um jogo de tabuleiro e cartas que tem a proposta de debater os assuntos mais importantes relacionados à sustentabilidade, analisando percepções e promovendo reflexões sobre o tema de maneira agradável e lúdica, de modo a facilitar o aprendizado e a retenção do conhecimento. Dentro do contexto inserido na realidade dos participantes, o jogo leva as pessoas a entenderem a importância da vida, gente, bicho e planta, mesmo que estejam distantes das grandes áreas florestais que abrigam espécies ameaçadas. Há incentivos, por exemplo, para que elas descubram animais também no ambiente urbano, além de tratar da complexidade dos temas que o termo representa.

A proposta é mobilizar a participação, desenvolvendo um senso de colaboração entre os jogadores para a compreensão e superação de obstáculos na implementação da sustentabilidade nos ambientes de trabalho e práticas diárias. O ponto alto do jogo são os momentos de desafios, quando as equipes buscam estratégias conjuntas para a resolução de problemas reais enfrentados pelas organizações e seus profissionais.

A iniciativa já foi aplicada a profissionais de organizações como bancos e cadeias de lojistas variados e teve boa acolhida, inclusive a repetição com equipes diferentes da mesma empresa.

Os resultados indicam maior interesse e disposição em adotar posturas e resolver problemas identificados dentro das instituições. O fato de haver chamadas posteriores para que seja aplicado a outras equipes mostra interesse e a possibilidade de um número maior de funcionários serem atingidos.

Considerações adicionais

Os jogos, sem dúvida, são ferramentas eficazes de aprendizado e de envolvimento dos participantes. Muitas vezes os temas são novos e complexos para aquele público e, por isso, ajudam na compreensão de forma lúdica e divertida.

No campo da educação ambiental, o jogo engloba todas as características que compõem seus objetivos, ou seja, ajudam a aumentar conhecimentos, revisar valores e exercitar reflexões que levem a escolhas conscientes, além de incentivar a participação em ações que transformam realidades.

Um dos pontos relevantes a ser lembrado é o valor da avaliação durante e depois dos jogos serem elaborados. O educador ou quem crie um jogo pode achar que a ferramenta é eficaz, mas não percebe nuances a serem melhoradas. Por isso, recomenda-se que além de questionários de avaliação, por exemplo, a observação seja feita atentamente para se monitorar o grau de interesse ou não em participar de cada etapa e quais os temas que são mais ou menos estimulantes. Além disso, a avaliação evita desperdício de tempo, recursos e energia, pois só se deve imprimir uma versão final do jogo e do material didático quando há indicações de que os objetivos estão sendo atingidos.

Os dois jogos do IPÊ aqui mencionados foram avaliados durante sua elaboração e mostraram que os participantes perceberam relevância nos temas propostos, inclusive indicando interesse na fauna brasileira. Jogos específicos direcionados a uma espécie ou a muitas podem contribuir para sua proteção, reafirmando a importância de cada ser na cadeia de vida do planeta. Esses são exemplos que ajudam a inspirar o desenvolvimento de estratégias que mais parecem brincadeiras, mas que são úteis na transmissão e absorção de conhecimentos que levem a posturas de valorização da vida e de como se envolver na resolução de problemas para melhor protegê-la.

 

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IPÊ e Cinecultura promovem contação de histórias online sobre bichos da Amazônia

22 de junho de 2020 Por Paula Piccin

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Crianças e pais têm encontro marcado no próximo sábado, 27 de junho, às 15h, na Live Contação de Histórias, com base no livro “Brasileirinhos da Amazônia”. O evento online vai divertir e levar informação às crianças sobre os tesouros vivos da maior floresta tropical em extensão do mundo. A obra de Lalau e Laurabeatriz, publicada pela Companhia das Letrinhas, será contada por Kelly Orasi, do @conteboashistorias, no canal do Cinecultura https://www.youtube.com/cinecultura.

Essa é uma iniciativa do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, ONG que atua há mais de 28 anos pela conservação da biodiversidade brasileira. A parceria do Instituto com o Cinecultura é uma forma de popularizar ainda mais o tema entre o público amante da cultura, que já acompanha o canal, e levar uma atividade diferente para aqueles que já conhecem o trabalho do Instituto.

Além da história, quem assistir poderá conhecer um pouco mais do IPÊ e seus trabalhos, além de conferir também um bate-papo com um dos autores do livro, o poeta Lalau.

A Floresta Amazônica guarda entre suas árvores a maior reserva de biodiversidade do planeta. São incontáveis plantas, insetos e animais que vivem e mantêm viva a nossa grande floresta, do cachorro-do-mato-vinagre ao besouro-hércules. A contação de histórias ao vivo é indicada para crianças a partir de 4 anos.

Para não esquecer, inscreva-se no canal: https://www.youtube.com/cinecultura

DIA 27 DE JUNHO
SÁBADO!
15H00

 

 

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Plante árvores com as suas buscas na internet sem gastar nada

8 de junho de 2020 Por Paula Piccin

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De onde estiver, você pode contribuir com o plantio de árvores em áreas estratégicas de países em desenvolvimento, beneficiando a conservação da biodiversidade, as comunidades locais, o planeta e você mesmo. Isso tudo sem gastar nada! Apenas optando pelo Ecosia quando fizer buscas na internet: www.ecosia.com

Pesquisas dos usuários do Ecosia, mecanismo de pesquisa na internet desenvolvido como negócio social, já financiaram o plantio de 400 mil mudas nativas da Mata Atlântica no maior corredor reflorestado do Brasil, no Pontal do Paranapanema (São Paulo), o que representa uma área maior do que 250 hectares, ou 250 campos de futebol. 

O corredor está entre os destaques do IPÊ, dos tantos parceiros, apoiadores e financiadores que tornaram possível esse sonho. Em 2019, a Ecosia com sede em Berlim (Alemanha), também passou a fazer parte dessa história. E essa pode ser também a sua escolha! 

Pesquisa segura e com impacto socioambiental

A empresa reforça na página oficial que o foco do negócio social está no plantio de árvores e por isso não salva as pesquisas dos usuários, não rastreia os sites visitados, não vende os dados dos usuários para anunciantes e todas as pesquisas são criptografadas.

Pieter Van Midwoud, responsável pelos projetos apoiados pela Ecosia, visitou o Pontal do Paranapanema para conhecer de perto o projeto que conecta dois importantes fragmentos florestais: o Parque Estadual Morro do Diabo com a Estação Ecológica Mico-leão-preto.

“Eles estão desenvolvendo um Mapa de Sonhos de como eles querem essa área que concilia restauração florestal com a produção de agricultores. Isso é realmente uma forte visão e eu estou feliz de estarmos trabalhando juntos aqui, plantando as primeiras 400 mil árvores, mas quem sabe o que nós iremos fazer no futuro”. O plantio de árvores está no propósito da empresa – desde a fundação há 10 anos – como forma de contribuir com as florestas, o empoderamento das comunidades e o planeta. Os resultados obtidos com o Corredor beneficiam também a fauna local que inclui onças-pintadas, jaguatiricas e o mico-leão-preto. 

Na região do Pontal do Paranapanema, um hectare de floresta restaurada neutraliza aproximadamente 96 toneladas de carbono ou 340 toneladas de equivalente CO2. Isso significa que as 400 mil mudas da Ecosia vão neutralizar aproximadamente 19.200 toneladas de carbono ou 68.000 toneladas de equivalente CO2. 

Nos projetos do IPÊ, o alinhamento entre conservação ambiental e desenvolvimento social é uma constante. Diretamente, 35 famílias e 163 pessoas receberam treinamento em produção de mudas e prática de restauração florestal. O apoio da Ecosia representou ganho extra às 153 pessoas que produzem as mudas nos oito viveiros comunitários e também aquelas que plantam e acompanham o desenvolvimento das mudas durante três anos, até que as mudas tenham condição de enfrentar por conta própria as adversidades.

“Muito obrigado à Ecosia que está nos ajudando a consolidar uma parte do nosso mapa dos sonhos para concluirmos a principal conexão entre duas áreas remanescentes de oeste da Mata Atlântica”, afirma Laury Cullen Júnior, pesquisador do IPÊ e coordenador do projeto Corredores da Mata Atlântica. 

Confira o vídeo produzido pela Ecosia, que mostra alguns dos projetos apoiados pela empresa em todo o mundo, incluindo o projeto do IPÊ. 
https://youtu.be/MpAWfmOkuWg

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Profissional do IPÊ é finalista na 2ª Edição do Prêmio MapBiomas

8 de junho de 2020 Por Paula Piccin

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O técnico de sistema de informações geográficas (SIG), Henrique Shirai, do IPÊ, está entre os sete finalistas da 2ª Edição do Prêmio MapBiomas, na categoria Geral, com o trabalho Dinâmica da conectividade da paisagem na Mata Atlântica. O produto foi apresentado como conclusão do Mestrado Profissional em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável, da ESCAS – Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade/IPÊ, em 2019.  O resultado do prêmio será divulgado em breve.

O Prêmio MapBiomas tem como objetivo premiar e estimular trabalhos que tenham contribuído para a produção de conhecimento sobre mudanças de cobertura e uso do solo no Brasil. Na pesquisa, Henrique avalia a evolução do estado de conectividade das paisagens da Mata Atlântica, identifica prioridades de restauração, compara as mudanças ocorridas após os intervalos de tempo, caracteriza a configuração da conectividade da paisagem e identifica tendências de incremento e decréscimo de conectividade.

“Através do cálculo do Índice Integral de Conectividade (IIC) para os fragmentos dos anos de 1987, 1997, 2007 e 2017, caracterizei a conectividade da paisagem do bioma, identificando áreas importantes para a restauração da conectividade, áreas fundamentais para sua manutenção e tendências nas suas fitofisionomias. Esse estudo mostrou uma análise capaz de nortear intervenções necessárias não apenas para a conservação da biodiversidade, mas fundamentais também para a sustentabilidade das sociedades humanas.”, explica Shirai.  

A partir da análise da configuração atual da conectividade da paisagem, Shirai identificou cinco áreas que devem ser consideradas como prioridades nas ações de restauração:
1. Região da Serra do Mar e Floresta de Araucária
2. Região das Florestas Costeiras da Bahia
3. Região das Florestas Costeiras nos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro e Florestas de Interior de Minas Gerais
4. Região das Florestas Costeiras de Pernambuco
5. Região das Florestas do Alto Paraná.

O estudo reforça que apesar das leis de proteção, o desmatamento continua acontecendo. Diante desse cenário, Shirai traz à tona a importância de estratégias com potencial de somar esforços para a conservação e restauração da Mata Atlântica, como a maior participação da sociedade civil, a criação de mercados e formas produtivas mais sustentáveis e o desenvolvimento de mecanismos de incentivos viáveis a preservação. Shirai pontua como exemplo o sucesso de casos em que a integração econômica e ambiental de agricultura agroflorestal e instrumentos de pagamentos por serviços ambientais resultaram em melhora na conservação.  

Confira aqui o trabalho 

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Ajude as nossas florestas no Dia Mundial do Meio Ambiente

5 de junho de 2020 Por Paula Piccin

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Mesmo em meio à crise de saúde que vivemos, a degradação ambiental ganhou velocidade e o desmatamento continua em ritmo assustador. Apenas nos 3 primeiros meses do ano, tivemos um aumento de 51% no desmatamento da Amazônia. Outros biomas também sofrem com a degradação, como a Mata Atlântica e o Cerrado.

Precisamos estar alertas e as Organizações da Sociedade Civil têm um papel fundamental no monitoramento e na restauração dos estragos já causados pelas ações humanas.

Nós, do IPÊ, trabalhamos com pesquisas científicas, que nos dão a base para conservar animais ameaçados de extinção, restaurar paisagens, levar educação ambiental e capacitação às pessoas e também proporcionar novas formas de integração entre o homem e a natureza.

Para isso, contamos com apoio de parceiros e pessoas como você! 

Especialmente hoje, no DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE,  faça sua doação e mostre seu apoio à vida das nossas florestas!

 

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Os micos como nossos professores – Artigo de Suzana Padua

18 de maio de 2020 Por Paula Piccin

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Publicado originalmente em Fauna News. 

Por Suzana Padua 

Descobrimos, logo cedo, que trabalhar com conservação não é assunto simples. O IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas teve início a partir de um projeto do Claudio Padua, que visava salvar o mico-leão-preto, na época, meados de 1980, listado como uma das dez espécies mais ameaçadas do mundo. O mico era tema de seu doutorado, mas desde o início o Claudio teve estagiários como parte da equipe (muitos conosco até hoje), formando uma rede de profissionais que complementam frentes de trabalho diferentes. Essa interdisciplinaridade tornou-se uma das lições que aprendemos, pois nos deparamos com realidades complexas e nada lineares, e a formação diferenciada fez e faz toda a diferença. 

Claudio vinha de um mundo de negócios, formado em administração de empresas. Infeliz com esse campo, tomou coragem de seguir sua paixão e trabalhar com a natureza, conhecendo para protegê-la. Quis o destino que encontrasse alguns guias em sua vida, entre eles Adelmar Coimbra Filho e Russell Mittermeier, ambos primatólogos, que o levaram para somar à equipe do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro, especializado em primatas ameaçados.  Esse foi um momento decisivo que levou o Claudio e a mim, de carona, a se interessar pelo mico-leão-preto, que vive no oeste do estado de São Paulo, região conhecida como Pontal do Paranapanema, e estava para perder habitat com a construção de hidrelétricas. 

Eu era designer, acostumada com uma vida quadrada no Rio de Janeiro e as mudanças na nossa vida familiar foram severas. Mas minha ida para o Pontal, mais precisamente para morar no Parque Estadual do Morro do Diabo (gerido hoje pela Fundação Florestal do Estado de São Paulo), também provocou transformações inesperadas. Um choque no início, mas uma tristeza quando deixamos a região três anos e meio depois. 

Comecei a trabalhar com educação ambiental, uma vez que percebi que a população local não conhecia o parque, o mico e toda a riqueza que havia nas florestas que restavam na região, bem ali ao lado delas. Apaixonei-me por esse campo de trabalho, pois mais e mais convencia-me de sua importância. A razão é simples: conservação só precisa acontecer porque nós humanos destruímos a natureza de maneira inescrupulosa, gananciosa, sem limites. Sendo assim, ou a gente muda a forma de a humanidade perceber a natureza para valorizá-la e se integrar a ela, ou dificilmente vai restar algo de natural no planeta. A educação ambiental visa esse despertar e o acirrar de um novo olhar de celebração pelo mundo natural do qual fazemos parte. Essa foi outra lição dos micos – integrar o ecológico ao humano, formando, de fato, o socioambiental. 
 

Esse aspecto fazia mais sentido ainda no pontal, segunda região mais pobre do estado de São Paulo. Os assentados do Movimento dos Sem Terra chegavam aos milhares e com eles muitas necessidades se evidenciaram. Como captar recursos para proteger o mico-leão-preto, mas não prestar atenção às necessidades humanas tão prementes? 

Começamos a desenvolver alternativas sustentáveis de renda para os pequenos sitiantes, como viveiros de árvores nativas, artesanatos com foco nas espécies locais e outros produtos que podiam proteger a natureza com enriquecimentos ambientais e melhoria da vida humana. Deu certo. Chegamos a trabalhar com mais de 400 famílias de assentados e a “esverdear” a região. Lição também aprendida ao proteger o mico.

Como “esverdear” e enriquecer os fragmentos de mata que ainda restavam? Nossa equipe começou a se preocupar com a paisagem como um todo e a elaborar o que ficou conhecido como “Mapa dos Sonhos”, que nada mais é do que um planejamento de toda a região, apontando áreas prioritárias para a conservação e comunidades que devem ser convidadas e se integrar em determinadas frentes.  São várias as formas de plantio que advêm dessa iniciativa, como faixas de matas plantadas para proteger os fragmentos, evitando perdas decorrentes do efeito de borda, projeto chamado de “Abraço Verde”,  ou corredores de matas que juntam um fragmento a outro (o IPÊ plantou o maior corredor de floresta Atlântica, integrando duas áreas protegidas – mais de 2,8 milhões de árvores plantadas).

Outra forma são os pequenos bosques agroflorestais, onde árvores nativas são plantadas junto com espécies que visam melhorar a alimentação e a renda das famílias que ali residem e que se aventuraram a experimentar algo novo em suas propriedades, como o café agroflorestal. Esses pequenos bosques ajudam também na conectividade e servem de trampolins de apoio para aves e insetos que contribuem espalhando mais sementes no “esverdeamento” da região (também chamado de stepping stones).  Cada uma dessas etapas teve e tem inúmeros aprendizados valiosos para o bom andamento do trabalho como um todo.

O social sempre esteve associado ao ambiental – inseparavelmente – nessas inúmeras frentes da conservação do mico e de seus habitat. Por exemplo, a participação nas decisões conta com reuniões que chamamos de “Eco-Negociação: um Pontal bom para todos”, com a presença de muitos segmentos da sociedade que servem para nivelar conhecimentos e encorajar o envolvimento das pessoas na resolução de questões ou problemas que dizem respeito à coletividade. Com isso, o meio ambiente passou a fazer parte da vida das pessoas, como o parque, uma riqueza que merece empenho na sua proteção, e o mico, um símbolo de orgulho regional, estampado, inclusive, em pontos comerciais da região como hotéis, restaurantes e lojas comerciais – algo impensável lá nos anos 80 quando ali chegamos. Vejo na prática que é possível transformar realidades se os propósitos são coletivos, também uma lição aprendida que tem feito diferença.  

Agora, os corredores de matas vêm sendo estudados para se saber quais os animais que se beneficiam e quais ainda não se atrevem a percorrê-los. Por exemplo, o mico-leão-preto depende de ocos para passarem a noite com segurança. Ora, as árvores são novas e ainda não os têm. Com isso, a pesquisadora que coordena o programa atualmente, vem experimentando usar caixas de madeira e monitorar se elas são aceitas ou não. Como não estavam sendo visitadas, tem feito uma experiência interessante e inovadora, que é esfregar algo com o odor dos micos nas caixas para atraí-los. E parece estar dando certo! Outra lição que pode trazer luz no fim do túnel (no caso, para o fim das caixas).

Mais uma lição que aprendemos com o tempo é a importância de influenciarmos políticas públicas. Por exemplo, levou sete anos para que uma nova área protegida fosse criada, a Estação Ecológica Mico-Leão-Preto, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Foram muitas etapas e o envolvimento de pessoas chave que se encantaram com a ideia a ponto de a levarem adiante. O IPÊ serviu o tempo todo como fornecedor de informações consistentes que pudessem respaldar a decisão. Outra política pública foi regional, quando a Secretaria de Educação do Pontal adotou educação ambiental como campo de ensino integrado ao currículo escolar.

Em resumo
As lições aprendidas descritas acima incluem:

– educação é importante em todos os níveis de qualquer trabalho em conservação. No IPÊ tendo iniciado internamente com a equipe que formaria a própria instituição e depois se expandido para a formação de uma escola, a ESCAS, que oferece cursos curtos em temas diferentes, mestrado e MBA em sustentabilidade empresarial;

– ciência serve de base para todos os trabalhos, sejam no campo ambiental como no social, de maneira a se errar menos e se buscar caminhos mais assertivos;

-interdisciplinaridade é chave, pois a complexidade dos temas a serem tratados é vasta;

-o social precisa ser tratado integradamente com o ambiental, um complementando o outro;

– a natureza precisa ser vista com orgulho e merecedora de atenção e empenho em sua proteção e um planejamento regional pode contribuir para essa integração;

– os habitat naturais precisam ser enriquecidos, interligados e protegidos de diversas maneiras;

– as políticas públicas podem ajudar sobremaneira a dar escala a projetos isolados.

Essas etapas compõem o Modelo IPÊ de Conservação e o exemplo aqui exposto diz respeito ao Pontal do Paranapanema, nosso maior laboratório de aprendizado. Mas, o IPÊ hoje está presente em outros biomas e com iniciativas diferentes dessa. A aqui descrita é cara a quem faz parte da equipe do IPÊ por algum tempo, pois foi onde iniciamos, ainda sem que a instituição existisse, o que só veio a acontecer anos depois, em 1992. São muitas as lições aprendidas e o que não foi bem-sucedido mereceria ser listado, pois muitas vezes ensinam mais do que as experiências de sucesso. Mas, só para mencionar um exemplo ligado ao próprio mico, a espécie deixou de ser listada como “criticamente ameaçada”, passando a “ameaçada” na Lista Vermelha de espécies da IUCN, apesar das crescentes pressões sobre os ambientes naturais, comuns em toda parte do Brasil e do mundo.

Esse resumo foi descrito com a ajuda de imagens no XVIII Congresso Brasileiro de Primatologia, que aconteceu em novembro de 2019, em Teresópolis (RJ), quando fui convidada a proferir palestra. Foi aí que percebi que foram os micos nossos maiores professores, pois foi a vontade de os proteger que nos levou a ousarmos responder às necessidades que emergiram com o correr do tempo. E, claro, tudo isso só foi possível porque contamos com uma equipe forte, comprometida, apaixonada e incansável, cada um dando o seu melhor em todas as diferentes frentes aqui mencionadas. Trata-se, verdadeiramente, de um exemplo em que a união, ou a integração, tem força e traz resultados.

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