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Mês: novembro 2020

Hoje é DIA DE DOAR!

30 de novembro de 2020 Por Paula Piccin

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Hoje, dia 1º de dezembro, terça-feira, o Brasil inteiro vai se mobilizar pelo Dia de Doar.

Doe você também para o IPÊ:

Eu quero salvar as florestas do Brasil!

O Dia de Doar é um grande movimento para promover a doação no Brasil. É uma mobilização que promove um país mais generoso e solidário, por meio da conexão de pessoas com causas. E faz isso celebrando o prazer que é doar, e o hábito de doar o tempo todo.

Como é um movimento, não é centralizado. Quem faz o Dia de Doar acontecer é quem está do outro lado da ação – seja doando ou fazendo uma ação para estimular a doação de indivíduos, empresas, etc.

No Brasil o Dia de Doar começou em 2013, um ano depois da primeira edição, nos Estados Unidos, em 2012. A partir de 2014 o Brasil passou a fazer parte do movimento global, que hoje conta com 55 países participando oficialmente, e ações sendo realizadas em mais de 190.

Lá fora, o Dia de Doar tem nome de #GivingTuesday, que significa “terça-feira da doação”. Vem na sequência de datas comerciais já famosas, como as BlackFriday e CyberMonday. É sempre realizado na primeira terça-feira depois do Dia de Ação de Graças (o Thanksgiving Day).

O Dia de Doar é realizado pelo Movimento por uma Cultura de Doação, uma coalização de organizações e indivíduos que promovem o engajamento das pessoas com as causas e as organizações da sociedade civil, por meio da doação como instrumento para fortalecimento da democracia.

 

 

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Green Marathon: Help Oliver to plant 3,000 trees with us!

10 de novembro de 202230 de novembro de 2020 Por Paula Piccin

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Hey Guys! My name is Oliver Mahoney.

Two of my favorite things are athletics and the environment!
In 2021, I am going to take part in the Lisbon Marathon, I’ll run 42 kilometers, for which I am already well on my way training hard.

In 2018, I got to know about IPÊ, an organization which conducts important wildlife-saving research, and in the past few years, I’ve thought a lot about how to support the organization and get people involved from Wales, where I live.

The logical step was to combine the two things I love most; athletics and the environment.
I created the Instagram account @oligreenmarathonipe to share my training and progress with you all and also talk some more about the work being done by IPÊ!

Of course, I’ll be relying on any support which you guys can give, using it to help the institute plant trees for the conservation of one of the world’s most important resources, water!

My objective is to run the Marathon in May having raised enough money to plant a minimum of 3000 trees! I mean, who knows? Maybe together we can do even more than that!

The trees will be planted throughout the Atlantic Forest, a protected reserve area for both endangered species and for water resources.

Follow everything on Instagram, myself (@oligreenmarathonipe) and, of course, IPÊ (@institutoipe).

You’ll see all sorts of information about the environment, be entertained by some sports and help support conservation of Brazil’s forests which are key to the global climate! 

DONATE NOW!

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Pesquisa & Desenvolvimento: Projeto inicia nova fase de coleta de dados sobre a biodiversidade

29 de agosto de 202330 de novembro de 2020 Por Paula Piccin

Pesquisadores realizaram em novembro a instalação de 90 gravadores para identificação de aves, anfíbios e morcegos em remanescentes florestais, incluindo Áreas de Conservação Ambiental (ACAS), localizadas na região do Pontal do Paranapanema (SP), extremo Oeste de São Paulo. A ação integra o projeto “Desenvolvimento de Procedimentos Simplificados para a Valoração Econômico monetária de Serviços Ecossistêmicos e valoração não monetária de Serviços Ecossistêmicos Culturais Associados à Restauração Florestal”, uma parceria do IPÊ com a CTG Brasil, por meio de um projeto de  P&D ANEEL, que está na segunda fase e terá a duração de 40 meses. São parceiros do projeto a FEALQ – Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz da ESALQ, Universidade de Lavras e GVCes da Fundação Getúlio Vargas. 

Nessa nova fase, são monitoradas as Áreas de Conservação Ambiental (ACAS) mantidas pela empresa que já investiu em ações que resultaram no plantio de 11 milhões de árvores (em 6.715 hectares), e na conservação de 2.818 hectares de áreas em regeneração natural, auxiliando na conservação das paisagens nas ACAs envolvidas. 

Com os gravadores autônomos, os pesquisadores vão conseguir identificar quais espécies estão utilizando as ACAS, como explica Simone Tenório, pesquisadora do IPÊ que coordena a frente de Biodiversidade. “Fizemos uma pré-seleção das áreas pensando em uma amostragem diversa relacionada à paisagem. Instalamos os gravadores dentro do Parque Estadual do Morro do Diabo e também em fragmentos florestais localizados em áreas próximas a pastos, canaviais, outras culturas e corpos hídricos. Tanto no primeiro ciclo da pesquisa quanto no atual utilizamos a mesma configuração nos gravadores, a cada 10 minutos eles registram 1 minuto de som.

Ciência na prática 

Como forma de obter um registro fiel dos resultados gerados pela restauração da paisagem, a ação está dividida em três etapas. “Para esse levantamento, instalamos inicialmente os 90 gravadores em 22 fragmentos, onde eles vão permanecer por três semanas. Faremos isso por mais duas vezes, totalizando três ciclos, em 630 mil hectares. Na prática, teremos o resultado de 270 gravadores, mas com 1/3 do equipamento. Para proteger os gravadores autônomos que têm apenas 6 cm de largura estamos utilizando cases de celular e abraçadeiras de plástico para fixação”. 

O terceiro ciclo dessa etapa será concluído no campo na segunda quinzena de janeiro de 2021. Nesse momento, os pesquisadores terão registrado mais de 800 mil minutos de sons da biodiversidade. “Com esse banco de dados iniciaremos a etapa de análise no  ARBIMON (Automated Remote Biodiversity Monitoring Network) e teremos mais informações sobre como a restauração florestal gera esse ciclo de restauração/ recuperação dos serviços ecossistêmicos”, completa o pesquisador do IPÊ, Alexandre Uezu, coordenador das frentes de Solo e Água e que também assina o delineamento experimental do estudo. Além disso, estão previstas ações com a utilização de armadilhas fotográficas. 

Continuidade

Essa nova fase do projeto inclui também elaboração de procedimentos simplificados para estimar valor econômico/ monetário associado aos impactos da restauração florestal nos negócios da empresa, considerando os custos evitados com a manutenção de ativos e mitigação ou com compensação de danos ambientais, e as potenciais receitas com novos. 

O projeto “Desenvolvimento de Tecnologias para Valoração de Serviços Ecossistêmicos e do Capital Natural em Programas de Meio Ambiente” foi um dos 16 cases selecionados, em 2018, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Revista Página 22 (P22) para participar da edição especial da revista sobre Gestão Empresarial de Capital Natural. 

A equipe do projeto formada por técnicos e especialistas do IPÊ, além de acadêmicos da ESCAS (Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade), da UNESP e da ESALQ – USP, também usou métodos avançados no primeiro ciclo (2015-2018), como sobrevoos com LiDAR (Light Detection and Ranging), Gravadores Autônomos (Audiorecorders) e Sistema ARBIMON (Automated Remote Biodiversity Monitoring Network), análise de DNA e Cameras trap, para avaliar serviços ecossistêmicos relacionados aos seguintes temas: Recursos Hídricos, Paisagens Sonoras e Biodiversidade (aves, anfíbios e mamíferos), Solo e Ecologia de Ecossistemas, Carbono Florestal e Florística. 

Desse levantamento, descobriu-se, por exemplo que 13 espécies de árvores que não foram plantadas no corredor estão presentes ali. “Isso mostra que árvores foram introduzidas de maneira natural, por exemplo, por meio de aves dispersoras. Com audiorecorders, o projeto identificou a presença dessas espécies de aves no corredor, inclusive. A presença de fauna é indicador que a floresta está fazendo o seu papel para a biodiversidade local. Além das árvores,o uso de cameras trap também tem mostrado que mamíferos de médio e grande porte já estão utilizando a área do corredor para dispersão”, afirma Laury Cullen Jr. coordenador do projeto no IPÊ.

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Ecoswim inovou e mostrou sua força mesmo em ano de desafios

30 de novembro de 2020 Por Paula Piccin

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Imagine uma competição de natação sem que as equipes possam entrar na piscina? Pois é, o Ecoswim, competição de natação parceira do IPÊ enfrentou o desafio de não poder realizar o evento em 2020 nas piscinas, devido à pandemia.

Mas a equipe organizadora, de estudantes da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo  (POLI-USP) não desistiu e criou uma competição diferente, dando sequência em mais um ano de doações para o IPÊ. No Ecoswim, parte das inscrições dos participantes é transformada em doação para o Viveiro de Mudas nativas do IPÊ, em Nazaré Paulista. Nosso viveiro é um espaço de produção de novas árvores da Mata Atlântica, mas também um importante espaço para educação ambiental.

“O Ecoswim é nosso parceiro há 13 anos. Sempre contribuiu muito com nosso viveiro e projetos para proteção da água. Foi uma imensa alegria saber que continuariam essa iniciativa mesmo em um ano tão adverso, com inovação e criatividade, mostrando, mais uma vez a conexão entre esporte e meio ambiente. Somos muito gratos”, afirmou Andrea Peçanha, coordenadora da Unidade de Negócios do IPÊ.

Neste ano, para engajar os atletas, o Ecoswim contou com diversos desafios valendo pontos. A inscrição das equipes, que já significava uma doação ao IPÊ, contabilizava pontos. Desafios esportivos para serem cumpridos e postados no Instagram e participação em lives garantiam também novos pontos. As lives sobre esportes incluíram atletas bastante reconhecidos na natação como Gustavo Borges e Fabiola Molina.

O evento arrecadou R$3.430,00 para o IPÊ e promoveu sorteios de produtos aos participantes.

“Julgamos de extrema importância manter o evento tão tradicional, mesmo que em outro formato. Somos gratos aos cerca de 100 doadores que demonstraram engajamento ambiental e confiança em nós e no IPÊ. Este ano, foi possível conversar mais com os participantes, através das lives sobre temas de empreendedorismo, natação e conservação da biodiversidade brasileira. Foi uma ótima experiência, que também mostrou ser possível realizar uma competição esportiva online, sem causar aglomerações e sem colocar em risco a organização e os participantes. O evento online nos trouxe mais visibilidade e esperamos ano que vem que ele seja presencial ainda com mais participantes que 2019.”, contam os organizadores.

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Artigo: O que é agroecologia?

24 de novembro de 2020 Por Paula Piccin

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Por Rafael Morais Chiaravalloti*

Agroecologia não é uma palavra complexa. Em uma definição livre, poderíamos dizer que se trata de uma prática agrícola que apresenta aspectos ecológicos. No entanto, como grande parte das palavras com definições simples dentro da biologia (como a própria palavra ecologia), a aplicação do seu conceito é bem mais complicada. A combinação de um conceito simples com uma aplicação complexa faz com que, muitas vezes, o sentido e o impacto positivo da agroecologia sejam desconhecidos de parte da população.

Para respondermos com mais segurança o que é agroecologia, é preciso entender como a natureza se constitui e como a agricultura tradicional interage com ela.

Hoje, existem na natureza aproximadamente 8,7 milhões de espécies. Cada representante de uma dessas espécies que existe no nosso planeta interage com a natureza e com membros da sua comunidade, criando uma complexa rede de interdependência. O ser humano, como membro desse conjunto de organismos que existem na Terra, também, por milhares de anos (cerca de 340 mil anos), teve que lutar pela sua sobrevivência, principalmente indo buscar o seu alimento nas florestas ou savanas. No entanto, há cerca de 10.000 anos, essa relação mudou. Comunidades espalhadas pelo mundo criaram a agricultura, controlando a disponibilidade e abundância de recursos naturais. 

A agricultura foi fundamental para desenvolver a sociedade atual com pessoas fixadas a um lugar, com tempo para se dedicar a outras atividades, como investigações de curas de doenças ou mesmo respostas para padrões do universo. No entanto, a agricultura tradicional é basicamente uma simplificação da natureza.

Uma floresta que continha inúmeras espécies da flora ou uma savana que permitia a presença de centenas de animais, devido aos nichos ecológicos, são simplificadas quando transformadas em áreas agrícolas tradicionais, com o modelo predominante de monocultura extensiva. Estima-se que o ser humano, principalmente por meio da expansão agrícola, acelerou o processo de extinção natural em mais de 1.000 vezes. Dados têm mostrado que, se continuarmos as mesmas taxas de expansão sobre áreas naturais, outras 1 milhão de espécies correm o risco de serem extintas nos próximos anos. 

O problema dessa grande extinção em massa é que sempre dependeremos da natureza para sobreviver. A simplificação causada pela agricultura reduz drasticamente a quantidade de serviços ecológicos, como polinização, água potável ou mesmo equilíbrio climático. Sem tais serviços ambientais, nossa sociedade fica fadada ao mesmo destino daquelas que nós mesmos eliminamos. Por exemplo, secas extremas, grandes furacões ou mesmo o aumento do nível do mar estão indiretamente ligados à expansão agrícola no mundo. Portanto, é fundamental encontrarmos um equilíbrio. E é aí que entra a agroecologia ou as práticas agrícolas que preservam parte da complexidade ecológica que seriam perdidas caso fosse utilizado um sistema tradicional. 

A relação entre produção e preservação (ou agroecologia) pode ter diversos níveis, dependendo da escala. Podemos ter desde uma fazenda de 100 hectares até uma horta caseira como uma produção agroecológica. No entanto, o resultado ambiental de cada um será diferente, assim como a complexidade de implementar o sistema. 

Um exemplo interessante vem do Pontal do Paranapanema, em São Paulo, onde o IPE (Instituto de Pesquisas Ecológicas), junto com assentados rurais, implementou o programa Café com Floresta.  A idéia é que os produtores e produtoras rurais plantem café e outras culturas como feijão, milho e mandioca, em consórcio com árvores nativas da Mata Atlântica. A sombra criada pela floresta permite a produção de um café de altíssima qualidade em uma região que não seria apta a essa cultura caso fosse utilizado um sistema tradicional de monocultura. A utilização do feijão também ajuda na melhoria do sistema, pois ele fixa nitrogênio no solo e promove o melhor desenvolvimento tanto das outras culturas anuais como da floresta. Por fim, os galhos e folhas das árvores ajudam na produção de adubo. E nesse mesmo local, onde os assentados produzem grande parte da sua renda, a floresta permite a presença de diversos animais. Muitas dessas áreas de agroflorestas no Pontal do Paranapanema são habitadas por antas, tamanduás, ou mesmo, onças pintadas. Ou seja, é a produção agrícola alinhada à proteção da complexidade natureza. 

Hoje, já é provado cientificamente que a agroecologia atrai uma maior quantidade de aves e outros animais. No entanto, não é uma tarefa fácil. Grandes sistemas agroflorestais exigem atenção, cuidado contínuo e manejo. A regra é sempre a mesma: quanto maior a complexidade da natureza presente, maior deve ser o tempo gasto com o manejo na produção. 

Outro exemplo interessante é a produção de mel orgânico no Pantanal. Alguns estudos têm mostrado que grande parte do mel que consumimos no mundo está contaminada com agrotóxicos. Não que os produtores e produtoras utilizem defensivos nas colmeias, mas grande parte das flores utilizadas pelas abelhas está contaminada. E quanto mais agrotóxicos utilizados, menos biodiversidade. Para tentar driblar este problema, a ONG ECOA e as Comunidades tradicionais do Pantanal começaram a produzir mel em uma região altamente isolada de qualquer contato com defensivos agrícolas. Eles implementaram diversas caixas em uma região que fica a 24 horas de barco da cidade mais próxima, garantindo assim que as abelhas apenas acessem floras sem contaminantes. O mel já foi testado e aprovado por diversos institutos de pesquisa. 

Ao mesmo tempo, não precisamos ter uma floresta dentro de casa ou nos mudarmos para o interior do Pantanal para aderirmos à agroecologia. Hortas urbanas dentro das casas ou em espaços públicos podem ser excelentes exemplos de agroecologia. Elas produzem alimento e ao mesmo tempo preservam a complexidade da natureza; ou por atrair pequenos pássaros, insetos, abelhas ou por evitar que o resíduo orgânico seja desperdiçado de maneira incorreta e acabe afetando a biodiversidade de maneira indireta. Claro, o resultado ambiental é menor do que o alcançado por uma agrofloresta no Pontal do Paranapanema ou uma produção de mel orgânico no Pantanal, mas o manejo, cuidado e o tempo gasto também são menores. Cabe a cada um adequar à sua realidade. 

Vale lembrar também que a agroecologia transborda suas consequências para outras esferas do relacionamento humano para além da interação com a natureza. Ela propõe mudanças nas relações do ser humano com os seus pares e consigo mesmo. A invenção da agricultura que permitiu um grande desenvolvimento da espécie humana, ao mesmo tempo, levou a inúmeros desafios tanto ecológicos como sociais. A agroecologia, portanto, é uma maneira de repensarmos como promover a complexidade da natureza e uma melhor convivência. Os exemplos do Pontal do Paranapanema e do Pantanal alinham a agroecologia com a promoção da qualidade de vida de comunidades muitas vezes à margem da nossa sociedade. Nesse sentido, os programas também apoiam uma maior igualdade e bem-estar social dessas pessoas. 

Podemos dizer assim que a agroecologia não é um caminho fácil. Como grande parte das ações que promovem um mundo um pouco melhor e mais justo, demanda tempo, cuidado, articulação de pessoas e instituições e, claro, investimento em recursos e novas técnicas. No entanto, o caminho já existe. E quanto mais pessoas passam por ele, mais ele fica claro e aparente para os próximos que virão. Cabe a cada um de nós repensar nossas atitudes e buscar maneiras de apoiar, cada vez mais, iniciativas de agroecologia.

*Rafael Morais Chiaravalloti é PhD em Antropologia, Desenvolvimento e Ambiente pela Universidade Colégio de Londres, e pesquisador do IPE-Instituto de Pesquisas Ecológicas, São Paulo e do Smithsonian Conservation Biology Institute, Washington.

“Texto originalmente publicado na Revista EOnline do Sesc São Paulo junto a uma série de vídeos que mostram iniciativas que se relacionam ao tema da agroecologia. Para saber mais, clique em https://www.sescsp.org.br/online/artigo/14862_O+QUE+E+AGROECOLOGIA

 

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Pecuária Sustentável​

13 de novembro de 2020 Por IPE

::cck::683::/cck::::introtext:: No Brasil, onde o gado ocupa 3/4 das terras agrícolas, a pecuária convencional traz desafios ao degradar o solo e reduzir a qualidade das pastagens, gerando grande impacto na produtividade (cerca de 80% das pastagens apresentam algum grau de degradação), no meio ambiente e no bem-estar animal. As mudanças climáticas e a crescente demanda … Ler mais

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Plano de Manejo da APA do Sistema Cantareira: instrumento fundamental para o desenvolvimento socioeconômico da região

13 de novembro de 2020 Por Paula Piccin

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Em um ano extremamente desafiador para a causa socioambiental, diante da pandemia e de tantos ataques enfrentados, foi possível ao menos comemorar um avanço recente para a proteção da Mata Atlântica: a aprovação do Plano de Manejo das Áreas de Proteção Ambiental (APAs) Sistema Cantareira e Represa Bairro da Usina, conforme Decreto nº 65.244, de 14 de outubro de 2020.

O IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas participou do processo de construção deste plano, que teve a primeira etapa iniciada ainda em 2012 e finalizada em 2015, porém não submetida à aprovação do CONSEMA. Após quatro anos de espera, entretanto, o processo foi retomado em 2019 pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, que realizou a atualização de todas as informações, além de promover diversas consultas públicas com ampla participação, da sociedade civil, Conselhos Municipais de Defesa do Meio Ambiente (CONDEMAS), e finalmente aprovado pelo CONSEMA.

Muito se fala sobre Unidades de Conservação e a razão delas existirem. Dentro deste contexto, sempre ganham destaque os grandes parques nacionais e reservas biológicas brasileiros, mas as APAs – Áreas de Proteção Ambiental, muitas vezes ignoradas, merecem atenção similar. Uma APA é uma área natural destinada à proteção e conservação de fauna e flora, dos atributos estéticos ou culturais ali existentes, importantes para a qualidade de vida da população local e para a proteção dos ecossistemas regionais. As APAs existem para conservar processos naturais do desenvolvimento e da adequação das várias atividades humanas às características ambientais daquela região. Ou seja, não exclui o ser humano do processo.

A implementação de uma APA considera as complexas relações políticas, econômicas e sociais de um município ou vários deles e são instrumentos importantes de desenvolvimento regional. Situam-se em áreas importantes para conservação ambiental e muitas vezes para a socioeconomia de uma região ou estado. Só no estado de São Paulo, existem mais de 1,5 milhão de hectares protegidos por APAs.

A APA do Sistema Cantareira se destaca como uma das mais estratégicas do ponto de vista socioeconômico e, com o Plano de Manejo estruturado, terá uma gestão adequada em sintonia com os objetivos socioeconômicos locais. O Sistema Cantareira é um dos mais importantes mananciais do planeta e responsável pelo abastecimento de duas importantes regiões metropolitanas: São Paulo e Campinas totalizando cerca de 9 milhões de pessoas e o sistema abastece aproximadamente 7,6 milhões de habitantes dessa região. Indústrias e empresas de diversos setores, que são chave para a economia do estado, são dependentes dessa água, assim como as produções agrícolas que, além dos recursos hídricos, dependem de um sistema ecológico equilibrado para resultados positivos no campo.  

O Plano de Manejo é um documento essencial que protege os recursos hídricos da região, especialmente os reservatórios que compõem o sistema, o Jaguari-Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro, bem como os principais rios formadores.

Para além de um documento técnico embasado em critérios científicos, os Planos de Manejo contam com consultas públicas contínuas e consideram em sua tomada de decisão as questões ambientais, socioeconômicas, históricas e culturais e a participação da sociedade e dos diferentes atores envolvidos através de oficinas e audiências públicas.

Considerando o tempo transcorrido para a aprovação do Plano do Manejo e diante dos consequentes benefícios gerados pela proteção desse manancial, como a proteção do solo, cobertura vegetal de Mata Atlântica, regulação do clima, recarga hídrica além da provisão e manutenção dos serviços ecossistêmicos causa espanto possíveis movimentos  para a suspensão do Decreto e questionamentos em relação à faixa de preservação de 100 metros no entorno das represas. Outras medidas protetivas, como manutenção de cobertura vegetal em no mínimo 80% da faixa e recomendação de adoção de ações de recuperação e manutenção também estão entre as recomendações para garantir a segurança hídrica por meio da recarga.

Possivelmente, não fossem os interesses em expandir os empreendimentos habitacionais, a população perceberia que é dessa proteção que depende a manutenção de importantes  serviços ecossistêmicos como o de regulação, que garante as condições ambientais para a sua própria sobrevivência, como controle climático e qualidade da água entre outros e o serviço de provisão, na produção da água.

É imprescindível o estabelecimento de uma nova visão de desenvolvimento territorial, considerando que os recursos naturais não são um entrave e sim, a garantia de uma nova economia. As soluções baseadas na natureza (SBN) podem integrar esse novo olhar para uma economia realmente sustentável, considerando tecnologias e inovação em todo o território com imenso potencial de ser um polo de economia verde, uma nova matriz econômica que considera que os recursos naturais são finitos, mas podem ser reestabelecidos e trazer toda a região para a nova onda mundial da retomada verde.

É importante ainda enfatizar que são raros e poucos os locais privilegiados como a região do Continuum Cantareira, repleto de belezas naturais, com potencial turístico e atributos especiais como esse remanescente de Mata Atlântica, abundância de água e de biodiversidade.

Por todas essas razões, o decreto deve ser motivo de celebração de toda a população paulista. Nós do IPÊ, que fazemos parte do Conselho da APA Cantareira só temos a comemorar e parabenizar todos os envolvidos nessa conquista. Esse resultado só foi possível graças aos esforços de muita gente comprometida, de critérios técnicos e da visão e integração da sociedade representada neste documento por diversos setores. Reconhecemos o esforço e a importância, além dos benefícios gerados para milhões de pessoas.

Esperamos que prevaleçam sempre o bom senso e a boa ciência para solucionar os desafios socioambientais.

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Red Bull Bragantino e IPÊ plantam 500 árvores em Bragança Paulista

12 de novembro de 2020 Por Paula Piccin

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plantio RedBull2Representantes do Red Bull Bragantino e os técnicos do IPÊ entregaram e plantaram 500 mudas de árvores da Mata Atlântica, em Bragança Paulista, região de influência do Sistema Cantareira. A ação foi resultado do jogo no Twitter promovido pela equipe de futebol, que engajou torcedores e seguidores. A proposta foi realizar uma partida diferente: Red Bull Bragantino x Queimadas em Bragança Paulista.

O Massa Bruta simulou o tempo real de um jogo, no Twitter, contra as queimadas florestais nesta cidade que é uma das beneficiadas pelos projetos do IPÊ para o Sistema Cantareira. Porém, no lugar dos tradicionais lances da partida, os usuários receberam tweets informativos sobre a importância da conservação de toda a área do Sistema Cantareira, com recomendações sobre como evitar as queimadas e o desmatamento.

A cada 15 interações com os tweets – curtidas, RTs, comentários – um gol era marcado e 50 mudas garantidas. Como o engajamento foi grande, a vitória foi de goleada! 10 a 0, garantindo 500 novas árvores que foram plantadas hoje (12 de novembro) no sítio Napoleão, no Bairro da Serrinha, ao lado da Fazenda Serrinha.

As mudas foram adquiridas no viveiro-escola do IPÊ, que também cuidará da manutenção das novas árvores durante o período de um ano. O local escolhido para o plantio é estratégico para a conservação da água do Sistema Cantareira. Assim como vários locais, sofre com problemas de erosão e, por isso, o reflorestamento é importante. Ali, foram plantadas 20 diferentes espécies de árvores nativas da Mata Atlântica, várias espécies pioneiras, de crescimento mais rápido.

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Prejuízos ao Pantanal causados pelas queimadas e desmatamentos podem chegar ao menos a 40% do bioma

12 de novembro de 2020 Por Paula Piccin

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Alunos e professor da ESCAS contam sobre atuação no Pantanal frente às queimadas, sem precedentes, que ainda atingem o bioma

Diante das notícias sobre as queimadas no Pantanal, que já ultrapassaram 25% do bioma, pode-se ter a percepção de que essa é a atual área impactada. Porém, quando pesquisadores analisam as áreas desmatadas e queimadas (até outubro de 2020), os danos já chegam a pelo menos 40% do Pantanal.

“As queimadas no Pantanal já ultrapassaram 28% do bioma. No entanto, o impacto não é só esse. Hoje estima-se que mais de 15% da região foi desmatada. Há pouca sobreposição entre essas áreas. E considerando esses dois impactos, os dados mostram que pelo menos 40% do Pantanal está comprometido. Isso não é permanente, o Pantanal apresenta uma grande capacidade de recuperação, que chamamos de resiliência. No entanto, como em 2020, vastas áreas foram queimadas, provavelmente, a resiliência será menor quando comparada aos outros anos”, pontua Rafael Chiaravalloti, egresso e hoje professor da ESCAS – Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade, pesquisador do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, do Smithsonian Conservation Biology (Estados Unidos) e diretor científico da Ecoa – Ecologia e Ação.

Segundo ele, o bioma deve precisar de mais tempo para se recuperar. “É o mesmo que acontece se imaginarmos um bairro de casas, em que uma casa é destruída, os vizinhos podem ajudar a recuperá-la, mas se muitas casas forem destruídas, a recuperação levará muito mais tempo. No Pantanal o que temos hoje é o segundo cenário”.

mapa queimadas pantanal

 

*Segundo o INPE, o produto de Área Queimada de resolução espacial de 1km encontra-se na versão 0.6 e em fase de validação, em nível de maturidade Provisório.

O mapa acima – com as áreas desmatadas e queimadas – foi desenvolvido pelo projeto Paisagens Sustentáveis no Pantanal, uma parceria entre Smithsonian Conservation Biology Institute, Embrapa Pantanal e IPÊ. “Com esse mapa, feito pelo Henrique Shirai também mestre pela ESCAS, que integra a equipe do projeto, queremos entender o impacto das queimadas nessas paisagens sustentáveis. Ainda consideramos o Pantanal como um bioma que consegue aliar conservação com produção, mas ao mesmo tempo, as queimadas mostram que algumas medidas precisam ser repensadas. As queimadas não são o fim do Pantanal, mas, com certeza, são um alerta vermelho, especialmente quando analisamos os impactos integrados de mudanças climáticas, aumento do desmatamento da região do entorno do bioma e construção de hidrelétricas na região que certamente podem custar caro à proteção do Pantanal”. 

O projeto Paisagens Sustentáveis no Pantanal começou neste ano com dois objetivos principais. “Entender o que são as paisagens sustentáveis no Pantanal e acelerar o processo de certificação das fazendas sustentáveis; somando esforços com a Embrapa Pantanal para expandir a certificação Fazenda Pantaneira Sustentável para todo o bioma. As certificações podem trazer principalmente benefícios econômicos para os proprietários, como facilidades de crédito e redução de imposto,” revela Chiaravalloti. Também integram a equipe, o pesquisador Dr. Walfrido Tomas da Embrapa Pantanal, Andre Restel Camilo, do Smithsonian, e Dr. Peter Leimgruber, também do Smithsonian.

Rafael pontua ainda que a aprovação da Lei do Pantanal, pode ajudar a reforçar a aliança entre conservação e produção, e poderia representar um avanço importante para a região. “O artigo 10 do Novo Código Florestal destaca o Pantanal como um ambiente peculiar que precisa de regularização específica. Com alinhamento entre proprietários rurais e conservacionistas, poderíamos celebrar com a Lei do Pantanal o que muitos fazendeiros têm feito há 150 anos. Alguns fazendeiros querem o mesmo que os conservacionistas – o desenvolvimento sustentável, e precisamos avançar rumo a esse objetivo”. 

Sobre a seca no Pantanal, o professor da ESCAS destaca fatores que agravam a situação. “O cenário atual não é uma consequência exclusiva dos ciclos de seca, tem também as questões das PCHs – Pequenas Centrais Hidrelétricas que reduzem a dinâmica de inundação no bioma, além do desmatamento e do aquecimento global que tornam as perspectivas ainda mais complicadas. Os projetos de hidrovias também têm o potencial de reduzir essa dinâmica de inundação do Pantanal”.  

 

Mudanças de rumo urgentes

Foto LeonardoLeonardo Gomes (foto), aluno do MBA em Gestão dos Negócios Socioambientais da ESCAS, diretor executivo do Onçafari, que tem dedicado parte do tempo ao trabalho de advocacy/gestão de projetos na SOS Pantanal, afirma que o atual cenário deixou evidente a necessidade de avanços. 

“Neste ano todo mundo se convenceu que precisa de um plano urgente, pelo histórico do Pantanal de 120 anos de secas e cheias, temos pela frente, pelo menos, mais cinco anos de seca; isso independente de mudanças climáticas, de regime de chuva da Amazônia que também impactam. Até por isso minha migração do Onçafari para a SOS Pantanal que deve ser concluída até o fim do ano. Meu papel na SOS Pantanal será a questão de políticas públicas acompanhando a Lei do Pantanal e outros desdobramentos em Brasília, o advocacy. Além da questão envolvendo o poder público de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para viabilizar o plano de prevenção para os próximos três anos e as parcerias institucionais; as instituições que vão entregar na ponta as brigadas, fazer essa estratégia acontecer”.  

Após a migração para a SOS Pantanal, Leonardo passará a atuar como consultor. “Devo ficar na Onçafari com um projeto pontual mais associado ao tema do MBA sobre a formação de uma Rede de propriedades privadas de conservação”, antecipa. A Onçafari é uma organização que busca promover a conservação do meio ambiente e contribuir com o desenvolvimento socioeconômico das regiões em que está inserido. Já o SOS Pantanal é um instituto que trabalha em defesa do bioma e na divulgação da natureza e cultura pantaneira.

Professor e alunos da ESCAS participam de ações em campo

Rafael Chiaravalloti estava no Pantanal quando as queimadas ficaram mais intensas. “Fui para o Pantanal conversar com os fazendeiros dentro da esfera do projeto Paisagens Sustentáveis, mas diante das queimadas comecei a contribuir com o projeto coordenado pelo Walfrido Moraes Tomas, pesquisador da Embrapa Pantanal, sobre o impacto das queimadas na fauna. 

“Andamos pelas áreas queimadas contando o número de animais mortos, mas não se trata de um Censo, com base no número de animais mortos conseguimos fazer uma modelagem matemática e estimar quantos animais morreram no Pantanal. Participei dessa contagem no norte e no sul da BR 262 nas regiões de Nabileque e do Abobral. E esse trabalho tem sido feito também em outras regiões do bioma, pessoas foram se juntando e fizeram o trabalho acontecer”, explica Chiaravalloti. 

Quem também tem ido a campo é Gabriel Oliveira, aluno do mestrado da ESCAS em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável, que após sete anos de estágio na Embrapa Pantanal, segue trabalhando com Walfrido Moraes Tomas. “Fizemos esse trabalho de contagem de animais mortos (carcaças), na região de Corumbá, na BR 262, na área da Estrada Parque para avaliar o impacto do fogo na fauna. Se víamos que estava pegando fogo, no dia seguinte tínhamos que estar lá, entrar nessas áreas e encontrar os animais porque a degradação deles é muito rápida. Eles acabam sendo predados, consumidos por outros animais ou ficam enterrados. Se para os animais de grande porte, esse incêndio já é de uma proporção absurda, imagina para os pequenos, como serpentes e pequenos mamíferos, dificilmente eles conseguem escapar do fogo”. 

Sobre a experiência de caminhar em áreas destruídas, Rafael revela. “No horizonte, a área destruída pela queimada parece não ter fim. Aquela fumaça densa, bichos retorcidos, parece a imagem do fim do mundo, uma experiência além de triste, horrível. Mas esse trabalho é importante, algumas estimativas já indicam 11 milhões de bichos mortos, é muito!” 

Queimadas no Pantanal não são uma novidade, a proporção sim. Segundo Leonardo Gomes, diretor-executivo da Onçafari, ano passado, por exemplo, as queimadas tiveram impacto direto nas atividades da instituição.  “Em 2019, 65% do Refúgio Ecológico Caimã queimou, uma área de 35 mil hectares, onde está a maior parte da operação da organização. Para a Onçafari é uma tensão constante, tem toda uma questão de planejamento, açude, equipamento, brigada de incêndio – um dos biólogos do Onçafari é o líder da brigada,  precisamos ficar atentos monitorando. Neste ano, chegou a pegar fogo em uma fazenda vizinha”. 

Em 2020, pela SOS Pantanal, Leonardo também tem ido a campo. “Temos apoiado o combate direto, além de contenção de danos à fauna e às comunidades mais vulneráveis. Nas comunidades, as medidas são emergenciais e paliativas, como doações de cestas básicas, água, máscara, álcool gel”. 

 

Brigadistas: uma força extremamente necessária

A importância da formação de brigadistas nas comunidades é uma das ações mais importantes a serem desenvolvidas, de acordo com os entrevistados. “A ECOA –  Ecologia e Ação, por exemplo, trabalha nessa direção, o forte da instituição é o apoio na criação de brigadas locais comunitárias, um trabalho de base, de extensão, realizado no Mato Grosso do Sul e na fronteira do Mato Grosso. Em três anos, formou 56 brigadas comunitárias, mas precisa ganhar escala e estimular que outras instituições também sigam nessa direção. Afinal, são as comunidades que estão no dia a dia do Pantanal, essas formações funcionam como estratégia para conservação do bioma e proteção das pessoas; o que não exclui ações de outras esferas, em especial mecanismos que tenham o potencial de inibir que o fogo aconteça”, comenta Rafael. 

Leonardo Gomes concorda e destaca os trabalhos de médio e longo prazos que também estão em curso pela SOS Pantanal. “A principal ação será a formação de brigadas rurais para prevenção e primeiro combate ao incêndio nos próximos ciclos – um projeto de três anos em que a gente quer contar com vários parceiros e com o poder público. A segunda ação é o plantio direto de 150 mil espécies nativas entre duas Unidades de Conservação (UCs) também atingidas pelos incêndios. Precisamos avançar nessa direção, até mesmo porque esse não é um tema muito debatido no Pantanal, tem essa história da resiliência da flora, mas precisamos acelerar esse processo e estudá-lo mais a fundo. Para essas ações, estamos entrando com convênio com a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Uma das UCs onde será realizado o plantio é o Parque Estadual das Nascentes do Taquari”. 

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Projeto do IPÊ na Amazônia integra a plataforma global Unesco Green Citizens

6 de novembro de 2020 Por Paula Piccin

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Projeto baixo Rio Negro Unesco 1O projeto Agrobiodiversidade no baixo Rio Negro, na Amazônia está entre as iniciativas selecionadas pela campanha Unesco Green Citizens. O objetivo? Atrair apoiadores de diversas partes do mundo para se engajarem em projetos locais identificados como verdadeiras inspirações rumo à mudança global. A campanha Unesco Green Citizens conta com plataforma onde é possível conhecer os projetos selecionados pelas equipes da Unesco e de coletivos de observadores em todo o mundo, com base em três critérios: duplicáveis, inovadores e impactantes. 

A expectativa da Unesco Green Citizens é selecionar 100 projetos/ano. No momento, cerca de 30 projetos estão na plataforma recém-lançada, entre eles três brasileiros. Na plataforma cada projeto conta com uma página que traz o panorama de cada iniciativa, fotos e formulário que possibilita o contato direto entre interessados em apoiar a iniciativa –  você pode ser um deles!

Na página do formulário do projeto, é possível escolher qual frente você pretende apoiar e iniciar a conversa.

Mariana Gama Semeghini, pesquisadora associada do IPÊ, compartilha como foi descobrir que o projeto coordenado por ela estava entre os selecionados. “Em um primeiro momento estranhei e fiquei surpresa com o contato da Unesco,  pois não fiz inscrição em nenhum processo da Unesco. Mas depois fiquei muito honrada e orgulhosa pela indicação. Considero um reconhecimento de todo o trabalho que o IPÊ desenvolve no Baixo Rio Negro em parceria com as comunidades e outras instituições”.

Sobre o projeto

O projeto Agrobiodiversidade no baixo Rio Negro acontece em Manaus e tem participação de Mariana Gama Semeghini, pesquisadora associada do IPÊ, Márcio Arthur Oliveira de Menezes, Leonardo Pereira Kurihara e Thiago Mota Cardoso. As ações começaram em 2005, com a proposta de unir conservação da biodiversidade com desenvolvimento sustentável, por meio de sistemas agroflorestais, valorização dos saberes locais, e empreendedorismo; tudo isso em uma área ameaçada pelo desmatamento na Amazônia. Até o momento, o projeto beneficiou diretamente cerca de 50 famílias.

Os pesquisadores procuram estimular soluções sociais e ecológicas geradas nas comunidades para o desenvolvimento e a consolidação de sistemas de produção agroecológicos e produtos da agrobiodiversidade (compotas, biscoitos e doces) alinhadas à conservação da biodiversidade.

Pesquisas participativas, capacitação e troca de conhecimentos e experiências entre pesquisadores e as comunidades (saber tradicional e o saber técnico/científico) estão entre as estratégias identificadas como forma de valorizar o conhecimento local e contribuir com a geração de renda das comunidades, por meio do empreendedorismo, incluindo o fortalecimento das organizações locais, parcerias empresariais, além da comercialização  baseada nos princípios da economia solidária e do comércio justo.

Vale destacar, a capacitação e participação de grupos de mulheres das comunidades nos mercados regionais e nacionais para a comercialização dos produtos. O grupo também participa de roteiros de Turismo de Base Comunitária na região, com a organização de café da manhã elaborado a partir de produtos regionais.

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