Mestre pela ESCAS mostra como natureza influencia bem estar de pessoas hospitalizadas
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Alguns estudos científicos sobre a relação da natureza para o bem estar humano e melhoria das condições de saúde das pessoas têm relatado os diversos benefícios que o contato com ambientes naturais pode gerar. Embora crescentes, as pesquisas ainda são tímidas frente ao potencial do tema. Para contribuir com essa questão, a mestre pela ESCAS, Juliana Gatti, trouxe à luz esse assunto como produto final de seu mestrado, olhando para uma área bastante específica, a oncologia infantil.
Juliana acredita tanto no potencial da biodiversidade como cura para os males da sociedade que antes mesmo de ingressar na ESCAS fundou o projeto Árvores Vivas, para levar vivências ambientais aos diversos cantos da cidade de São Paulo. Com o projeto, ela leva informação ambiental e resgata pela memória afetiva dos adultos como era o contato com áreas verdes na sua infância. A ideia é fazer com que eles transmitam essas sensações e reproduzam essas vivências com seus filhos. Com um perfil tão ligado ao meio ambiente, engana-se quem imagina que Juliana tenha uma formação na área de ciências biológicas. Ela é designer industrial. “Sempre vi o design como uma ferramenta para além do estético. Uma forma de criar soluções para os problemas da sociedade. Desde a faculdade, eu percebi que questões ambientais e de sustentabilidade eram as mais relevantes para mim, dentro desse campo de atuação. O design tem relação com tudo isso”, comenta. Nascida em São Paulo, cidade onde vive até hoje, Juliana se inspira nas suas próprias memórias de criança, nas férias na chácara dos avós no interior do estado, para poder compartilhar essa experiência com as pessoas por meio do seu projeto. “Esse contato com a natureza sempre me fez bem. Sempre que preciso, me refugio em ambientes com muito verde para me restabelecer. Com o projeto Árvores Vivas, sinto que é como se estivesse tirado um véu da frente dos olhos das pessoas para que elas enxerguem a natureza que, embora muito escondida na cidade, ainda existe por aqui e o quanto faz bem poder contemplá-la. Nós, seres humanos, somos muito mais árvores do que celulares. Precisamos dessa conexão. A natureza é o vínculo mais próximo que temos do tempo real, a mudança do clima, das estações, variações de cor, textura… tudo pode ser contemplado por meio dela e refletir em nossa saúde”, conta ela.
E se essa sensação de bem-estar se expandisse para quem está vivendo uma situação delicada de saúde? A pergunta despertou em Juliana a vontade de desenvolver um projeto de pesquisa para começar a medir o efeito que o contato com a natureza teria no ambiente hospitalar para pacientes, acompanhantes desses pacientes e funcionários. Para isso, ela contou com a parceria do ITACI – Instituto para o Tratamento do Câncer Infantil, um hospital público ligado ao Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Como já trabalhava com crianças no projeto Árvores Vivas, o interesse pela pediatria foi natural. “Muitos pacientes passam muito tempo no hospital, às vezes em um período longo de internação, em ambientes que não favorecem esse contato por uma série de razões. Alguns até sem janelas devido à condição de saúde. Como levar a natureza e os seus benefícios em um ambiente como esse?”. Frente a esse desafio, algumas iniciativas foram desenvolvidas no ambiente hospitalar, desde alterações no ambiente físico, até atividades lúdicas que ela passou a chamar na sua pesquisa de TAN – Terapias de Apreciação da Natureza.
A arborização da área do hospital, com espécies exóticas, foi adensada e passou de cinco para 21 árvores plantadas na calçada. No pátio do hospital, arbustos de flores foram plantados para atrair fauna. Em algumas áreas dentro do prédio foram colocados vasos de pomar-horta para ações interativas e, na recepção do hospital, espécies nativas floríferas e frutíferas. “Com essas mudanças, passamos a fazer observações focais e começamos a identificar a interação das pessoas com essa biodiversidade. Pais e filhos brincando com flores na calçada, funcionários comendo e conversandosobre jabuticabas plantadas em vasos…”
Em uma segunda etapa, 30 entrevistas com funcionários e pais e responsáveis pelos pacientes trouxeram uma visão sobre como a relação com a natureza acontecia ali. E, na terceira etapa, com a implementação das TANs, foi possível realizar interações com os próprios pacientes. Para cada paciente, uma forma diferente de abordagem era realizada, conforme o estágio de tratamento. Para quem estava em um ambiente isolado, foram usadas imagens de animais e florestas com um material plastificado e sons de natureza, equalizados por meio de um aplicativo. Outros já podiam ter contato para uma percepção mais sensorial, tocando em folhas de plantas, por exemplo.
A pesquisa está em etapa inicial, mas os primeiros resultados indicam que a humanização do ambiente hospitalar tem dado sinais positivos de interação entre as pessoas e ampliado a sensação de bem estar. O que começou como pesquisa de mestrado, hoje se tornou um departamento dentro da Unidade de Terapia Integrativa do ITACI e Juliana agora é coordenadora de Terapias de Apreciação da Natureza no hospital. O trabalho de pesquisa agora continua por meio do departamento e do Doutorado que ela vai cursar pelo próprio Hospital das Clínicas.
“No Mestrado da ESCAS eu tive o espaço necessário para colocar em prática a minha ideia. Foi a ponte de conexão entre meio ambiente e saúde e isso só foi possível pelo modelo que o curso proporciona. Além disso, eu me encontrei profissionalmente. Meu propósito de vida é hoje proporcionar esse elo entre pacientes em hospitais e a natureza como forma de recuperação da saúde e ampliação do bem-estar humano. Espero com isso dar minha contribuição ao mundo juntamente com outras pesquisas que também demonstram os benefícios dessa relação entre seres humanos e natureza”, completa Juliana.
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Nina
O evento chamou atenção para a conservação da biodiversidade por meio da arte. Nesse sentido, o artista plástico brasileiro, Arlin Graff, que assina a coleção 2018/2019 das Havaianas-IPE, foi convidado para grafitar um muro em Lisboa, com uma das espécies da nova coleção. Quem passou pelo terminal de ônibus do bairro Algés, surpreendeu-se com a arara-vermelha que nascia em um muro de cerca de 30 metros de altura.
“É uma honra muito grande ser parceira de uma empresa genuinamente brasileira, assim como o IPÊ. Nesses 15 anos de união, Havaianas nos confiou uma grande responsabilidade e soubemos responder à altura. Graças à parceria, conseguimos crescer e ampliar nossas ações de conservação da biodiversidade pelo Brasil todo”, diz Suzana Padua, Presidente do IPÊ.
Para chegar até lá, Lucas usou a nova plataforma do
Giovana Cristina Magro de Souza, estudante do curso de bacharel em Ciências Biológicas da UNESP e aluna de iniciação científica, chegou ao projeto do IPÊ por meio da professora Laurence Culot. Começou os trabalhos de campo apoiando na colocação de rádios-colares e agora realiza seus estudos com o objetivo de contribuir com dados para o programa de conservação. Os trabalhos dela com o mico analisam se os besouros coprófagos (aqueles que removem massas fecais em áreas de pastagens) enterram as sementes presentes nas fezes dos micos-leões-pretos, a profundidade disso e os fatores ambientais envolvidos. “Este trabalho apoia a conservação do mico no sentido de mostrar as relações que esse primata tem com a natureza e, assim, mostrar a importância dele dentro de seu habitat. Participar do projeto me proporcionou uma experiência de campo e de estar em contato com a realidade do mico-leão-preto, entender melhor o animal e de saber melhor como fazer um trabalho de campo com primatas”, afirma.
Em 2018, 15 alunos participaram do MBA Gestão de Negócios Socioambientais. Realizado pela ESCAS, na sua sede em Nazaré Paulista