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O projeto Motivação e Sucesso na Gestão de Unidades de Conservação, realizado pelo IPÊ, em parceria com o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e Fundação Moore, promoveu a Oficina de Consolidação das Estratégias para Estabelecimento de Parcerias com Instituições Locais. De 18 a 22 de junho, em Brasília, gestores de 14 Unidades de Conservação (UCs) e de dois núcleos de gestão integrada (NGI) do ICMBio que atuam na Amazônia, participaram de palestras e discussões sobre estratégias para vencer os desafios enfrentados no dia a dia dessas UCs a partir de parcerias.
A oficina vem ao encontro de um dos grandes objetivos do projeto, que é alavancar o fortalecimento das parcerias entre UCs e instituições locais que possam apoia-las com ações operacionais, como trilhas, recepção de visitantes e auxílio no monitoramento da biodiversidade.
“O projeto visa realizar parcerias locais, por intermedio do IPÊ, para contratação de serviços com vistas a apoiar o desenvolvimento das unidades de conservação selecionadas em ações estratégicas dos macroprocessos do instituto e, assim, atingir o objetivo central de potencialização da gestão das unidades de conservação. As parcerias poderão representar um salto qualitativo e quantitativo nas atividades cotidianas, além do fortalecimento dos parceiros locais envolvidos”, afirma Carla Guaitanele, chefe da Divisão de Fomento à Parcerias do ICMBio.
Na oficina, os gestores também falaram sobre liderança de alta performance, gestão de equipe e elaboração de plano de trabalho que serão implantados nas UCs, e foram capacitados para identificar instituições parceiras em nível local, como associações comunitárias e universitárias, para apoiar as atividades-meio. Com relação a este último ponto, o IPÊ será o responsável por fechar as parcerias com as instituições, que, por sua vez, oferecerão os profissionais. O ICMBio fica com a tarefa de apontar os perfis profissionais necessários e definir as tarefas e competências.
“Buscamos resultados diretos para as UCs, com ações de fortalecimento das unidades com as populações locais, alinhado aos processos estratégicos do ICMBio”, afirma a coordenadora de projetos do IPÊ, Fabiana Prado.
Para a coordenadora de educação corporativa do ICMBio, Thaís Ferraresi, esta é uma oportunidade de incorporar à cultura corporativa valores de liderança e qualidade na gestão. “É uma resposta ao nosso desafio de gerir unidades grandes e desafiadoras com poucas pessoas. É sempre importante a formação continuada para que a gente consiga enfrentar esses desafios”.
Grandes desafios nas UCs
Na Amazônia, diversos são os desafios enfrentados diariamente pelos gestores das UCs, como as grandes distâncias, o isolamento, as pressões do agronegócio, o desmatamento e o relacionamento com as comunidades da região.
O Parque Nacional do Juruena, entre Mato Grosso e Amazonas, por exemplo, fica na fronteira agrícola mato-grossense e é alvo de crescente impacto causado pelo desmatamento.
“Também somos uma UC isolada de outras unidades administrativas com uma equipe reduzida”, explica a gestora do parque, Lourdes Iarema. “Por esse motivo, nossas ações operacionais carecem de apoio”, completa.
Por meio da construção de parcerias, Iarema espera que a unidade receba auxílio em várias ações desenvolvidas pelo parque centradas no monitoramento da biodiversidade, principal ferramenta para elaborar as medidas de gestão na unidade.
A gestora diz estar otimista com os resultados que o projeto pode alcançar. “Desde a criação da unidade há conflitos por se tratar de área estratégica. Trazendo a comunidade, esperamos que a participação social na gestão e sensibilização da necessidade de conservação do parque”, afirma.
Na região de Itaituba, no Pará, o ICMBio implantou a Unidade Especial Avançada (UNA), uma decisão inovadora que congrega as várias unidades da região administradas por macroprocessos de trabalho.
Para o analista ambiental Aderson Avelar, da área de Proteção, além das pressões antrópicas (do homem), lidar com a comunidade local é um desafio. “Uma das ameaças que as unidades enfrentam é a ocupação. O modelo na Amazônia é muito voltado para o desenvolvimento agrícola então é difícil implementar até conselhos consultivos com a comunidade”.
Avelar conta que a região é permeada por conflitos de terra, exploração de madeira e minérios e ocupação irregular. Nesse aspecto, a fiscalização por parte do ICMBio precisa ser “muito incisiva”.
Apesar das resistências, os gestores tiveram uma boa resposta depois da chamada por profissionais para compor a brigada de incêndio para atender a Serra do Cachimbo. Eles devem começar os trabalhos no próximo dia 3.
O sucesso da iniciativa estimulou os gestores a ingressar no projeto. A unidade espera contar com colaboradores para auxiliar na base da Serra do Cachimbo, em matéria administrativa e apoio logístico. “Também almejamos que nossa iniciativa mostre a outros órgãos que podemos contar com o apoio da comunidade”, conta Avelar
Para a gestora Jackeline Spínola, da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, no Pará, o modelo de parceria com a comunidade vai estimular o sentimento de pertencimento e, consequentemente, fazer com que as pessoas se sintam parceiras do ICMBIO na conservação da biodiversidade.
A Resex Tapajós-Arapiuns possui aproximadamente 3,5 mil famílias vivendo no interior ou no entorno. A economia é baseada em agricultura de subsistência e na extração de produtos diversos, como castanha, óleos vegetais, sementes e frutos.
“O projeto vai possibilitar alternativa de geração de renda com qualidade a essa população”, diz Spínola. “O ICMbio é um vetor para o fortalecimento para que a economia local se desenvolva de forma sustentável”.
Com informações do ICMBio
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