Paisagens Climáticas

Projeto Paisagens Climáticas

Para enfrentar a desertificação no Brasil, é necessário superar a falta de sistematização de informações e o desconhecimento da sociedade local sobre a gravidade e as consequências da vulnerabilidade frente à escassez hídrica. O Projeto Paisagens Climáticas visa criar paisagens multifuncionais que contribuam para a redução dos impactos das mudanças climáticas na região dos Pontões Capixabas, no Espírito Santo. O trabalho concentra-se nos municípios de Alto Rio Novo, Águia Branca e Pancas, pertencentes a Áreas Susceptíveis à Desertificação, segundo classificação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). Saiba como atuamos. 

A região dos Pontões Capixabas possui um histórico de degradação ambiental devido principalmente ao desmatamento e ao uso inadequado do solo, baseado em sistemas de monoculturas com ausência de manejo ou manejos inapropriados. Essa dinâmica de uso e ocupação do solo reduz a resiliência dos ecossistemas locais às mudanças climáticas, impactando diretamente a capacidade produtiva, intensificando o desmatamento, a erosão, a escassez de água e o risco de desertificação. 

A carência de boas práticas na produção agropecuária resulta em um processo contínuo de aumento da insegurança alimentar e hídrica, redução de rendimentos familiares, baixa resiliência socioprodutiva e ameaça à biodiversidade e provisão de serviços ecossistêmicos, especialmente a produção de água e a fixação de carbono. 

Paisagens multifuncionais sustentáveis são caracterizadas pela conservação da biodiversidade e dos ecossistemas nativos em conciliação ao desenvolvimento econômico-social, com base em conhecimentos científicos e na participação e engajamento das comunidades locais e outros atores regionais. Essas paisagens apresentam maior resiliência dos sistemas produtivos e são mais bem adaptadas às mudanças climáticas, além de contribuírem para a mitigação de seus impactos.  

Os beneficiados pelo projeto são agricultores e agricultoras familiares, assentados da reforma agrária e extrativistas dos municípios atendidos. Ações específicas são desenvolvidas para os públicos prioritários de juventude rural e mulheres do campo em áreas que irão compor um corredor ecológico na região. Atores importantes do contexto regional também fazem parte dessa construção conjunta.  

Resultados esperados: 

– Duas unidades demonstrativas serão implantadas, com adaptações baseadas em ecossistemas (AbE) em assentamentos rurais;  

– Diagnóstico socioambiental e econômico de 150 famílias da agricultura familiar ao longo de corredores ecológicos;  
– Capacitações técnicas para120 agricultores familiares (mulheres e juventude rural) através da educação ambiental; 
– Planejamento com AbE  de 60 propriedades rurais;  
– Criação de redes a fim de conectar atores locais.