O plano piloto de restauração ecológica implementado pelo IPÊ na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Puranga Conquista, localizada no Baixo Rio Negro (AM), já dá os primeiros frutos. Um dos mais especiais é, sem dúvida, a criação do primeiro viveiro comunitário da reserva. O trabalho piloto foi possível a partir da parceria com a TRUSS PROFESSIONAL, a partir da campanha Amazon Conservation Edition Truss, com o objetivo de contribuir com a conservação da Floresta Amazônica.
A proposta de se ter um viveiro na região tem ligação com a necessidade de se conservar espécies de árvores da Amazônia que estão desaparecendo de algumas áreas, como é o caso das itaúbas (Mezilaurus spp., Lauraceae); dos louros (Ocotea spp., Lauraceae) e das ucuúbas (Virola spp., Myristicaceae).

O viveiro está instalado na comunidade Nova Canaã, onde o IPÊ aplicou também atividades de coleta de sementes e de roçados que contribuem com a restauração ecológica na região. A produção de mudas da comunidade tem o potencial de chegar a 4 mil unidades por ano, como conta o engenheiro florestal do IPÊ, Paulo Roberto Ferro.
“O projeto piloto nos deu a chance de avaliar quais são as espécies prioritárias para serem cultivadas no viveiro, quais são aquelas que as comunidades costumavam ter em seus quintais e que não têm mais, além de apoiar os moradores com as técnicas aplicadas em viveiro, para que o cultivo dê certo. Por enquanto, instalamos um como experimento, mas já identificamos que o modelo de produção tem muito potencial, porque a comunidade já se adaptou à atividade”.
Além do viveiro, o plano piloto desenvolveu capacitações em coleta de sementes e roçados para restauração produtiva nas comunidades Bela Vista do Jaraqui, Tatuyo e Nova Esperança, beneficiando 30 pessoas ao todo. “Alguns moradores passaram a mudar o entendimento sobre o uso do solo. Por exemplo, usando conhecimento dos Sistemas Agroflorestais, usando as folhas como adubo e produzindo com mais variedade em seus quintais, beneficiando não só a produção deles mas a biodiversidade local”, explica Paulo.

Nas pequenas áreas de roçado implementadas, 5 hectares ao todo no plano piloto, foram plantadas mudas de jatobá, ingá, açaí e caju. São plantas que podem ser utilizadas por meio de manejo pelos moradores, enriquecendo seus quintais, servindo de espaço para a fauna e criando sombra nos roçados. A coleta de sementes na floresta vai alimentar esses viveiros e ajudar a semear espécies de difícil acesso.
O objetivo agora é dar continuidade ao projeto, aplicando atividades de manejo e os quintais agroflorestais, além de ampliar a coleta de sementes e os viveiros comunitários, que podem servir, em médio prazo como atividade de geração de renda para as comunidades e locais para educação socioambiental na Amazônia.
O projeto piloto é uma iniciativa da Unidade de Negócios Sustentáveis do IPÊ. Quer ver mais projetos como esse acontecendo? Seja um parceiro.