Os estudos do IPÊ sobre a Anta Brasileira (Tapirus terrestris) passaram a incluir, desde março deste ano, novas áreas no Cerrado, em Mato Grosso do Sul. A cerca de 300 quilômetros da capital Campo Grande, as pesquisas da Iniciativa Nacional para Conservação da Anta Brasileira (INCAB) irão avaliar o impacto de diferentes ameaças às antas no bioma. Os novos dados irão aumentar o conhecimento sobre a espécie em mais uma importante área natural.
Este é mais um importante passo no trabalho de pesquisa sobre a anta brasileira, que já é realizado há quase 20 anos pelo IPÊ. Um dos grandes resultados desses anos de pesquisa é a formação do inédito e mais completo banco de dados sobre a espécie, com informações fundamentais para o planejamento de ações regionais e nacionais para a sua conservação.
As pesquisas sobre a anta brasileira já passaram pela Mata Atlântica, na região do Pontal do Paranapanema (de 1996 a 2008), e continuam acontecendo no Pantanal do Mato Grosso do Sul (desde 2008).
“Na Mata Atlântica, analisamos os impactos da fragmentação de habitat. No Pantanal, fizemos uma análise das populações em vida natural, com poucas ameaças. Agora, no Cerrado, vamos analisar como a questão dos atropelamentos, o avanço da agricultura em larga escala (soja e cana), pecuária de alta densidade, caça e muitas outras ameaças presentes impactam a vida e consequentemente a sobrevivência da espécie”, afirma Patrícia Medici (foto), pesquisadora do IPÊ e coordenadora da Iniciativa.
A expansão do projeto para o Cerrado foi possível a partir do Continuation Funding Awards, premiação recebida pela pesquisadora em 2014 por meio da organização britânica Whitley Fund for Nature (WFN).