Instituto vai apresentar projetos como o Navegando Educação Empreendedora na Amazônia, Escolas Climáticas e jogos educativos sobre conservação socioambiental e mudanças do clima
Comunidade mobilizada, alunos propondo soluções locais no contexto das mudanças climáticas, empreendedores com negócios sustentáveis fortalecidos e com aumento da renda são apenas alguns dos resultados obtidos pelos projetos do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas a partir da educação. Os caminhos trilhados, as oportunidades no contexto atual e os desafios serão compartilhados por cerca de 10 educadores do IPÊ durante o VIII Congresso Internacional que será realizado de 21 a 25 de julho, na sede da Fundação Matias Machline, em Manaus/AM. As inscrições para o Congresso podem ser feitas no site oficial do evento até 19 de julho, o valor varia de acordo com o perfil do participante e com a data da inscrição.
A programação terá início no dia 21 de julho com o Simpósio Prática em Debate: Três décadas de Educação Ambiental, do IPÊ, das 14:00 às 18:00, na sede da Fundação Matias Machline. Para participar do Simpósio do Instituto, que é gratuito, as inscrições estão encerradas, no entanto, há chances de vagas remanescentes no dia do evento.
Educação Ambiental ao longo do tempo: conceitos e práticas (painel 1)
Entre os destaques do Simpósio está o Programa de Conservação do Mico-leão-preto realizado na Mata Atlântica da região do Pontal do Paranapanema, no estado de São Paulo e que influenciou os trabalhos na área de educação nos demais biomas como Cerrado, Pantanal e Amazônia. “Claudio (Padua, co-fundador do IPÊ) logo no início percebeu que não seria o suficiente saber tudo sobre o mico-leão-preto, se a comunidade não estivesse também envolvida e mobilizada, algo feito a partir do meu trabalho com educação ambiental para crianças, jovens e adultos”, explica Suzana Padua, presidente, co-fundadora do IPÊ e participantes do painel. Anos mais tarde esse projeto, um dos mais longevos do Brasil, deu origem ao IPÊ. A educação ambiental no projeto teve sequência com o trabalho de Gracinha Sousa (também confirmada para o painel), Aline Souza, com educação e formação de comunidades (Projeto Corredores de Vida) e desde 2019 é realizado por Vinícius Pereira (Projeto de Conservação do Mico-leão-preto) ambos prestigiarão o evento.

Educador conversa com crianças e jovens sobre a importância da biodiversidade
Andrea Pupo, coordenadora de educação ambiental dos projetos Semeando Água e Escolas Climáticas, vai contar sobre como os aprendizados do primeiro projeto do IPÊ influenciaram o trabalho dela na região do Sistema Cantareira e sobre as inovações propostas pela equipe que ela está à frente. O painel contará ainda com Prof. Zysman Neiman (Unifesp – Universidade Federal de São Paulo).

Os desafios e possibilidades da educação ambiental climática (painel 2)
No período da tarde entre 16:30 e 17:30, Andrea Pupo (IPÊ), Irene Carniatto (Unioeste – Universidade Estadual do Oeste do Paraná) e Rebeca Sena (IPÊ) vão discutir sobre a educação ambiental climática no contexto dos desafios atuais. A moderação será de Isabela Volpato (IPÊ). Já Rebeca Sena está à frente da parte técnica no projeto Navegando Educação Empreendedora na Amazônia, realizado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Puranga Conquista, na região do Baixo Rio Negro. Na prática, Rebeca e a equipe contribuem para que empreendedores da floresta Amazônica fortaleçam os negócios, a partir da aliança entre conservação da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável.
O projeto Navegando Educação Empreendedora mapeou 300 negócios na Unidade de Conservação e identificou cerca de 50 com potencial de crescimento. Desses, 21 foram selecionados e passaram por orientação de profissionais voluntários que apoiaram os empreendedores em desafios sobre logística, comunicação, marketing, infraestrutura e contabilidade. Até esse momento, 12 iniciativas receberam investimento semente para o aprimoramento dos negócios.

Valorização de insumos locais, cadeias mais curtas de produção, foco no turismo de base comunitária, formação em gestão de negócios sustentáveis estão entre as estratégias fomentadas pelo projeto que está entre as iniciativas realizadas pelo IPÊ na região do Baixo Rio Negro, onde o IPÊ celebra, em 2025, 25 anos de história.
Exposição reunirá materiais de educação dos projetos do IPÊ
Entre 15:30 e 16:30, os participantes terão a possibilidade e conferir exposição com uma série de materiais desenvolvidos na esfera dos mais diversos projetos do IPÊ nessas três décadas. São jogos, cartilhas, manuais do professor, livros e capítulos de publicações abordando metodologias participativas de educação para conservação, propostas de atividades práticas, além de animações que mostram os caminhos já percorridos para levar informações a mais pessoas, incluindo multiplicadores desse conhecimento.
Educação ambiental e ação local: respostas à emergência climática, justiça ambiental, democracia e bem viver (tema central do Congresso)
Já na programação do Congresso, no dia 21 de julho das 08:00 às 12:00, com local a confirmar pela organização do evento, Andrea Pupo e Isabela Volpato vão realizar a Oficina Mural do Clima para servidores da Secretaria Estadual do Meio Ambiente. A aplicação de uma ferramenta didática criada na França em 2018 e já replicada em mais de 50 países. Nesse modelo de Oficina os participantes interagem por meio das provocações de um jogo de 42 cartas com informações científicas extraídas dos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o IPCC, na sigla em inglês.
Mural do Clima é uma ferramenta estratégica da educação ambiental e climática
Andrea Pupo, coordenadora do projeto Escolas Climáticas e à frente do Mural do Clima durante do evento, comemora a aplicação da ferramenta em um Congresso voltado para educadores. “É sempre muito gratificante ter a oportunidade de ministrar essa Oficina em um Congresso de Educação, afinal educadores são multiplicadores de conhecimento. O Mural até tem um gabarito, mas o mais rico, sem dúvida, é a vivência que o jogo possibilita. De forma lúdica, os participantes ampliam e muito o conhecimento sobre o tema, o formato de jogo possibilita que dúvidas sejam esclarecidas e os desafios e possíveis soluções aprofundados.”
Estratégias da educação ambiental
Estão previstas mais três apresentações do IPÊ – que integram o grupo de Comunicação Oral. Uma delas é o Jogo Paisagem em Ação: ludicidade aplicada à educação ambiental Climática, com Beatriz Cardoso (ESCAS/IPÊ); Vanessa Silveira (IPÊ) e Andrea Pupo (IPÊ). A dinâmica será realizada no dia 23 de julho entre 14:00 e 18:00 durante a sessão 10. Trata-se de um jogo de tabuleiro desenvolvido no contexto do projeto Educação, Paisagem e Comunidade, uma parceria entre IPÊ e ESCAS, que traz os conceitos de conectividade, restauração ecológica, agroecologia, conservação do solo e dos recursos hídricos. Os jogadores representam equipes que colaboram para restaurar uma paisagem rural degradada. A cada rodada, eles enfrentam desafios e tomam decisões que refletem em transformações na paisagem expressas no tabuleiro, somando pontos em indicadores de Clima, Comunidade e Biodiversidade.
A segunda apresentação será Escolas Climáticas – uma abordagem prática e integrada para enfrentar as mudanças climáticas com Andrea Pupo e Isabela Volpato em 22 de julho sessão 4 – entre 14:00 e 18:00. Mais de 3.000 estudantes, de cinco escolas públicas, são beneficiados pelo projeto Escolas Climáticas com ações de educação ambiental e climática. A criação de Coletivos Socioambientais nas escolas públicas é o ponto de partida para o planejamento e gestão das ações de sustentabilidade a serem implementadas em cada escola. Os coletivos são formados por estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, professores, corpo administrativo, funcionários e comunidade local. A equipe de educação ambiental do IPÊ fornece suporte aos coletivos por meio da destinação de recursos, formação, apoio técnico e assistência durante todo o processo de seleção e realização das ações – como a criação de hortas agroecológicas, coleta seletiva de resíduos sólidos, compostagem de resíduos orgânicos e salas de aula ao ar livre.

Escolas Climáticas leva educação ambiental para alunos dentro e fora da sala de aula
Já na terceira apresentação, Experiência da criação do Centro Interinstitucional de Educação, Agroecologia e Sociobiodiversidade na região dos Pontões Capixabas classificada como suscetíveis à desertificação, Vanessa Silveira e Isadora Ruttul vão compartilhar o potencial de formações para pequenos agricultores e da articulação entre os atores que influenciam o uso do solo na região para promover o planejamento, gestão e restauração da paisagem, visando aumentar a resiliência da região frente às mudanças climáticas. A atividade ocorrerá no dia 23/07 entre 14:00 e 18:00.
Compartilhando e trocando conhecimentos
Educação está no DNA do IPÊ. Apenas quatro anos após sua fundação, o IPÊ criou o CBBC – Centro Brasileiro de Biologia da Conservação (1996) que cresceu e em 2011 tornou-se a ESCAS, a Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade, abrigando todos os cursos do IPÊ: Mestrado Profissional, Pós-graduação e os cursos de curta duração. Só com a educação formal, o IPÊ alcançou mais de 8.500 pessoas, incluindo alunos do exterior a partir de parcerias com universidades estrangeiras. A Escola também concedeu 447 bolsas de estudo, com apoio de doadores. “Para a ESCAS/IPÊ participar de um evento como esse representa a oportunidade de mostrar na prática o potencial da educação. Tanto na formação de profissionais atuantes, quanto de lideranças; ambos com potencial de promover transformações para enfrentar os desafios climáticos atuais nos territórios”, destaca Eduardo Badialli, coordenador de cursos da ESCAS. Outra frente da ESCAS se refere à atuação via a iniciativa Integração, Paisagem e Comunidade, que em parceria com o IPÊ atua para a transformação de paisagens e territórios a partir da educação, tendo em vista uma realidade mais justa e sustentável.
Serviço
VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa
21 a 25 de julho de 2025
Sede da Fundação Matias Machline, em Manaus (AM)
Evento integrado
Simpósio Prática em Debate: Três décadas de Educação Ambiental
Iniciativa do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas
21 de julho: 14:00 às 18:00
Sede da Fundação Matias Machline, em Manaus (AM)
Inscrições encerradas. Há chance de vagas remanescentes no dia do evento. Gratuito.