2024 foi o ano mais quente da história e a última década foi a mais quente de todas as já registradas. Resultados do estudo divulgado no dia 10 de janeiro de 2025 pelo Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas, observatório europeu, apontaram também para outra constatação importante: pela primeira vez a temperatura média da Terra ultrapassou o limite de 1,5°C (acima dos níveis pré-industriais), considerado pelos cientistas como seguro para evitarmos e conseguirmos reverter os prejuízos sobre a vida na Terra causados pelas mudanças do clima. Esse limite, inclusive, foi estipulado pelo Acordo de Paris, na COP21, Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, para tentar estabilizar o aquecimento, com metas de redução de emissão de gases de efeito estufa (GEE) para os países signatários.
O observatório e outras organizações de monitoramento do clima global ECMWF, NASA, NOAA, UK Met Office, Berkeley Earth e a Organização Meteorológica Mundial (OMM) acompanharam os principais indicadores climáticos registrando temperaturas diárias, mensais e anuais sem precedentes ao longo de 2024. De acordo com os resultados, as alterações ambientais provocadas pelas atividades humanas que emitem GEE continuam sendo a principal causa das temperaturas extremas do ar e da superfície do mar, além de outros fatores como o El Niño contribuíram para as temperaturas incomuns observadas durante o ano.
O aquecimento global que impulsiona as mudanças climáticas já causa perdas de vidas, perdas econômicas, culturais e sociais. Eventos extremos como secas, inundações, ondas de calor, incêndios, serão cada vez mais frequentes, como temos visto em situações recentes como as enchentes no Rio Grande do Sul, a seca dos rios da Amazônia e Pantanal do ano passado, ou os incêndios da Califórnia neste início de 2025.
Para além de planejamentos, orçamentos adequados bem direcionados e ações efetivas que possam apoiar populações e ambientes na recuperação de eventos climáticos extremos, é preciso a implementação de práticas preventivas para reduzir os impactos que as mudanças do clima causam atualmente. A conservação da biodiversidade é uma das ações prioritárias para isso.
A restauração de áreas florestais é fundamental neste momento que vivemos de emergência climática. Ao restaurar áreas com espécies diversas e nativas, é possível recuperar a capacidade ecológica desses locais, atrair espécies da fauna dispersoras de sementes que contribuem com o “plantio” de novas árvores, conservar espécies de flora e fauna ameaçadas de extinção, além de capturar carbono da atmosfera, apoiando a regulação climática e outros serviços da natureza como a polinização e produção de água.