Inpa e IPÊ realizam Semana Nacional de Ciência e Tecnologia para ribeirinhos na Amazônia
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Considerado o maior evento do Brasil na área de divulgação científica, pela primeira vez a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) foi realizada para as comunidades ribeirinhas do Amazonas. Em uma parceria entre Inpa – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e o IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, e com apoio da SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Amazonas e Ampa – Associação Amigos do Peixe-Boi, foram realizadas atividades lúdicas e informativas para os jovens e atividades formativas que gerem renda para os adultos.
As atividades aconteceram de 22 a 26 de outubro nas comunidades do baixo Rio Negro (AM): comunidade do Baixote e Pagodão, da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Puranga Conquista, e a comunidade de São Sebastião, na Área de Proteção Ambiental (APA) Aturiá Apuazinho.
A edição teve como proposta engajar as comunidades do baixo Rio Negro em um evento científico de nível nacional. A medida dá chance de multiplicar o conhecimento das pesquisas da biodiversidade com a população local e também é um meio de ouvir essas pessoas e trocar aprendizados.
“A premissa dos projetos do IPÊ é o envolvimento comunitário na gestão de Unidades de Conservação, especialmente em uma região como a Amazônia. Então, ajudar a realizar essa semana de ciência e tecnologia tem muita relação com nossa missão. A Ciência precisa ser acessível para todos. E também existe o outro lado, uma sabedoria enorme da população ribeirinha que precisa ser ouvida pelos cientistas e técnicos. Momentos como esta semana são de grandes aprendizados não só para as comunidades como para nós, que trabalhamos com essas informações mais técnicas”, afirma Virgínia Bernardes, pesquisadora do IPÊ no projeto Monitoramento Participativo da Biodiversidade, iniciativa que apoiou o evento.
Parceria e atividades
Na programação, jogos e brincadeiras lúdicas de insetos aquáticos, oficinas de origami e o tradicional jogo de pescaria, além de uma exposição interativa de abelhas. Para o público infanto-juvenil, oficinas de reciclagem; prevenção de doenças tropicais, com foco em malária e dengue; e identificação e preparo de alimentos a base de PANCs – Plantas Alimentícias Não Convencionais. Além das oficinas e jogos, os comunitários participaram de rodas de conversa e cine-fóruns, debatendo diversos temas ambientais com destaque para as pesquisas e projetos desenvolvidos pelo Inpa.
(Com informações do Inpa)
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“Quando a Angela Pellin (IPÊ) nos propôs a ida ao Congresso Latino-americano de Áreas Protegidas nós literalmente ‘piramos’ com as possibilidades disso. Tivemos receio da responsabilidade e da grandiosidade do Congresso claro, mas pensamos em tudo que poderia acontecer de bom a partir disso e resolvemos nos mobilizar, por meio da articulação do IPÊ e dos Parques Nacionais da Colômbia. Faltavam ainda outros membros do Instituto Mapinguari, Adriane e Yuri. A solução para a participação deles foi fazer uma campanha no Instagram e no Facebook para arrecadar doações e assim cobrir os nossos gastos urgentes com passagem e hospedagem. Tivemos um retorno muito bom, tanto que ela acabou também nos ajudando com alimentação e transporte nos dias de viagem.
Empreendedor socioambiental no setor de reciclagem, Roger trouxe para o público algumas lições que teve no seu caminho para a construção de uma cooperativa que hoje funciona com 20 catadores de materiais recicláveis que realizam uma Gestão Integrada de Resíduos. Para ele, a liderança para transformação socioambiental só é possível, quando se está aberto à escuta. “Tem uma leitura de contexto trabalhosa e curiosa. Empreender socialmente é diferente de olhar nicho de mercado, para além da oportunidade. É olhar para contexto, relações, empatia. Não existem soluções prontas. Eu passei por isso, perdi anos achando que eu tinha a resposta para o problema, mas eu aprendi que tem que gastar muita sola de sapato, ouvir muito e trabalhar junto. Meu principal aprendizado foi deixar a ideia de soluções prontas para os problemas, para ter soluções criadas em conjunto”, afirma. Carlos Klink, que também já foi secretário do ministério do meio ambiente, concorda, e vai além. Para ele, os profissionais desse setor precisam ter a comunicação como base de seus trabalhos e de sua atuação. “Temos que aprender com as mudanças no mundo, saber estabelecer redes, definir quais são as instituições importantes para manter relacionamento. Os jovens líderes têm que aprender conteúdo, mas têm que saber como vão lidar com esse conteúdo, como vou solucionar problemas e interagir com meus colegas coletivamente. E também saber comunicar pra além do campo meramente técnico, com os públicos diversos. É importante ter a informação, mas saber o que fazer com ela, como engajar e como fazer com que ela tenha sentido. Isso é um aprendizado continuado”, disse.
O Mestrado Profissional da ESCAS tem um histórico ligado fundamentalmente ao IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas. Tendo a Educação como um de seus pilares, o Instituto criou inicialmente o Centro Brasileiro de Biologia da Conservação, para compartilhar o conhecimento desta área com mais profissionais do Brasil e do mundo. O centro de estudos cresceu e, a partir da criação do Mestrado Profissional, passou a se chamar ESCAS, abrigando cursos livres e de pós graduação.