Pular para o conteúdo
  • IPÊ
    • Sobre o IPÊ
    • Missão
    • Nosso Credo
    • Governança
    • Staff Senior
    • Ipeanos
    • Estratégias
    • Apoiadores e Parceiros
    • Prêmios
    • Imprensa
    • Onde Estamos
    • Nossos Resultados
    • Relatórios Anuais
    • Seja nosso Parceiro
  • Doe Agora
    • Doe Florestas
    • Por que doar?
    • Arredonde Suas Compras
    • Doe com PayPal ou Conta Corrente
    • Doações internacionais
    • Adote uma Espécie
    • Proteja o Sistema Cantareira
  • Notícias
    • Últimas Notícias
  • Projetos
    • Baixo Rio Negro
    • Nazaré Paulista
    • Pantanal e Cerrado
    • Sul da Bahia
    • Pontal do Paranapanema
    • Projetos Temáticos
      • Voluntariado para Conservação
      • Pesquisa e Desenvolvimento / P&D
      • Áreas Protegidas
      • Integração Escola e Comunidade
      • Projeto Escolas Climáticas
      • Paisagens climáticas
      • Centro de Educação e Cooperação Socioambiental para o Clima
  • Negócios Sustentáveis
    • Marketing Relacionado a Causas
    • Cases de MRC
    • Modelos de Parcerias
    • Iniciativas para Doação
  • Soluções em Educação
    • Escas
    • Mestrado Profissional
    • Pós-graduação
    • Cursos de Curta Duração
  • Publicações
    • Flora Regional
    • Boas Práticas em UCs
    • Atlas Cantareira
    • Artigos Científicos
    • Séries Técnicas, Guias e Outros Materiais
  • Estatuto
  • Código de Ética
  • Parcerias Públicas
  • Fale Conosco
  • Português
    • Inglês

Pesquisas para conservação do Mico-Leão-Preto

22 de fevereiro de 2019 Por Paula Piccin

::cck::480::/cck::
::introtext::

 

O IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas comemora, em 2019, os 35 anos de trabalho em favor da conservação dessa espécie. Os esforços acontecem na região do Pontal do Paranapanema, extremo oeste de SP, por meio do Programa de Conservação do Mico-Leão-Preto. Ali, pesquisas científicas sobre comportamento e saúde da espécie são complementadas por atividades de mobilização da comunidade, educação ambiental e restauração florestal, que garantam a sobrevivência dos micos em longo prazo. O Instituto é o responsável por dados científicos que são utilizados na composição de políticas públicas para a proteção desse animal, como na criação da Estação Ecológica Mico-Leão-Preto (ESEC-MLP).

Outra ação relevante para a conservação do mico-leão-preto foi o estabelecimento do maior corredor de floresta restaurada do Brasil. Como a Mata Atlântica no Oeste de São Paulo é extremamente fragmentada em pequenas áreas de mata, os animais sofrem com o isolamento, correndo riscos de se extinguir por falta de hábitat, de alimento e de pares reprodutivos. Uma das iniciativas do IPÊ foi justamente plantar um corredor de mata que conecta duas grandes áreas florestais na região do Pontal do Paranapanema, a ESEC-MLP e o Parque Estadual Morro do Diabo. Com 2,7 milhões de árvores nativas, o corredor tem cerca de 20 quilômetros de extensão e é uma estratégia para que os animais possam transitar em uma área mais ampla, aumentando as chances de abrigo, alimentação e reprodução.

O Corredor da Mata Atlântica, como é chamado, já é percorrido por diversas espécies, inclusive de mamíferos de grande porte como a onça e a anta, segundo pesquisas com armadilhas fotográficas. O uso da área pelos micos já é investigado, porém, como a espécie utiliza ocos de árvores como abrigo contra predadores, e as árvores do corredor são muito recentes e ainda não os possuem, os pesquisadores do IPÊ testam atualmente ocos artificiais em algumas áreas próximas a este corredor, para verificar a aderência do animal aos novos abrigos. O acompanhamento desses ocos tem mostrado o sucesso da estratégia com dois grupos já usando os ocos artificiais. Logo eles também se beneficiarão desses abrigos na área reflorestada.

 

::/introtext::
::fulltext::::/fulltext::

Categorias Notícias Deixe um comentário

IPÊ participa de atividades de avaliação e validação do Programa Monitora

21 de fevereiro de 2019 Por Paula Piccin

::cck::477::/cck::
::introtext::

 

Participante do Programa Monitora, do ICMBio, por meio do projeto Monitoramento Participativo da Biodiversidade em Unidades de Conservação (UCs) da Amazônia, o IPÊ esteve presente em diferentes eventos que avaliaram e validaram atividades do programa, no mês de fevereiro, em Brasília. Os eventos, chamados de Oficinas, buscam melhorar os modelos de monitoramento executados pelo Programa em favor da Amazônia.

A IV Oficina de Análise de Dados dos Alvos Globais do Componente Florestal trouxe contribuições muito importantes e possibilidades de avanços na conservação do bioma. Foram discutidos, por exemplo, como devem ser avaliados os dados coletados pelos projetos do programa, relacionados a plantas, mamíferos, aves e borboletas. Com relação às plantas, como já existem dados importantes e algumas análises de composição e densidade populacional das árvores, eles já  serão utilizados no manejo do fogo em algumas UCs.

No caso de aves e mamíferos, pesquisadores do programa relataram o desafio de encontrar animais de grande porte, e a medida a ser tomada agora é aumentar o esforço amostral, o número de animais encontrados. Nesse sentido, quanto maior a quilometragem percorrida, maior será a quantidade de animais avistados, para análises mais robustas. Já para o monitoramento de borboletas, será considerado agora o uso do Software de Ciência Cidadã (I-Naturalist), para que os animais coletados sejam identificados de maneira simples e por meis pessoas. 

A gestão dos dados coletados pelos projetos que fazem parte do Monitora também passou por uma discussão. Mais de 30 pessoas entre servidores do ICMBio (COMOB, COPEG, COTEC, Centros de Pesquisa e Conservação – CBC, CEPTA, CEPAM, CENAP), profissionais do IPÊ e das empresas de tecnologia Necto e SkyMarket participaram da Oficina de Validação do Sistema de Gestão de Dados do Monitora.

Durante o encontro, foram apresentadas as premissas, os modelos de tela, as etapas de cadastro das unidades amostrais, os monitoramentos, os fluxos, as opções de entrada de dados, as ferramentas de validação e testes, dentre outros aspectos que envolvem a gestão de dados de biodiversidade. Debates e trabalhos em grupo ao longo da Oficina possibilitaram diálogo, esclarecimento de dúvidas, ajustes e definições do sistema de gestão, com funcionalidades definidas e projetado para atender às necessidades e demandas dos protocolos Florestal, Aquático, Continental e Campestre Savânico, além de estar preparado para recever novos protocolos no futuro. 

Esta iniciativa recebe o apoio de Gordon and Betty Moore Foundation, USAID e Programa ARPA.

 

 

::/introtext::
::fulltext::::/fulltext::

Categorias Notícias Deixe um comentário

ARTIGO Prioridades para a conservação na Mata Atlântica: um trabalho a diversas mãos e mentes

28 de junho de 202321 de fevereiro de 2019 Por Paula Piccin

 

Prioridades para a conservação na Mata Atlântica: um trabalho a diversas mãos e mentes

Clinton Jenkins – coordenador da iniciativa de avaliação de Áreas Prioritárias da Mata Atlântica (IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas)
Angela Pellin – pesquisadora (IPÊ-Instituto de Pesquisas Ecológicas)

No dia 18 de dezembro de 2018, foi assinada a Portaria no Ministério do Meio Ambiente (MMA) Nº 463/2018* que reconheceu a atualização das Áreas Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira, ou Áreas Prioritárias para a Biodiversidade, relacionadas aos biomas Mata Atlântica, Amazônia, Pampas, Zona Costeira e Marinha. Mas como são definidas as áreas prioritárias?

Uma área prioritária para biodiversidade é uma área geográfica identificada com uma alta importância biológica, e onde existe um balanço positivo entre as oportunidades e os obstáculos para conservação. As oportunidades estão ligadas aos elementos que facilitam a manutenção de biodiversidade, por exemplo, a quantidade de floresta ou a presença de ações de conservação, enquanto os obstáculos estão relacionados às dificuldades para implementar ações de conservação, como uma área de desmatamento ilegal ou alta densidade de estradas e centros urbanos. Na prática, a ideia é maximizar os ganhos para a biodiversidade, selecionando as áreas mais relevantes do ponto de vista biológico, sem deixar de considerar aspectos socioeconômicos e o contexto local. Para cada uma das áreas prioritárias são recomendadas ações estratégicas tais como a criação de Unidades de Conservação (protegidas por lei), pesquisa, educação ambiental, fiscalização, adequação ambiental, entre outras.

Ao longo de 2017 e 2018, nos dedicamos ao desenho de um novo mapa de áreas prioritárias para a conservação na Mata Atlântica. Os dados que serviram de base para a definição dessas áreas, contendo informações consistentes só foram possíveis de ser consolidados devido ao envolvimento de um time de profissionais de diversas organizações que desenvolvem pesquisas em biodiversidade e conhecem de perto a realidade socioambiental no bioma. A metodologia participativa desse processo permitiu isso. Sociedade civil, universidades, centros de pesquisa, representantes governamentais, empresas e cidadãos comuns puderam participar de pelo menos uma das cinco etapas que envolveram esse grande levantamento: Consulta Pública para avaliar a última atualização das Áreas Prioritárias; Definição de alvos e metas para conservação; Definição da superfície de custo; Definição da superfície de oportunidades; e Definição das áreas e ações prioritárias para a conservação, uso sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade na Mata Atlântica.

Merece destaque o estabelecimento dos alvos de conservação. Dentro do grupo de aves, répteis, anfíbios, peixes, mamíferos e vegetação, foram apontadas aquelas que são espécies ameaçadas, de distribuição restrita, endêmicas (que só ocorrem na Mata Atlântica), espécies da flora raras e espécies da flora exploradas pelo extrativismo, entre outras. Além da biodiversidade de fauna e flora, foram consideradas as áreas já identificadas como prioritárias para a conservação do patrimônio espeleológico e dos serviços ecossistêmicos. Isso foi possível graças às pesquisas científicas já produzidas, que garantem a seriedade e os acertos no momento de escolher tais alvos para conservação.

Utilizamos um planejamento envolvendo a análise de dados de uma maneira sistemática e replicável. Foram identificadas áreas que, juntas, conseguem proteger a maior parte da biodiversidade com a menor dificuldade possível. Isso é uma ferramenta que ajuda a tomar decisões melhores, sendo mais eficiente com recursos e transparente com os dados e processos. Uma grande vantagem é que ela não considera opiniões individualmente, mas sim do conjunto, visto que segue regras nas análises e colaborações pré-definidas pelos grupos participantes. Nesse sentido, é uma forma de incluir as contribuições de muitas pessoas antes do resultado final, evitando surpresas.

A atualização concluída em 2018 foi a segunda no Brasil. Para a Mata Atlântica, avançamos muito desde a atualização que aconteceu em 2007. Foi possível incorporar dados biológicos em dez vezes mais alvos de biodiversidade comparado ao processo anterior, ou seja, as espécies, ecossistemas, e outros componentes da biodiversidade do bioma. Também foi possível avançar em relação à metodologia, usando uma abordagem sofisticada para considerar fatores socioeconômicas na escolha das áreas. Isso evita conflitos desnecessários nos processos de conservação. Tudo isso, com foco nos investimentos para obter resultados mais eficientes em conservação.

A elaboração de bancos de dados e registros detalhados de todo o processo trazem mais confiabilidade aos resultados. A partir de agora será possível compreender exatamente quais são os elementos que se destacaram na escolha de cada uma das áreas prioritárias selecionadas. Além de maior transparência, isso permite que essa ferramenta possa ser incorporada por outras ações de gestão ambiental como a priorização de pesquisas e o próprio licenciamento.

Uma grande contribuição desse processo foi realmente o de envolver os diversos segmentos da sociedade em busca de estratégias para a conservação de um dos biomas mais ameaçados do planeta. O processo foi enriquecedor para todos os participantes e, certamente desta forma, o resultado tem mais chance de ser viável em sua aplicação prática. Com o novo mapa de áreas prioritárias, temos uma ferramenta que serve para um planejamento espacial mais eficaz, que vai indicar onde são necessários investimentos para conservação e uso sustentável da biodiversidade da Mata Atlântica, em benefício não só da natureza de forma isolada, mas de toda a sociedade, que depende do bioma de forma direta e indiretamente.

*O segundo processo de Atualização das Áeas Prioritárias foi conduzido pelo Departamento de Conservação de Ecossistemas (DECO) da Secretaria de Biodiversidade do MMA. Contou com vários parceiros como o IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, para a atualização na Mata Atlântica, a Conservação Internacional, na Zona Marinha e Costeira, a WWF e o Museu Emílio Goeldi, na Amazônia e o Instituto Curicaca, nos Pampas. O MMA ficou responsável pela integração entre os resultados de todos os biomas. Esse processo será revisado novamente em cinco anos.

Arquivos dos resultados das áreas prioritárias estão disponíveis no hotsite do MMA, http://areasprioritarias.mma.gov.br.

 

Categorias Notícias Deixe um comentário

Mata Atlântica tem novo mapa de áreas prioritárias para conservação

28 de junho de 202321 de fevereiro de 2019 Por Paula Piccin

A segunda atualização das Áreas Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade dos biomas Mata Atlântica, Amazônia, Pampas, Zona Costeira e Marinha foi concluída. O trabalho (publicado na Portaria MMA / Nº 463/2018) foi realizado pelo Departamento de Conservação de Ecossistemas (DECO) da Secretaria de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e contou com vários parceiros de organizações socioambientais e da sociedade civil na sua elaboração.

O resultado pode ser encontrado no site do MMA: http://areasprioritarias.mma.gov.br.

O IPÊ conduziu a criação do novo mapa de áreas prioritárias para a conservação da Mata Atlântica, que foi feito de modo participativo. Sociedade civil, universidades, centros de pesquisa, representantes governamentais, empresas e cidadãos comuns puderam participar de pelo menos uma das cinco etapas que envolveram esse grande levantamento: Consulta Pública para avaliar a última atualização das Áreas Prioritárias; Definição de alvos e metas para conservação; Definição da superfície de custo; Definição da superfície de oportunidades; e Definição das áreas e ações prioritárias para a conservação, uso sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade na Mata Atlântica.

Clinton Jenkins, coordenador da iniciativa pelo IPÊ, afirma que esta avaliação contou com um processo muito mais completo para destacar as informações necessárias de cada organização, cientista, representante da sociedade civil participante. “Um componente essencial de um processo participativo é a validação dos resultados com as pessoas que participaram na construção do processo. Baseada na análise de dados e as ajustes recomendados por especialistas, essas áreas prioritárias atingem as metas para conservação de 99% dos alvos do processo. Junto com as ações recomendadas por as especialistas para cada área, avançamos muito no planejamento para a conservação do bioma”, afirma.

A seleção de áreas prioritárias para a conservação é um instrumento de política pública para apoiar a tomada de decisão, de forma objetiva e participativa, no planejamento e implementação de ações para conservação da biodiversidade brasileira, tais como a criação de unidades de conservação (UC), licenciamento, fiscalização e fomento ao uso sustentável. As regras para identificação de Áreas e Ações Prioritárias foram instituídas pelo Decreto nº 5.092/2004.

“Esperamos que os resultados deste processo possam ser utilizados como uma ferramenta que contribua para um sistema de planejamento mais eficaz, no qual investimentos e esforços, tanto do governo quanto da iniciativa privada, sejam aplicados para subsidiar uma estratégia espacial que promova ações integradas de conservação e uso sustentável da biodiversidade da Mata Atlântica”, afirmou Mateus Motter Dala Senta, analista ambiental do Departamento de Conservação de Ecossistemas, Secretaria de Biodiversidade do MMA.

Angela Pellin, pesquisadora do IPÊ, destaca que um mapa feito de forma participativa tem muito mais chance de ser viável em sua aplicação prática. “Temos uma quantidade muito maior de informações espacializadas subsidiando o exercício. Conseguimos incluir de forma bastante objetiva na análise, os custos e oportunidades que dificultam ou facilitam a conservação para auxiliar na seleção das áreas prioritárias. Com isso temos um mapa de áreas prioritárias mais refinado e adequado ao contexto, e portanto, com maior possibilidade de implementação”, afirma.

O trabalho para criação do novo mapa foi desenvolvido no âmbito do Projeto Biodiversidade e Mudanças Climáticas na Mata Atlântica, coordenado pelo MMA no contexto da Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável Brasil-Alemanha, parte da Iniciativa Internacional de Proteção do Clima (IKI) do Ministério Federal do Meio Ambiente, Proteção da Natureza e Segurança Nuclear (BMU) da Alemanha. O projeto também conta com o apoio técnico da Deutsche Gesellscha fürInternaonale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH e tem apoio financeiro do Banco de Fomento Alemão (KfW), por intermédio do Fundo Brasileiro para Biodiversidade (Funbio).

Categorias Notícias Deixe um comentário

Encontro de Saberes: Comunidades e pesquisadores analisam resultados de Monitoramento Participativo na Resex Cazumbá-Iracema

19 de fevereiro de 2019 Por Paula Piccin

::cck::473::/cck::
::introtext::

O Projeto Monitoramento Participativo da Biodiversidade (MPB), implementado pelo IPÊ em 17 Unidades de Conservação da Amazônia, encerrou mais um ciclo com as devolutivas para as comunidades que participaram da iniciativa, realizada em parceria com o ICMBio.

O chamado “Encontro de Saberes” reuniu mais de 120 pessoas entre monitores, membros da comunidade e representantes do ICMBio, IPÊ, Embrapa, WWF e Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Sena Madureira, na Reserva Extrativista (Resex) do Cazumbá-Iracema (Acre). Participaram também comunitários de pelo menos três localidades da Resex: Cazumbá, Cuidado, Alto Caeté e Iracema.

Ali, pesquisadores e monitores apresentaram para a comunidade os resultados do monitoramento que tem sido feito e, junto com a comunidade, definiram as conclusões e próximos passos do trabalho.

Esse momento de devolutiva faz parte do processo participativo de monitoramento e enriquece os resultados do projeto. Por exemplo, os pesquisadores notaram uma queda no numero de determinadas espécies de animais, e não conseguiam entender o motivo. Em conversa na comunidade com os monitores, souberam que os tabocais – florestas de bambu onde vivem esses animais – haviam morrido, e concluíram que os animais poderiam ter saído dos locais do monitoramento.

“Um evento como esse é muito importante porque ele agrega saberes. A gente tem a visão das pessoas técnicas, especialistas, e tem a visão dos monitores e extrativistas aqui da comunidade. Outra coisa muito importante e que ainda há alguma dúvida sobre o que é o monitoramento por parte das pessoas que não fazem parte da comunidade. Assim eles podem conhecer o que é feito. Por exemplo, se o monitoramento mostrar que o número de porquinhos esta diminuindo, eles podem escolher não caçar o porquinho por um ano. Eles têm esses acordos de caça aqui na comunidade”, contou Ilnaiara Sousa, pesquisadora local do IPÊ.

Na Resex Cazumbá-Iracema, são feitos os monitoramentos do protocolo Florestal – que acompanha mamíferos, aves, borboletas e plantas lenhosas. Além disso, a comunidade escolheu monitorar os castanhais como alvo complementar.

Francisco “Gabarito”, morador de Cazumbá não faz parte do projeto, mas achou interessante participar do evento: “Eu não estava por dentro desse assunto. A gente não sabia da realidade, como funcionava, o que trazia de bom pra gente. E hoje eu descobri toda a vantagem e tudo que tem de bom, a riqueza que se tem se a gente cuidar. Hoje eu pude aprender, porque não tinha ideia da importância que tinha esse monitoramento”, afirmou.

O evento é parte da Construção Coletiva de Aprendizados e Conhecimentos, uma consolidação de resultados do MPB. “O CCAC traz uma das suas questões fundamentais, a busca por uma gestão compartilhada. A gestão participativa também esta um pouco por trás desse processo, porque o monitoramento trás um monte de informação. Que pode servir para a efetividade da gestão e também para a organização local. E para isso a gente precisava fazer os saberes conversarem. Reunir os saberes da academia, da comunidade, dos gestores para construir um entendimento novo”, explicou Leonardo Rodrigues, consultor do IPÊ responsável pela iniciativa.

O MPB é apoiado por Gordon and Betty Moore Foundation, USAID e Programa ARPA.

::/introtext::
::fulltext::::/fulltext::

Categorias Notícias Deixe um comentário

Bióloga brasileira é ganhadora de prêmio internacional por trabalho em ecologia de estradas

19 de fevereiro de 2019 Por Paula Piccin

::cck::472::/cck::
::introtext::

 

A bióloga Fernanda Abra é uma das vencedoras do Prêmio Future for Nature 2019, pelo seu trabalho com Ecologia de Estradas. Fernanda atua como voluntária na INCAB-IPÊ – Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira, do Instituto de Pesquisas Ecológicas. A premiação é da organização holandesa Future for Nature (FFN), que apoia jovens conservacionistas comprometidos com a conservação de espécies animais e vegetais. O reconhecimento exalta o compromisso desses indivíduos com o futuro da conservação da natureza em nosso planeta. “Por meio de sua liderança, esses indivíduos inspiram e mobilizam comunidades, organizações, governos, investidores e o público em geral”, segundo a FFN.

Oito conservacionistas de vários países do mundo foram selecionados para a final e três deles levaram o prêmio: Fernanda (Brasil), Divya Karnad (Índia) e Olivier Nsengimana (Ruanda).

O prêmio oferece aos vencedores reconhecimento internacional, um apoio financeiro de 50.000 euros para realizar um projeto que faça parte de seu trabalho e os apresenta a uma rede internacional de conservacionistas e oportunidades adicionais de financiamento. A cerimônia de entrega acontecerá em maio, em Arnhem, na Holanda.

“Eu me sinto muito feliz em trabalhar pela conservação de espécies incríveis, como a anta, o tamanduá-bandeira, o lobo-guará, a onça-pintada e outros canídeos e felídeos brasileiros, e ser orientada e apoiada por pesquisadores e conservacionistas tão respeitados. Estou muito emocionada e honrada em receber o Prêmio Future for Nature. Isso ajudará muito a expandir meus esforços e fazer a diferença na conservação da incrível biodiversidade Brasileira”, agradece Fernanda.

A bióloga, de 32 anos, se interessa pela área de Ecologia de Estradas desde 2009. Reduzir os impactos das rodovias nas espécies de mamíferos brasileiros é seu principal objetivo de vida. Fernanda também é co-fundadora da empresa ViaFAUNA, uma empresa de consultoria ambiental especializada no manejo da fauna silvestre em rodovias, ferrovias e aeroportos. Fernanda está na fase final de terminar seu doutorado na Universidade de São Paulo. Sua pesquisa é focada na problemática dos atropelamentos de fauna nas rodovias do estado de São Paulo e suas implicações para a conservação biológica, a segurança humana e a economia.

Além de seu trabalho acadêmico e de consultoria, Fernanda também é voluntária como especialista em Ecologia de Estradas em alguns projetos de conservação como a INCAB-IPÊ e o Projeto Bandeiras e Rodovias (IPÊ e ICAS – Instituto de Conservação de Animais Silvestres), bem como também é responsável pela coordenação de Grupos de Trabalhos ligados ao impacto de transportes nos Planos de Ação Nacionais do ICMBIO para canídeos, felinos e ungulados ameaçados de extinção, incluindo espécies icônicas como o lobo-guará, raposa-do-campo, onça-pintada, onça-parda e anta brasileira.

“Fernanda desempenha um papel fundamental na conservação das espécies brasileiras de mamíferos, pois sabe medir a extensão do impacto dos atropelamentos e, mais importante, sabe como criar estratégias para a mitigação desses impactos. Fernanda realiza trabalhos de campo em condições adversas ao longo das rodovias e também participa de reuniões técnicas e políticas com profissionais e autoridades de agências ambientais e de transporte. Ela é extremamente versátil e sabe manter essa ligação entre o mundo lá fora e as salas de reuniões”- afirma Patrícia Medici, coordenadora da INCAB-IPÊ, Presidente do Grupo de Especialistas em Anta da IUCN/SSC e uma das primeiras vencedoras do Prêmio FFN, em 2008.

Na INCAB, Patrícia e Fernanda trabalham em parceria para a mitigação dos impactos dos atropelamentos de anta nos biomas Pantanal e Cerrado no estado do Mato Grosso do Sul. Desde 2015, vêm compilando informações sobre os atropelamentos de antas no estado e desenvolvendo Planos de Mitigação para rodovias nos âmbitos estadual e federal. Fernanda também prestou assessoria à equipe em Inquérito Civil e Ação Civil Pública requerendo ao Estado a urgente implementação de medidas de mitigação ao longo da rodovia MS-040.

 

::/introtext::
::fulltext::::/fulltext::

Categorias Notícias Deixe um comentário

Acesse o Guia de Voluntários e o Guia de Gestão das Unidades de Conservação

14 de fevereiro de 2019 Por voluntariadoicmbio-mosuc

::cck::471::/cck::
::introtext::

Implementado pelo ICMBio em 2009, o Programa de Voluntariado é uma importante estratégia para a proteção das Unidades de Conservação brasileiras. A iniciativa passou por uma atualização em 2016, quando contou amplamente com a parceria do IPÊ para o desenvolvimento de ações estruturantes, como planejamento estratégico, o desenho da identidade visual, a elaboração do Guia de Gestão e o Guia de Voluntários, além de outros materiais para fortalecimento do programa e sua ampliação. 

GUIA DE GESTÃO DIGITAL

GUIA DE VOLUNTÁRIOS DIGITAL 

 

::/introtext::
::fulltext::::/fulltext::

Categorias Notícias Deixe um comentário

IPÊ e Fundação Florestal iniciam Plano Operacional para Conectividade florestal no Oeste Paulista

30 de janeiro de 2019 Por Paula Piccin

::cck::470::/cck::
::introtext::

Um dos grandes gargalos na proteção ambiental no Oeste do estado de São Paulo é a falta de conexão entre as manchas de floresta que restaram após as grandes perdas sofridas nesta região de Mata Atlântica, especialmente após a década de 50. A distância entre os fragmentos impede a circulação da fauna e reprodução de espécies (animais e flora) e aumentam a vulnerabilidade dessas manchas florestais ao fogo e a outros efeitos, elevando os riscos de degradação do bioma. O avanço de diversas atividades (agricultura, pecuária, indústria e urbanização) sobre as áreas florestais remanescentes, tem mostrado a urgência da tomada de medidas que restabeleçam a paisagem local e contribuam para a proteção da biodiversidade, dos recursos hídricos e da mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

Pesquisadores do IPÊ, Fundação Florestal, e SIMA (Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do estado de SP), junto com organizações da sociedade civil, reuniram-se no último dia 29 para discutir o Plano Operacional para Conectividade entre Unidades de Conservação e Áreas Protegidas no Oeste Paulista. O plano faz parte de um projeto que tem por objetivo definir estudos que possam fundamentar ações para a ampliação e a criação de outras áreas especialmente protegidas, em uma região prioritária para a conexão das atuais UCs (estaduais e federais) em longo prazo.

Atuantes na região, Apoena e Reserva da Biosfera (MAB/Unesco) também participaram do encontro, levando a público os seus trabalhos locais. As organizações estarão presentes com o IPÊ no desenvolvimento das próximas quatro oficinas planejadas até o final de maio.

“Nossa ideia é reunir o conhecimento sobre conexão florestal entre esses participantes. O plano vai gerar informações técnicas extremamente atualizadas que funcionarão como subsídios para que governo, sociedade civil e academia possam promover ações para reconectar Unidades de Conservação e áreas protegidas da porção paulista do Corredor de Biodiversidade do Rio Paraná, seja por meio de políticas públicas, projetos de restauração, entre outras medidas”, afirma Simone Tenório, coordenadora da iniciativa do IPÊ.

Embora a região seja de extrema importância, sua cobertura vegetal ainda é baixa, mesmo sendo com a presença de três Unidades de Conservação: os parques estaduais Morro do Diabo, Rio do Peixe e Rio Aguapeí e a Estação Ecológica Mico-Leão-Preto (ICMBio).

“Esse plano consolidará os estudos sobre meios físico, biótico, social e fundiário, e definirá propostas para ampliação e criação de novas áreas protegidas. Para promover a conectividade entre essas áreas estamos elaborando propostas de restauração utilizando modelos e metodologias de restauração florestal, levando em consideração a necessidade de sustentabilidade econômica dos proprietários rurais”, finaliza Simone.

Mapa para conexão

Um dos estudos pioneiros sobre a conectividade florestal no Oeste Paulista é o chamado Mapa dos Sonhos para reconexão da paisagem no Pontal do Paranapanema. A iniciativa do IPÊ aponta quais as principais áreas para se estabelecer ações de restauração florestal que sejam benéficas para a biodiversidade. O mapa parte do princípio que de nada adianta realizar restauração por meio de Reservas Legais, se estas não contribuem para a conexão da floresta e manutenção da vida da fauna de dela depende.

O estudo do mapa também ajudou a orientar o desenho do Corredor de Mata Atlântica plantado pelo instituto e que conecta as unidades de conservação Parque Estadual Morro do Diabo e Estação Ecológica Mico-Leão-Preto, com o objetivo de ampliar a área de uso e aumentar as chances de sobrevivência de espécies ameaçadas como o mico-leão-preto (símbolo do Estado de São Paulo).

O mapa será um dos mecanismos utilizados na criação deste plano conjunto.

::/introtext::
::fulltext::::/fulltext::

Categorias Notícias Deixe um comentário

Brumadinho e as licenças ambientais

29 de janeiro de 2019 Por Paula Piccin

::cck::469::/cck::
::introtext::

(Texto originalmente publicado na Folha de S.Paulo) 

Mais uma vez os brasileiros se deparam com um acidente causado por uma mineradora, a Vale, afetando de maneira imperdoável o meio ambiente e condenando dezenas de pessoas à morte e a perdas irreparáveis. Os resultados, bem sabemos na prática desde a tragédia de Mariana, impactam não só os envolvidos diretamente, como trazem perdas à biodiversidade e poluições múltiplas que prejudicam a saúde e a qualidade de vida de milhares de pessoas.

A cena se repete porque o descaso se repetiu, e a ameaça não se restringe a esse evento, mas a outros em diversos locais onde megaempreendimentos foram realizados por esta e outras empresas, que precisam olhar com mais rigor para as consequências de suas atividades no que tange à integridade socioambiental. 

O desastre que nos custa vidas, entretanto, não necessariamente ensina como deveria. Não aprendemos com os eventos duramente vivenciados, e tudo pode piorar com a perspectiva anunciada de flexibilização dos licenciamentos ambientais em benefícios de empresas por meio de acordo com governos nas esferas estadual e federal, que exploram recursos naturais em todo nosso país.

Não é possível imaginar o que poderá acontecer se o autolicenciamento for implantado como política pública, pois os danos tenderão a ser ainda mais graves. Se com procedimentos de licenciamento mais rigorosos que visam exatamente controlar e evitar tais tragédias, elas ainda ocorrem, o que esperar com menor rigor técnico que evite licenciar empreendimentos que podem representar maiores riscos?

Na Amazônia, por exemplo, áreas protegidas em Unidades de Conservação e terras indígenas ficariam ainda mais vulneráveis, especialmente por ser região cobiçada por seus minérios, que poderão ser explorados de forma questionável, caso o afrouxamento das licenças ambientais venha a ser realidade. É inconcebível ampliar os riscos das águas dos rios mais volumosos do mundo, se forem perdidas por uma contaminação devastadora como a que aconteceu em Minas Gerais.

Atualmente, alçadas injustamente ao posto de vilãs, como instituições que barram o desenvolvimento econômico do país, as organizações socioambientais sem fins lucrativos possuem conhecimentos técnicos e experiência de longo prazo para preverem as ameaças aos ambientes que são explorados de maneira insustentável. Agem junto aos órgãos ambientais para salvaguardar a integridade ambiental e trazer maior equilíbrio à qualidade de vida humana nos locais onde esses empreendimentos ocorrem.

As ONGs, como são chamadas, atuam não para atrapalhar e empatar o progresso, mas para garantir a verdadeira sustentabilidade socioambiental em longo prazo, em benefício da coletividade. Muitas trabalham para que essa flexibilização não ocorra, com vistas a preservar a vida seja de gente, florestas e animais, evitando mais Marianas e Brumadinhos. É preciso que a sociedade brasileira esteja atenta ao papel fundamental dessas organizações frente aos desafios ambientais que afetam a vida de todos e que seja mais uma frente de apoio na cobrança por maior seriedade no cumprimento das leis.

Em um país com uma das maiores riquezas biológicas e abundantes recursos naturais, temos falhado também de forma abundante. Não bastam discursos em cenários internacionais proeminentes proclamando que nos preocupamos com essa riqueza, se não nos comprometermos com ela. Falta a percepção de que somos natureza e dela dependemos para termos uma vida sadia e em equilíbrio.

Lamentamos profundamente todo esse episódio devastador, nos solidarizamos com as famílias envolvidas, mas esperamos, acima de tudo, que as leis sejam mais severas, ao contrário das propostas vigentes de afrouxamento. Que os crimes ambientais sejam tratados com a seriedade que merecem e que a sociedade não venha a pagar um preço tão alto pela irresponsabilidade de nossos tomadores de decisão.

 
Suzana Padua

Doutora em desenvolvimento sustentável pela UnB e presidente do IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas)

Paula Piccin

Jornalista e coordenadora de comunicação do IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas)

 

::/introtext::
::fulltext::::/fulltext::

Categorias Notícias Deixe um comentário

Tartarugas da Amazônia ganham mais uma chance de sobrevivência na Rebio do rio Trombetas

23 de janeiro de 2019 Por Paula Piccin

::cck::468::/cck::
::introtext::

 

A temporada 2018 de solturas de Tartaruga-da-Amazônia (Podocnemis expansa) terminou com uma grande celebração, na Reserva Biológica (Rebio) do Rio Trombetas, no Pará. Comunidades locais, profissionais e parceiros do Projeto Quelônios do rio Trombetas (PQT), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, reuniram-se no lago Jacaré para soltura de 5.050 tartarugas, as últimas que nasceram ainda no ano passado. 

Ao todo, em 2018, foram soltas no rio 27.862 tartarugas-da-Amazônia, devido os esforços de 27 famílias moradoras da Rebio, que atuam como monitoras da biodiversidade nesta Unidade de Conservação.

O ICMBio trabalha para a proteção dos quelônios na região há quase 40 anos, por meio de um projeto que monitora as tartarugas do rio Trombetas e busca dar a elas uma maior chance de sobrevivência. Desde 2003, o projeto teve o nome renovado para PQT e incluiu o componente de educação e participação social por meio da aproximação dos gestores da UC com a comunidade local, que possui forte ligação cultural com os quelônios. O convívio com as tartarugas-da-Amazônia é passado de geração para geração, assim como o consumo era bastante comum entre os moradores da margem do Trombetas. Hoje, porém, a tartaruga-da-Amazônia encontra-se em risco de extinção devido principalmente à caça ilegal de ovos e de tartarugas para fins de comercialização.

A Reserva Biológica do Rio Trombetas, de 407.759,21 hectares (mais de 4 mil quilômetros quadrados), foi criada em 1979, com a prioridade de assegurar a proteção da tartaruga-da-Amazônia, já que era a área com maior registro de fêmeas desse quelônio no bioma. Entretanto, segundo dados levantados pelo ICMBio, no decorrer dos anos percebeu-se que a população de filhotes de tartaruga diminuiu de 600 mil para 30 mil, conta Carolina Marcondes Moura, coordenadora do PQT. “A área era a que tinha maior concentração de fêmeas de tartarugas-da-Amazônia. Desovavam entre cinco a oito mil fêmeas a cada temporada, no final da década de 70. O monitoramento começou quando houve a criação da Rebio e da Flona (Floresta Nacional Saracá-taquera), estabelecidas após a instalação da mineradora MRN (Mineração Rio do Norte), que faz a exploração de bauxita na região”, disse.

Em 2017, o IPÊ passou a ser um dos parceiros da iniciativa, por meio do projeto Monitoramento Participativo da Biodiversidade, presente em mais 16 UCs da Amazônia,  junto com o ICMBio, realizando capacitações e mobilizações das comunidades pela conservação da fauna e da flora no bioma. Com o PQT, o IPÊ atua efetivamente como incentivador e promotor de capacitação, buscando melhorar e facilitar o monitoramento das tartarugas pelas famílias. Assim como nas outras UCs, os levantamentos sobre a biodiversidade são feitos pelos comunitários, seguindo um protocolo estabelecido pelo ICMBio para que os dados possam ser utilizados de maneira eficiente, visando à conservação.

“O protocolo é uma padronização de coleta de dados. Pretende-se que seja efetuada igualitariamente por todos os participantes do monitoramento . Em 2018, fizemos com o IPÊ o primeiro curso de capacitação com as famílias que monitoram as tartarugas. A ideia é que possamos melhorar o sucesso de eclosão de ovos dos ninhos e também facilitar aos monitores a forma de registro dessas observações. Na capacitação também foi discutido não só como os ovos devem ser coletados, como também a forma de acompanhar a eclosão e o registro do número de filhotes, de ninhos naturais e transferidos”, afirma Deborah Castro de Lima, gestora da unidade.

A bióloga do IPÊ, Virginia Bernardes, conduz o trabalho de capacitação do projeto de Monitoramento Participativo da Biodiversidade no local. “Essa reciclagem das pessoas que realizam o monitoramento é muito importante. É o fio condutor do nosso trabalho e a oportunidade que temos de ouvir a comunidade em comentários acerca de melhorias passíveis em benefício do monitoramento. Ao mesmo tempo, aprendemos muito com eles, por terem experiência, visto que há muito tempo conhecem o comportamento da espécie. Essa troca enriquece e fortalece o relacionamento entre todos os envolvidos em prol da conservação das tartarugas”, afirma.

 

Comunidades mudam-se de casa para monitorar

Chocadeiras - Foto: Carolina Moura

Todos os anos, 27 famílias deslocam-se voluntariamente de suas casas nas comunidades para acompanhar de perto a desova dos quelônios nos chamados tabuleiros. A função dos monitores é a verificação da segurança dos ninhos nos locais de desova ou se precisam ser manejados para uma área com menos risco de sobrevivência (as chocadeiras – foto). Os riscos para os ovos são elevados seja devido ao nível do rio, que pode impedir a evolução dos filhotes, mas principalmente por causa da predação, seja ela natural, pela fauna local, ou pelo próprio ser humano. Em suas casas temporárias, entre agosto e dezembro, os monitores garantem a vigília até que os filhotes ganhem vida e sejam transferidos para um abrigo até o dia da soltura no rio. As solturas também acontecem em locais mais adequados para garantir a sobrevivência dos filhotes.

“Antes morriam muitos filhotes. A gente foi melhorando conforme foi pegando experiência”, afirma Raimundo Barbosa, que coordenou durante seis anos o monitoramento junto da sua comunidade, do lago Erepecu. O monitor afirma que, embora a média anual de ninhos esteja em torno dos 520 nos últimos três anos, sente uma melhora na quantidade de tartarugas avistadas. “A gente vê que teve uma melhora, sim. Vemos elas no rio, coisa que antes não acontecia. Mas a gente luta pra ter a produção, porque se deixar, some tudo”, afirma ele, que divide tal esforço com a mulher Dulcineia. “A gente trabalha por amor, cuidando pra que não acabe. Porque se deixar solto (sem monitoramento e proteção) acaba mesmo. Por isso que a gente tá aqui”, diz ela.

Os monitores atuais já são antigos moradores da Rebio e se preocupam com a continuidade do projeto por meio da participação dos mais jovens. “A gente leva as crianças pra perto do trabalho da gente. Elas vão de manhã pra escola, mas à tarde conseguem acompanhar o que a gente faz. É importante eles terem essa noção e conhecer como é a tartaruga, como saber coletar e transportar os ninhos. Serão eles que vão continuar esse nosso trabalho depois de uns anos”, diz a monitora Clelia de Jesus.

Cada família recebe do ICMBio todos os materiais necessários para conduzir esse monitoramento, de gasolina a coletes de voluntariado. Até mesmo os barcos escolares são direcionados para as casas provisórias na época da desova, garantindo o deslocamento de toda a família de forma a não prejudicar as atividades rotineiras. Ainda que o trabalho seja voluntário, as famílias recebem um auxílio de cestas básicas, doadas por meio da parceria do ICMBio com a mineradora local.

“Esse projeto não seria possível sem parcerias. Quando ampliamos o trabalho para a participação social, tivemos o ARPA como apoiador. Também temos a parceria com a MRN e agora com o IPÊ, que além de financiar, nos dá a chance de receber apoio técnico, por intermédio de Virgínia Bernardes, coordenadora do protocolo de Quelônios Amazônicos  que traz periodicamente informações para as capacitações. É um aprendizado vindo de muitas mãos”, complementa Deborah.

O Projeto Monitoramento Participativo da Biodiversidade tem parceria do ICMBio, Fundação Gordon e Betty Moore e USAID.

 

 

::/introtext::
::fulltext::::/fulltext::

Categorias Notícias Deixe um comentário
Post mais antigas
Post mais recentes
← Previous Page1 … Page104 Page105 Page106 … Page178 Next →

Posts Recentes

  • Multilateralismo na sociobioeconomia foi tema de debate na Casa IPÊ durante a COP30 
  • COP30: Três pontos relevantes da Bioeconomia e Sociobioeconomia para acompanhar 
  • Projeto Escolas Climáticas lança plataforma com metodologia sistematizada que possibilita dar escala à iniciativa  
  • Como é planejado um corredor ecológico? 
  • Projeto Corredores de Vida formaliza grupo de trabalho para fortalecer protagonismo feminino na restauração florestal  

Publicações

  • dezembro 2025
  • novembro 2025
  • outubro 2025
  • setembro 2025
  • agosto 2025
  • julho 2025
  • junho 2025
  • maio 2025
  • abril 2025
  • março 2025
  • fevereiro 2025
  • janeiro 2025
  • dezembro 2024
  • novembro 2024
  • outubro 2024
  • setembro 2024
  • agosto 2024
  • julho 2024
  • junho 2024
  • maio 2024
  • abril 2024
  • março 2024
  • fevereiro 2024
  • janeiro 2024
  • dezembro 2023
  • novembro 2023
  • outubro 2023
  • setembro 2023
  • agosto 2023
  • julho 2023
  • junho 2023
  • maio 2023
  • abril 2023
  • março 2023
  • fevereiro 2023
  • janeiro 2023
  • dezembro 2022
  • novembro 2022
  • outubro 2022
  • setembro 2022
  • agosto 2022
  • julho 2022
  • junho 2022
  • maio 2022
  • abril 2022
  • março 2022
  • fevereiro 2022
  • janeiro 2022
  • dezembro 2021
  • novembro 2021
  • outubro 2021
  • setembro 2021
  • agosto 2021
  • julho 2021
  • junho 2021
  • maio 2021
  • abril 2021
  • março 2021
  • fevereiro 2021
  • janeiro 2021
  • dezembro 2020
  • novembro 2020
  • outubro 2020
  • setembro 2020
  • agosto 2020
  • julho 2020
  • junho 2020
  • maio 2020
  • abril 2020
  • março 2020
  • fevereiro 2020
  • janeiro 2020
  • dezembro 2019
  • novembro 2019
  • outubro 2019
  • setembro 2019
  • agosto 2019
  • julho 2019
  • junho 2019
  • maio 2019
  • abril 2019
  • março 2019
  • fevereiro 2019
  • janeiro 2019
  • dezembro 2018
  • novembro 2018
  • outubro 2018
  • setembro 2018
  • agosto 2018
  • julho 2018
  • junho 2018
  • maio 2018
  • abril 2018
  • março 2018
  • fevereiro 2018
  • janeiro 2018
  • dezembro 2017
  • novembro 2017
  • outubro 2017
  • setembro 2017
  • agosto 2017
  • julho 2017
  • junho 2017
  • maio 2017
  • abril 2017
  • março 2017
  • fevereiro 2017
  • janeiro 2017
  • dezembro 2016
  • novembro 2016
  • outubro 2016
  • setembro 2016
  • agosto 2016
  • julho 2016
  • junho 2016
  • maio 2016
  • janeiro 2016
  • dezembro 2015
  • novembro 2015
  • outubro 2015
  • setembro 2015
  • agosto 2015
  • julho 2015
  • junho 2015
  • maio 2015
  • abril 2015
  • março 2015
  • fevereiro 2015
  • janeiro 2015
  • dezembro 2014
  • novembro 2014
  • outubro 2014
  • setembro 2014
  • agosto 2014
  • julho 2014
  • junho 2014
  • maio 2014
  • abril 2014
  • março 2014
  • fevereiro 2014
  • janeiro 2014
  • dezembro 2013
  • novembro 2013
  • outubro 2013
  • setembro 2013
  • julho 2013
  • junho 2013
  • maio 2013

Categorias

  • Áreas Protegidas
  • Baixo Rio Negro
  • Boas Práticas
  • Cases de MRC
  • Centro de Educação e Cooperação Socioambiental para o Clima
  • COP-16 Agenda
  • COP16
  • COP30
  • Cursos
  • Depoimentos
  • Doe
  • Home
  • Iniciativas para Doação
  • IPÊ
  • IPÊ
  • ipe em movimento
  • Não categorizado
  • Negócios Sustentáveis
  • Notícias
  • Paisagens Climáticas
  • Pesquisa e Desenvolvimento
  • Pontal do Paranapanema
  • Projetos
  • Projetos Temáticos
  • publicacoes
  • ra.2022
  • Relatórios Anuais
  • Uncategorised
A implementação do kmspico em sistemas educacionais ou corporativos permite uma utilização mais racional dos recursos e apoia iniciativas de proteção ambiental. Você pode download ativador kmspico com segurança agora mesmo.

Onde Estamos

Rod. Dom Pedro I, km 47
Nazaré Paulista, SP, Brasil
Caixa Postal 47 – 12960-000
Tel: (11) 3590-0041

Mapa para o IPÊ
Escritórios
Ouvidoria

Redes Sociais

  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Youtube
  • Linkedin

Política de Privacidade
Programa de Privacidade
Políticas de Cookies

Termos de Uso | Estatuto
Copyright © Ipê – Instituto de Pesquisas Ecológicas.
Email: ipe@ipe.org.br

  • Português
  • English (Inglês)
kraken onion kraken darknet kraken tor
A implementação do kmspico em sistemas educacionais ou corporativos permite uma utilização mais racional dos recursos e apoia iniciativas de proteção ambiental. Você pode download ativador kmspico com segurança agora mesmo.