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Mais de 60 organizações do Nordeste do país estão entre as iniciativas fortalecidas diretamente pela SER – organização sem fins lucrativos – que tem entre seus fundadores o economista Juca Ulhôa Cintra Paes da Cunha. Em geral, as instituições beneficiadas são associações de base comunitária com foco em comunidades de baixa renda. Juca explica que a SER, desde 2014, tem como objetivo contribuir com o desenvolvimento territorial. “A SER atua a partir da formação de lideranças e do fomento ao empreendedorismo. Nessa direção, o primeiro passo é a escuta ativa, seguida da formação, contamos o que temos a oferecer, um programa de formação institucional desenhado com as próprias organizações. E, finalmente, o terceiro passo com o monitoramento e avaliação. O objetivo é potencializar, fortalecer o que tem de bom, sem descartar o que precisamos colocar na mesa para discutir e melhorar”.
Juca atuava há anos no sul da Bahia quando ingressou no Mestrado Profissional da ESCAS. Além de contribuir com projetos de monitoramento dos planos municipais de recuperação e conservação da Mata Atlântica, Juca também já estava envolvido com projetos na Caatinga. “Com a abertura das inscrições para o Mestrado vi a oportunidade de aprofundar o diálogo entre a ecologia e a economia com enfoque na região – algo que iniciei no Trabalho de Conclusão em Economia. Na academia, são ciências que historicamente não conversam e decidi que me dedicaria a essa dialética economia / ecologia.”
Direto da Caatinga
Juca conta que o trabalho do projeto Adapta Sertão, da Redeh – Rede de Desenvolvimento Humano, esteve presente em sua vida por oito anos. “Em um primeiro momento atuei como consultor individual, levei essa questão para o mestrado como pesquisador e em um terceiro momento o Projeto contratou a SER com o objetivo de avançar com as cooperativas”.
Na tese do Mestrado Proposta de Caminho Metodológico ao Zoneamento Ecológico Econômico do Território Bacia do Jacuípe/Bahia, Juca apresenta os resultados obtidos a partir do Roteiro Metodológico da Oficina Mapa Ecológico Econômico. “O mestrado contribuiu com o desenvolvimento de uma ferramenta de mapeamento participativo da paisagem: o mapa falado. A partir do desenvolvimento da cartografia social trabalhamos o senso de pertencimento, o comprometimento com o território e o reconhecimento da interdependência – a construção de uma visão sistêmica, que vai além dos territórios. Enquanto grupo é possível entender, por exemplo, a função social de cada cooperativa, a partir da localização no mapa, no território”, explica o egresso do Mestrado Profissional em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável da ESCAS.
Três anos após conclusão do mestrado, a equipe do Adapta Sertão contratou a SER para desenvolver e implementar uma metodologia para modelagem e formação de uma rede de colaboração entre as cinco cooperativas participantes: Coopsertão, Coopaita, Coopofite, Cooap e Coopes. Segundo Juca, mais de 500 famílias participaram do projeto e mais de 800 agricultores familiares concluíram o processo de formação. A iniciativa desenvolveu 10 novos produtos de impacto socioambiental positivo e remodelou 06 produtos.
“Com essas ações conseguimos aumentar a renda de cada família em cerca de meio salário mínimo. Trabalhamos, por exemplo, com o desenvolvimento de uma bebida vegetal de licuri (uma castanha da região), com carne de ovino e caprino, polpas de frutas como umbu, cajá, seriguela e também beneficiamos as produções de sequilhos e de requeijão. Tivemos também o aumento da produção de hortaliças e vegetais para comercialização nas feiras locais, a partir de um uma nova gestão do uso da água nas propriedades”, explica.
Monitoramento de impacto
Na esfera nacional, desde 2015, a SER já realizou ao menos três projetos em parceria com o Fundo Casa Socioambiental. Em um primeiro momento, a SER avaliou o Fortalecimento de Comunidades na Busca pela Sustentabilidade (2015-2016) sob o ponto de vista da inovação e do impacto de cerca de 110 projetos, nas cinco regiões do país.
De 2018 a 2020, a SER desenvolveu o Observatório Casa Cidades – ferramenta utilizada para o monitoramento de 150 projetos. “Trata-se de uma plataforma para os projetos de 10 regiões metropolitanas apoiados pelo Fundo CASA com a criação de uma série de indicadores. Realizamos uma formação específica para que as equipes dos projetos passassem a utilizar a ferramenta, o que se transformou em um programa de fortalecimento. A criação do observatório facilitou muito o envio dos relatórios para o CASA”.
De 2019 a abril de 2021, a SER elaborou o relatório interno de monitoramento de impacto dos 52 projetos apoiados pelo CASA Amazônia nas áreas de Defesa de Direitos, Consumo e produção sustentável, Impacto de Infraestrutura, Recursos Hídricos, Participação Social, Soluções em energia, entre outras frentes.
Conselheiro
Desde novembro de 2019, Juca migrou da linha de frente da SER para o Conselho Diretor e revela como tem sido essa nova fase. “Me sinto muito bem em estar nesse novo lugar, tenho a segurança de que não preciso estar no dia a dia da SER. Tem gente tocando, outras pessoas podem e estão dando sequência. Reforço que elas devem ficar à vontade para tomar decisões, mas sobretudo para contar comigo diante de qualquer momento de tensão. Neste ano, as pessoas que estão na linha de frente contrataram uma facilitadora para ajudá-las na elaboração do planejamento estratégico. Essa facilitadora me perguntou se eu achava que a SER caminhou para onde deveria e respondi que nunca pensei nisso. De coração, a SER caminhou para onde tinha que caminhar e isso me deixa muito feliz, o que importa é o caminho, a trajetória e isso tem sido incrível”.
Inscrições abertas para o Mestrado Profissional em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável da ESCAS até 19 de junho de 2021
Turma Nazaré Paulista/São Paulo
Em breve, inscrições abertas para a Pós-Graduação em Gestão de Negócios Socioambientais
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