A translocação realizada pelo Programa de Conservação do Mico-leão-preto também esteve em destaque no VI Workshop sobre Manejo Ex situ de Calitriquídeos, realizado neste mês, na sede do Centro Nacional de Primatas (CENP/IEC/MS), vinculado ao Ministério da Saúde, em Ananideua, no Pará.
O encontro que teve início em 2014 tem como foco contribuir com a conservação de espécies ameaçadas de saguis e micos no Brasil. Os saguis e os micos, da família de primatas Callitrichidae, são os menores macacos do mundo e o grupo mais diversificado entre os primatas do continente americano, são 10 gêneros e mais de 70 espécies. Cerca de 30 profissionais de mais de 20 instituições brasileiras – incluindo zoológicos, universidades, centros de resgate e agências governamentais participaram do evento.
Manejo de população na prática
Pesquisadores do Programa de Conservação do Mico-leão-preto estão acompanhando de perto dois grupos de mico-leões-pretos translocados: um em janeiro de 2024 e outro em janeiro de 2025. Os nove indivíduos têm como população fonte a do Parque Estadual Morro do Diabo (gerido pela Fundação Florestal), onde a estimativa é de 1.200 indivíduos. O novo endereço é um fragmento de Reserva Legal de 500 hectares, também na região do Pontal do Paranapanema. O objetivo da ação? Aumentar as chances de a população local do fragmento florestal, com menos de 20 indivíduos, continuar existindo no médio e longo prazo.
No workshop, Daniel Felippi, veterinário do Programa, compartilhou na apresentação Manejo Populacional do Mico-leão-preto no Pontal do Paranapanema as etapas do processo de translocação, desde as avaliações prévias ao manejo até os resultados já alcançados com o monitoramento pós-soltura. Também contou sobre os principais desafios e as lições aprendidas que podem orientar futuras ações de manejo.
“Esses momentos de troca são fundamentais para fortalecer a integração entre estratégias de conservação in situ (no habitat natural) e ex situ (fora do habitat, como zoológicos, por exemplo), unindo esforços em prol da proteção da biodiversidade”, contou Daniel.
