Apoiado pela TAM e Instituto OIKOS “Mico Caiçara, Floresta Preservada & Gente Animada” fortalece atividades tradicionais no litoral paulista
Por meio do projeto “Mico caiçara, floresta preservada & gente animada: é com turismo e arte que se paga!” o IPÊ promove junto aos moradores da Vila do Ariri, Cananeia (SP), uma série de atividades para o fortalecimento do Turismo de Base Comunitária (TBC). O projeto visa fortalecer a atividade de turismo alinhando ganhos de renda com proteção ambiental nesta região prioritária para a Mata Atlântica, localizada no Mosaico de Unidades de Conservação do Lagamar de Cananeia.
Em setembro, a comunidade participou da Capacitação em Cooperativismo junto com a Cooperativa de Ecoturismo de Guaraqueçaba (PR), a Cooperguará Ecotur. A oficina foi destinada aos moradores que já praticam o turismo comunitário ou que estão interessados em desenvolver a atividade.
Estão previstas para os próximos meses oficinas de culinária; condução ambiental/cultural; gestão de empreendimentos turísticos; artesanato; atendimento ao turista; introdução à língua estrangeira; e organização de eventos. O projeto planeja ainda promover uma viagem de intercâmbio para Guaraqueçaba (PR) a fim de que os comunitários conheçam como o TBC é realizado em outras áreas do Mosaico do Lagamar, e também realizar um roteiro-teste com os convidados na Vila do Ariri no sistema de “fan tour/press trip”.
Paralelamente a essas ações, o Instituto e os comunitários buscam novos atrativos para os turistas que visitam a região, como trilhas utilizadas pelo mico-leão-de-cara-preta – espécie símbolo do local. O projeto também vem buscando alternativas de fortalecimento das atividades tradicionais como o artesanato, bem como mobilizando parceiros para apoiar algumas expedições turísticas passando pela Vila do Ariri valorizando a prática de canoagem, mountain bike, trekking e birdwatching.
“Com o projeto, o IPÊ pretende garantir que a comunidade do Ariri se torne um destino turístico sustentável conhecido e visitado por pessoas amantes da natureza e interessadas em vivenciar e trocar experiências com o modo de vida dos caiçaras, agricultores familiares e quilombolas”, conta Gustavo Toledo, turismólogo do IPÊ.
Sobre o projeto
A iniciativa surgiu em resposta aos acordos das Econegociações de 2009 e 2013, quando a população e representantes locais reuniram-se junto com o IPÊ para traçar alternativas para um futuro mais sustentável da região. Uma das soluções apontadas como prioritárias para a geração de renda, e que traria benefícios a à população dessa rica área natural, foi o Turismo de Base Comunitária, que alinha ganhos financeiros à conservação da biodiversidade e da cultura caiçara e suas tradições. Assim, o IPÊ levou adiante a ideia de ajudar a promover um turismo feito pela própria comunidade, de forma justa (os ganhos são repassados sem intermediários) e de maneira condizente ao desenvolvimento sustentável local. O projeto é apoiado pela TAM e Instituto OIKOS e faz parte do Programa de Conservação do Mico-Leão-de-Cara-Preta, também do IPÊ.