Fotos: Ilana Bar/ Estúdio Garagem
Cerca de 100 jovens estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, que participam dos Coletivos Socioambientais de cinco escolas estaduais de Nazaré Paulista/SP, compartilharam aprendizados e aprofundaram conhecimentos sobre questões climáticas, durante a I COP do Clima Local realizada na sede do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, também em Nazaré Paulista/SP.
Andrea Pupo, coordenadora do Projeto, destaca que o evento trouxe uma série de insights para os próximos passos dos Coletivos Socioambientais nas escolas. “Os alunos estão com ainda mais ideias para contribuir com a conservação do meio ambiente e a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas”.
Programação
Durante o evento, todos os alunos tiveram a oportunidade de participar de cinco oficinas: Soluções para Regeneração do Planeta, com Fabiano Porto, do Instituto Regeneração Global; Experiência Circular, com Cinthia Maciel, do Instituto Orizon; Bioeconomia, com Lídia Duarte, do IPÊ; Casológica, com Rafael Greco da Casológica; e Ativismo Climático, com Paulo Galvão, do Engajamundo.
Na Oficina Regeneração do Planeta, Fabiano Porto, que está à frente do Instituto Regeneração Global, propôs uma dinâmica em que os alunos foram divididos em pequenos grupos. Cada grupo recebeu três cartas com soluções para regenerar o planeta e foi provocado a escolher uma. “Especialmente depois do ápice da pandemia temos um novo campo se abrindo”, destacou Fabiano em referências às iniciativas que apresentam soluções para regenerar o planeta. Cada grupo foi provocado a compartilhar porque escolheu determinada solução. Na sequência, Fabiano contou aos alunos mais detalhes sobre a iniciativa que atua naquela direção.
Na Oficina Experiência Circular, Cinthia Maciel destacou que a reciclagem deve ser considerada a última instância. “A gente pode partir para o desmonte das peças do celular, por exemplo, para que seja utilizado por outros equipamentos, em outro celular, por último vamos pensar na reciclagem que é esse processo de triturar, derreter os materiais e transformá-los em matéria para o desenvolvimento de outro produto”. O destaque ficou por conta da aplicação de um jogo em que os alunos discutiram os impactos da destinação incorreta dos materiais e qual seria o destino correto de cada um deles.
Na tenda de Bioeconomia, Lídia Duarte, do IPÊ, mostrou como é possível unir valorização da biodiversidade com geração de renda. “A partir de exemplos de negócios de Bioeconomia já existentes na região, mostramos que essa também é uma área com potencial de crescimento, incluindo, por exemplo, além da identificação e do trabalho realizado com produtos da biodiversidade da Mata Atlântica também a construção de espaços de turismo para valorização dos produtos da sociobiodiversidade. Para N. S. da S., aluna do 6º ano da Escola Estadual Profa Clélia de Barros Leite da Silva o evento correspondeu às expectativas. “Esse evento foi tudo o que eu esperava, aprendi bastante coisa, eu já sabia sobre alguns temas, mas durante o evento consegui me aprofundar no assunto. A Oficina de Bioeconomia sobre valorizar a natureza e assim ganhar dinheiro foi muito interessante”.
Rafael Greco, da Casológica, tratou do tema da compostagem. “No Brasil, apenas 1% dos resíduos orgânicos são compostados e precisamos mudar isso”, revelou Rafael o facilitador. Para a dinâmica com as turmas, Rafael promoveu uma conversa com direito a amostras de material compostado há 15 dias. “Gosto muito quando a equipe do projeto Escolas Climáticas visita a escola e realiza ações relacionadas à horta. Durante o evento, aprendi muito sobre compostagem”” C. H. de M. S., aluno do 8o ano, da Escola Estadual Profa Maria Eloíza Pinheiro Ramos.
Paulo Galvão, do Engajamundo, destacou a importância da juventude se apropriar de conhecimento e de se mobilizar. “Quando eu me movo, o mundo se move junto. Precisamos ser como um carro de som e ir passando a informação. Não estamos todos no mesmo barco. Quando a gente fala de justiça climática, a gente precisa falar de justiça social. Mais pessoas podem e precisam estar nos lugares de decisão”.
Vanessa Sette, professora especialista em currículo da Diretoria de Ensino de Bragança Paulista, enfatiza que os resultados do projeto e do evento também chegam às comunidades. “A melhor parte é essa troca entre alunos de diferentes escolas, já que cada escola se identifica com uma parte do projeto. Aqui eles também estão percebendo os resultados obtidos por escolas que realizam ações em diferentes frentes. O conhecimento obtido nas escolas também é levado para dentro de casa pelos alunos e assim acabam mudando hábitos familiares e da comunidade em que eles residem”.
Até o fim do mês, a equipe do projeto publicará um documento com as principais demandas levantadas pelos estudantes no evento que serão encaminhadas aos tomadores de decisão responsáveis por cada esfera: diretores de escola, prefeito e conselhos locais, por exemplo.