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Aproximar os alunos de escolas públicas da Ciência e estimular que eles testem as próprias hipóteses, com base em conhecimento científico, é a proposta de mais um trabalho do IPÊ- Instituto de Pesquisas Ecológicas, em Nazaré Paulista (SP). Até mesmo um aplicativo está em desenvolvimento especificamente para isso.
Na primeira semana de outubro, pesquisadores do IPÊ iniciaram a apresentação do projeto Ciência Cidadã nas Escolas Climáticas a educadores da rede pública de ensino de Nazaré Paulista. O projeto tem como público-alvo os alunos de 11 a 17 anos, mas com o potencial de mobilizar também os familiares dos estudantes e as comunidades do entorno das cinco escolas do município que contam gratuitamente com a ação Escolas Climáticas, do Projeto Semeando Água, uma realização do IPÊ, com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental e Governo Federal, e apoio do IAMAR – Instituto Alair Martins, braço social do Grupo Martins.
“Vejo a escola como o maior agregador de um bairro. Acredito que realizar pesquisa científica a partir das escolas, mobilizando educadores e alunos é uma maneira eficiente para monitorarmos um bairro inteiro. Se tivermos 100 pessoas de um bairro coletando informações ao mesmo tempo será algo inovador e com a Ciência Cidadã temos essa oportunidade”, afirma Pedro M. Pedro, pesquisador do IPÊ à frente do projeto Ciência Cidadã, uma realização do IPÊ em parceria com a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, e o apoio do Laboratório de Saúde Ambiental, da Faculdade de Saúde Pública da USP. O projeto é patrocinado pela Conservation, Food and Health Foundation.
Pesquisa na prática com… pernilongos
Com a proximidade do final do ano, com temperaturas mais elevadas e maiores volumes de chuva aumenta também a incidência de pernilongos – o ponto de partida dessa edição do projeto Ciência Cidadã voltado à aplicabilidade dos resultados. “A ideia é monitorar pernilongos, tanto aqueles que transmitem doenças como por exemplo a dengue, Aedes aegypti, mas também outras espécies que raramente são vetores de doenças, mas incomodam e podem chegar a comprometer a qualidade de vida, como o gênero Mansonia. A partir da identificação das espécies mais frequentes em cada bairro temos condição de pesquisar e dizer por que aquela espécie está presente e o que é preciso fazer para eliminá-la”.
Segundo o pesquisador, a ideia é a de que os alunos utilizem esses dados para o desenvolvimento de projetos. “O objetivo da Ciência Cidadã é que os alunos não apenas contribuam com a Ciência, mas também que produzam conhecimento, gerem dados, testem, hipóteses e analisem os resultados. Vamos iniciar uma ação não apenas de vigilância, mas de educação e estimulando o interesse pela ciência. Os estudantes terão a oportunidade de registrar, com a orientação dos professores e da equipe do projeto, essas descobertas em publicações científicas – esse é o meu sonho que o envolvimento deles vá além dessa pesquisa inicial”.
O pesquisador destaca ainda a importância do estudo diante das consequências das mudanças climáticas. “O monitoramento de pernilongos é especialmente relevante ao tema de mudanças climáticas porque a distribuição e comportamento de várias espécies é substancialmente impactado por alterações no clima, principalmente no regime de chuvas. Tendo em mente que essas mudanças podem também alterar a frequência e severidade de epidemias transmitidas por esses insetos, o monitoramento participativo desenvolvido neste projeto é cada vez mais estratégico para a sociedade”.
Andrea Pupo, coordenadora do Projeto Escolas Climáticas, destaca a importância do envolvimento dos professores com a pesquisa. “Temos uma oportunidade ímpar com essa pesquisa de desenvolvermos ciência nas escolas com aplicabilidade prática no município. Podemos incorporar o projeto ao currículo escolar e assim enriquecer o desenvolvimento de habilidades dos alunos, de forma participativa, democrática e prática. Os alunos serão os protagonistas e quanto mais essa pesquisa e os assuntos relacionados estiverem presentes no dia a dia das disciplinas, melhor”.
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