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Com o projeto Semeando Água, patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental e Governo Federal, buscamos superar o grave problema da resiliência do Sistema Cantareira. Nas cidades produtoras de água, promovemos educação ambiental, cursos e práticas para melhoria do uso do solo junto a produtores rurais, engajamento social, restauração do solo e políticas públicas em favor da melhoria ecológica e, consequentemente, da vida das pessoas. Mesmo com a pandemia, em 2020, conseguimos avançar em muitas frentes de pesquisa, ações de restauração, implantação de sistemas produtivos, políticas públicas e comunicação, ações que vão contribuir para a escala do projeto a partir de 2021.
Esta é a segunda fase de uma iniciativa que o IPÊ começou em 2013. Desde o início do projeto, beneficiamos 7.300 pessoas diretamente, incluindo educadores e produtores rurais em capacitações, estudantes e público geral em campanhas de conscientização ambiental.
Hoje, por causa do projeto, 15 propriedades nessas cidades possuem modelos de uso do solo mais sustentáveis: Sistemas Agroflorestais, Manejo de Pastagem Ecológica, Fruticultura, Silvicultura de nativas e restauração florestal. Tais modelos auxiliam a infiltração de água e sua retenção no solo, o que contribui significativamente para a produção de água na região e gera benefícios socioeconômicos aos produtores.
“Fiz um curso do IPÊ há três anos e me encantei pelo sistema silvipastoril. Sempre tive esse entendimento de que queria desenvolver a fazenda de uma maneira mais adequada com o meio ambiente. A fazenda era do meu avô, depois passou para o meu pai. Na época deles, não se falava nessas atividades porque as pessoas acreditavam que não dava certo. Mas em pouco tempo de aplicação das técnicas, a gente já vê resultado. Você começa a se perguntar, por que a minha vaca não pode pastar entre as árvores? Não precisa destruir para ter uma produção”, conta Marcio Peçanha Abu, da fazenda Rancho Alegre, em Piracaia (SP). Ali, cerca de 20 hectares são destinados a modelos produtivos sustentáveis.
Em 2020, junto com o Semeando Água, Marcio implementou também a silvicultura na propriedade. “Tenho aqui cerca de quatro mil árvores plantadas no sistema de silvicultura e que vou poder utilizar comercialmente em uns 20 anos. Mas só de imaginar a mudança que vai ser com elas aqui, dá um grande orgulho. Era uma área destinada a pasto, que agora vai virar uma floresta”.
Uma propriedade agroflorestal modelo e que sirva de laboratório ao ar livre para estudantes. Esse é o sonho que o projeto Semeando Água está ajudando a tornar realidade, junto com Luca Mantovanelli, produtor rural em Nazaré Paulista (SP). O sítio da família do professor universitário até pouco tempo era apenas uma área de lazer, mas, com a pandemia, Luca resolveu inovar e contou com apoio do IPÊ. “Já tinha ideia de fazer Sistemas Agroflorestais na propriedade e encontrei no projeto o apoio técnico-científico adequado”, explica.
Na propriedade existem duas nascentes que abastecem o Sistema Cantateira.
“Nós entendemos que conservar esse recurso natural é nossa missão e o projeto Semeando Água está cooperando para que possamos atingir a nossa meta, transformar a propriedade em uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural)”, afirma Luca.
Em 1,6 hectares, foram plantadas 1.030 mudas da Mata Atlântica para enriquecimento do solo e ajudar contra o assoreamento. Em uma segunda área já selecionada, de 0,5 hectare, o solo já está sendo preparado para plantio das frutíferas e hortaliças, além do café. A diversidade alimentar garante produção ao longo de todo o ano. “Queremos que nossa área seja produtora de alimentos livres de agrotóxicos e que eles possam chegar para as pessoas. Nesse sentido, o pessoal do projeto também tem discutido conosco as melhores maneiras de escoar os alimentos dos produtores”, conta Luca que, como docente, ainda vê o grande potencial da área para estudos científicos. “As saídas de campo para os alunos são fundamentais no curso que leciono na universidade. Em uma área como essa é possível fazer uma série de trabalhos como análise de permeabilidade do solo, levantamento de aves e pequenos mamíferos, entre outras atividades que enriquecem o currículo dos alunos. Espero que a propriedade possa ser visitada por estudantes com o objetivo de aprenderem mais sobre o tema”, conclui.
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