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A WeForest, organização sem fins lucrativos sediada na Bélgica, capta recursos junto a grandes empresas e investe em projetos de restauração realizados por ONGs. Na América, o Brasil é o único país a ser contemplado, já na África são vários países e, no momento, está finalizando um projeto na Índia.
A proposta é que o recurso seja encaminhado a organizações estruturadas e com projetos sólidos para estabelecer a parceria. Juntos, parceiro e organização, traçam a quantidade de hectares a serem reflorestados, quais os caminhos de restauração (se vão utilizar Áreas de Proteção Permanente –APP ou agrofloresta).
Na avaliação da gerente de projetos da WeForest, Cristina Vidal, no Pontal, a cadeia da restauração vai além do papel ambiental, pois consegue envolver também fatores econômicos, sociais e a questão de gênero com a inserção de mulheres no mercado de trabalho, inclusive muitas delas liderando viveiros. Tais benefícios demonstram que a restauração traz melhorias para a fauna, flora e preservação dos recursos hídricos, e ainda extrapola o viés da natureza ao beneficiar também a mão de obra masculina, feminina e gerar qualidade de vida. “A conta com o IPÊ vai muito além dos hectares plantados porque essas mudas nativas da Mata Atlântica vieram de viveiros que englobam o trabalho de dezenas de famílias. Esse impacto de ultrapassar a restauração em si (biológica e ecológica) é uma junção que a WeForest faz questão de olhar”, pontua.
No Brasil, na avaliação da WeForest, o IPÊ tem uma atuação forte, é uma das grandes ONGs com projetos diversificados nas regiões: Pontal do Paranapanema, Nazaré Paulista, Baixo Rio Negro, Pantanal e Cerrado. Especificamente no Pontal, segundo ela, a instituição é conhecida pela sociedade por ter uma atuação séria, quesito este que facilita o contato com os proprietários rurais, que disponibilizam parcelas de suas terras para serem reflorestadas e formarem os corredores de vida.
O Novo Código Florestal no estado de São Paulo determina que as propriedades rurais deverão preservar ou recompor 20% de sua área com Reserva Legal e Mata Ciliar (proteção de recursos hídricos). Porém, de acordo com Cristina, não é tarefa fácil convencer grandes e pequenos produtores a aplicarem a lei em suas terras. “Conseguir áreas para restauração é um dos gargalos de qualquer projeto ambiental, por mais que a lei exige, obter a autorização para restaurar não é um trabalho simples. E isso o IPÊ tem feito com maestria na região do Pontal”, frisa. E continua.,”Além de conseguir as áreas para plantio, a instituição construiu toda uma cadeia produtiva onde envolveu a criação de viveiros, a capacitação dos viveiristas (coleta de sementes, produção e comercialização de mudas), e também as empresas que fazem o plantio e manejo das mudas. Enfim, o IPÊ é um parceiro muito forte”, reforça ela.
Investimento em pesquisa
Segundo Vidal, a WeForest tem também uma vertente de investimento em pesquisas científicas. Atualmente, há parte do recurso alocado em pesquisas no projeto Newfor – junto a pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ).
Na região, os pesquisadores estudam sobre as florestas plantadas e as remanescentes. “Como a WeForest investe na restauração é interessante investir também em pesquisas, já que é o estudo é exatamente nas florestas restauradas onde há investimentos da instituição”, explica.
De acordo com a gerente de projetos, a instituição financia os voos de Lidar que fazem a leitura da estrutura da vegetação. Também está previsto para iniciar no primeiro semestre de 2022 o financiamento da instalação de audiorecorder nas áreas em que a Newfor fez a leitura da vegetação. A expectativa é registrar quais são os bichos que frequentam as matas restauradas e fragmentos nativos. Essa proposta partiu de Laury Cullen Jr., coordenador de projetos no IPÊ, para ampliar um projeto (em andamento) com recursos da CTG Brasil. “Acredito que será um complemento interessante na área de pesquisa que irá traçar um panorama das matas no Pontal”.
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