O IPÊ dá início em outubro ao seu novo projeto na Amazônia, “Agroecologia e Sociobiodiversidade em rede: consolidação de arranjos produtivos locais no Amazonas”. Com financiamento do Fundo Amazônia (BNDES), até 2028, o projeto aposta no potencial da cadeia de valor de base agroecológica e na produção orgânica de cinco municípios do Amazonas: Manaus, Rio Preto da Eva, Careiro da Várzea, Iranduba e Itacoatiara.
Entre as principais ações previstas pelo projeto estão: aumentar e diversificar a produção de orgânicos e as boas práticas agroecológicas na agricultura familiar, ampliar a infraestrutura e o faturamento dos negócios comunitários socioprodutivos, realizar certificação participativa da produção orgânica, criar capacidades de gerenciamento dos negócios comunitários socioprodutivos, fortalecer capacidade institucional das associações comunitárias, oferecer capacitações e assistência técnica, articular a comercialização em mercados privados, ampliar os pontos de feiras na cidade de Manaus, fomentar ações em rede sobre agroecologia e produção orgânica, articular a implementação de políticas públicas.
O evento inicial do projeto foi uma Oficina de Planejamento, reunindo a equipe do IPÊ, representantes das oito associações parceiras na execução das atividades, na Inspetoria Nossa Senhora da Amazônia, em Manaus/AM. A programação contou com trabalhos em grupo para detalhamento das atividades, avanços quanto aos indicadores do projeto e boas práticas relacionadas ao orçamento.
Eduardo Ditt, diretor executivo do IPÊ, reforça que a iniciativa vai promover também a melhoria da qualidade de vida dos agricultores familiares e das comunidades tradicionais. “As ações previstas pelo projeto têm se mostrado um caminho estratégico que vai oferecer mais resiliência para quem produz, em especial diante dos efeitos da crise climática”.
Ramom Morato, coordenador do projeto, ressaltou o potencial do projeto no contexto atual. “Esse projeto vai ajudar desde o nosso sítio, a associação até uma participação maior da sociedade em políticas públicas. Vamos conseguir melhorar a nossa produção, que é de um alimento justo e limpo (livre de agrotóxicos) para a sociedade. Estamos fazendo nosso dever de casa, nesse planeta maravilhoso, mas que está cheio de fumaça. Quando a gente produz alimento sem veneno, cuida da água, da terra, da nossa família, dos consumidores da feira é uma proposta. É disso que o planeta e a sociedade precisam, de atitudes, menos palavras, vamos trabalhar em cooperação”
O IPÊ atua na Amazônia desde 2000 e, desde então, vem ampliando a abrangência de suas ações no bioma por meio de soluções integradas de conservação da biodiversidade, priorizando a participação social. “O IPÊ está presente na região com projetos desenvolvidos a partir do interesse e/ou do trabalho já realizado pelas comunidades tradicionais e populações indígenas. Na prática, a soma do conhecimento tradicional com o científico contribui com a conservação da biodiversidade, o desenvolvimento de negócios sustentáveis e o aumento da resiliência diante das pressões externas, como o desmatamento, por exemplo, e das mudanças climáticas”, destaca Ditt.
As oito organizações locais parceiras na execução das atividades são: Rede Maniva de Agroecologia (REMA); Associação de Produtores Orgânicos do Amazonas (APOAM); Associação dos Agricultores da Comunidade São Francisco de Assis (AACSFA); Associação dos Produtores Orgânicos Renascer (ASPOR); Associação de Produtores Orgânicos de Iranduba (APOI); Associação dos Agricultores da Margem Esquerda do Baixo Rio Negro – Rede Tucumã do Rio Negro; Associação dos Criadores de Abelhas do Amazonas – ACAM; Associação Maniva de Certificação Participativa – OPAC Maniva.
Quer apoiar nossas ações de conservação da biodiversidade? DOE!