::cck::957::/cck::
::introtext::
Durante o evento, que integrou o Encontro Conjunto das Sociedades Internacional e Latinoamericana de Primatologia (IPS-SLAPrim 2022) realizado em Quito/Equador, no início deste ano, Gabriela Rezende apresentou a experiência do Programa de Conservação do Mico-leão-preto (IPÊ) com manejo de populações através de translocação de micos, realizado de 1995 a 2008.
Na época, a pesquisadora do IPÊ, Patrícia Medici, iniciou essas ações de manejo que, no total, já movimentaram 22 micos-leões-pretos para a Fazenda Mosquito (Pontal do Paranapanema) em um fragmento onde a espécie não estava mais presente. “Alguns micos vieram da Fazenda Rio Claro (Lençóis Paulista/SP) e outros de fragmentos que foram desmatados na região de Buri/SP. O IPÊ acompanha esses micos na Mosquito desde então e sabemos que essa nova população conseguiu se estabelecer e permanecer na área. Estamos planejando realizar, em breve, um censo para avaliar se essa população é viável ou se precisamos de mais ações de manejo para torná-la viável no longo prazo”.
Gabriela destaca a translocação como a ferramenta mais vantajosa para manejo metapopulacional de mico-leão-preto. “Essa é uma ação de menor custo e complexidade, quando comparada à reintrodução de animais de cativeiro. O manejo de populações é uma estratégia de curto prazo que deve ser trabalhada junto com o manejo do habitat – a restauração”.
Para a pesquisadora é essencial investir nas duas frentes. “Se focarmos no manejo e não cuidarmos do habitat não teremos o resultado esperado, por outro lado se cuidarmos do habitat sem realizar manejo, pode ser que a gente perca populações no tempo em que essa floresta está sendo restaurada. São duas demandas que devem ser trabalhadas de maneira simultânea, já que uma contribui com a conservação no curto prazo e a outra no longo prazo”.
Lições Aprendidas
Gabriela também compartilhou durante o Simpósio as principais lições aprendidas com a translocação de populações:
– Realizar o monitoramento pré e pós-manejo, por meio de uma metodologia padronizada, que possibilite a avaliação do sucesso;
– Quanto menos intervenção melhor será a adaptação dos indivíduos ao novo ambiente;
– Entraves burocráticos podem prejudicar a translocação. Essas ações são planejadas e devem ser realizadas no cronograma previamente estabelecido, na velocidade necessária.
Essas e outras lições estão sendo consideradas para o planejamento das próximas ações de manejo que o projeto pretende realizar para conservar a espécie no estado de São Paulo. O manejo de populações de mico-leão-preto é uma ação presente no Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Primatas da Mata Atlântica e da Preguiça-de-coleira (PAN PPMA/ICMBio), que é parte da estratégia nacional e global de conservação da biodiversidade.
::/introtext::
::fulltext::::/fulltext::
::cck::957::/cck::