Pular para o conteúdo
  • IPÊ
    • Sobre o IPÊ
    • Missão
    • Nosso Credo
    • Governança
    • Staff Senior
    • Ipeanos
    • Estratégias
    • Apoiadores e Parceiros
    • Prêmios
    • Imprensa
    • Onde Estamos
    • Nossos Resultados
    • Relatórios Anuais
    • Seja nosso Parceiro
  • Doe Agora
    • Doe Florestas
    • Por que doar?
    • Arredonde Suas Compras
    • Doe com PayPal ou Conta Corrente
    • Doações internacionais
    • Adote uma Espécie
    • Proteja o Sistema Cantareira
  • Notícias
    • Últimas Notícias
  • Projetos
    • Baixo Rio Negro
    • Nazaré Paulista
    • Pantanal e Cerrado
    • Sul da Bahia
    • Pontal do Paranapanema
    • Projetos Temáticos
      • Voluntariado para Conservação
      • Pesquisa e Desenvolvimento / P&D
      • Áreas Protegidas
      • Integração Escola e Comunidade
      • Projeto Escolas Climáticas
      • Paisagens climáticas
      • Centro de Educação e Cooperação Socioambiental para o Clima
  • Negócios Sustentáveis
    • Marketing Relacionado a Causas
    • Cases de MRC
    • Modelos de Parcerias
    • Iniciativas para Doação
  • Soluções em Educação
    • Escas
    • Mestrado Profissional
    • Pós-graduação
    • Cursos de Curta Duração
  • Publicações
    • Flora Regional
    • Boas Práticas em UCs
    • Atlas Cantareira
    • Artigos Científicos
    • Séries Técnicas, Guias e Outros Materiais
  • Estatuto
  • Código de Ética
  • Parcerias Públicas
  • Fale Conosco
  • Português
    • Inglês

Fintech busca contribuir com a redução das desigualdades com financiamento a empreendedores das periferias

25 de março de 2021 Por Paula Piccin

::cck::738::/cck::
::introtext::

Mais de R$ 1 milhão em microcrédito para 363 empreendedores das periferias, desde 2017. Esse é um dos resultados obtidos pela Firgun, plataforma de investimentos coletivos para microempreendedores das periferias, junto com parceiros. “Qualitativamente a gente vê a importância do crédito para a sobrevivência desses negócios e principalmente para alimentação, uma necessidade básica dessas pessoas. Esses empreendedores conseguiram se manter, aumentar o negócio e inclusive contratar alguns profissionais”, destaca Fabio Takara, idealizador e fundador da Firgun, egresso do MBA em Gestão de Negócios Socioambientais da ESCAS.

Neste ano, o negócio social de Fábio financiará ao menos mais R$ 820 mil para microempreendedores das periferias, junto com dois fundos parceiros e os planos não param por aqui. “Já estamos presentes via parcerias em todas as regiões do país e nosso próximo objetivo é estarmos também nos 26 estados e no Distrito Federal”, revela Takara. E o melhor, você também pode contribuir a partir de investimento de R$ 25,00.

Quando Fábio conheceu a ESCAS, a Firgun tinha pouco mais de um ano. “Nesse período eu estava em busca de orientação, soube que o ICE – Instituto de Cidadania Empresarial estava fomentando o setor de negócios sociais e lá conheci uma egressa da ESCAS, a gerente executiva Fernanda Bombardi. Ela me disse que eu estava bem estruturado, começando a crescer e ela acreditava que o MBA da ESCAS poderia me ajudar na construção da Firgun. Minha expectativa era simplesmente ter aulas, obter mais conhecimento, mas as aulas foram surpreendentes, de fato, práticas. Os professores são profissionais de peso com visão de mercado, eles compartilharam tanto os desafios quanto os aprendizados; o que agregou muito e me ajudou a tomar melhores decisões na Firgun”. 

Fábio também destaca a diversidade de perfis dos colegas e a realidade que acredita teria encontrado em um MBA de uma instituição tradicional na área de educação. “No MBA da ESCAS tive contato com colegas de diferentes formações e áreas de atuação, incluindo Amazonas, no Rio Grande do Sul, no Mato Grosso, por exemplo, pessoas que estão na ponta e trouxeram essa experiência para a aula. Se eu estivesse em um MBA na cidade de São Paulo eu estaria preso dentro de uma bolha, conversando com diretores, gerentes de empresas, todos com a mesma realidade. Entre os professores da ESCAS a diversidade também está presente, por conta disso tudo acredito que conseguimos construir algo inovador. As conexões, sem dúvida, estão entre os pontos altos do MBA”. 

Negócio social

Imagem plataforma FirgunConexões são também o ponto-chave da Firgun. A fintech conecta microempreendedores das periferias em busca de capital com investidores sociais. No site da Firgun, é possível conferir uma galeria com cerca de 80 projetos concluídos. Além daqueles em andamento, abertos a receber investidores. Para fazer parte dessa rede de investidores é preciso apenas realizar um breve cadastro no site. Com o login é possível acessar as histórias dos microempreendedores e conhecer, inclusive, com qual finalidade o recurso será utilizado. 

Na própria galeria do site da Firgun, o investidor escolhe qual microempreendedor financiará a partir de R$ 25,00. “Em média, os projetos conseguem obter o financiamento em até duas, três semanas. O valor médio da maioria dos financiamentos é de R$ 8.500,00, com média de 40 investidores. O teto do financiamento é de R$ 21.000,00. Em 2021, a expectativa é chegarmos aos 120 projetos financiados via plataforma Firgun”.

Sobre o valor, ainda que os microempreendedores sinalizem quanto estão buscando, a equipe da Firgun realiza um estudo para chegar a um valor real. “Realizamos um cálculo para entender qual é o fluxo de caixa dessa pessoa e a partir disso identificamos a capacidade de pagamento mensal, muito baseado no faturamento e de forma que a gente consiga ofertar um crédito que ele possa pagar, sem atrasar outras contas ou deixar de comprar algo para dentro de casa. Em média o pagamento é realizado em 17 meses, sendo o prazo máximo de 36 meses. A taxa de inadimplência é de 7% e com renegociação chega a 3%”, explica Fábio.

Crédito e Investimento 

Desde 2017 no mercado, Fábio destaca a presença de dois perfis de investidores sociais. “Identificamos a presença de pessoas da geração millenium buscando diversificar o investimento e um público mais sênior financeiramente mais estabilizado”. Os investidores recebem atualizações sobre o impacto gerado pelo empréstimo, o investimento de volta e os rendimentos. A única exceção fica para os financiamentos inferiores a R$ 3.000,00 em que não há juros para o empreender e nem rendimento para o investidor. “Subsidiamos esse crédito junto com o investidor para permitir que o microempreendedor consiga crescer, quando isso acontecer ele terá maior faturamento e maior capacidade de pagar juros. Financiamentos entre R$ 3 mil e R$ 9 mil possuem juros 0,5% ao mês, já para valores acima de R$ 9 mil, os juros ficam em 1% ao mês”.

Contexto da pandemia

Além dos financiamentos realizados no próprio site, a Firgun também é parceira de três fundos em resposta aos impactos socioeconômicos nas periferias diante da pandemia de Covid-19. “Nas três iniciativas, a Firgun realiza análise de crédito e a gestão de cada fundo. Tempo de empreender é um projeto realizado pela Firgun com a Fundação FEAC, com foco em empreendedores periféricos de Campinas (SP). Já o Ser+Empreendedor é um projeto junto com o Instituto InterCement voltado a empreendedores das cidades onde a InterCement possui plantas fabris. A terceira iniciativa é o Fundo Periferia Empreendedora, da Empreende Aí que também está na realização ao lado da Impact Hub e da Firgun”, revela Fábio.  

Em 2020, o crescimento do número de microempreendedores que recebeu financiamento pela Firgun (incluindo os financiamentos por meio dos fundos) foi de mais de 700% em relação a 2019. “Em 2020, tivemos aumento da disponibilidade de capital para trabalhar. A gente sempre teve uma demanda muito grande de crédito. Com a criação do Fundo Periferia Empreendedora tivemos ao lado dos parceiros R$ 500 mil para trabalhar e conseguimos atender um número maior de pessoas. Ainda assim, mais da metade das pessoas que solicitaram o crédito estão em fila de espera porque falta capital. O que a gente vê é que ainda faltam investidores dispostos a colocar recursos em microempreendedores. O Brasil não é um país em que as pessoas estão acostumadas a investir. O desafio é aumentar a base de investidores”, destaca Fábio.

::/introtext::
::fulltext::::/fulltext::

Categorias Notícias Deixe um comentário

Egressa da ESCAS conta sobre a mudança de área dentro da conservação e sinaliza para novas perspectivas

25 de março de 2021 Por Paula Piccin

::cck::737::/cck::
::introtext::

Para a bióloga Raphaela Cantarino Ribeiro, o mestrado representou uma oportunidade de iniciar pesquisa na área que ela tanto buscava ingressar: a restauração florestal, mas também a levou a descobrir novas possibilidades na esfera pessoal. “Quando eu vi o Mestrado Profissional da ESCAS com inscrições abertas e com a possibilidade de uma bolsa na área de restauração florestal, apliquei em busca de novos caminhos. Até então eu trabalhava em um projeto de conservação do ouriço do mar, gostei de trabalhar nessa área, mas não era o que eu queria seguir”, explica.

Segundo a egressa, desde o início o Mestrado foi uma surpresa positiva. “Eu não imaginava que encontraria pessoas de áreas tão distintas como colegas, havia artista plástico, advogado, pessoas que trabalham com pecuária, com corte de eucalipto; foi muito enriquecedora essa troca de experiências, de conhecimentos”. 

As disciplinas também surpreenderam Raphaela. “O curso ofereceu disciplinas que eu também não esperava, uma delas foi sobre como lidar com os diferentes perfis de pessoas, algo de extrema importância. Além de várias disciplinas de campo, o que foi ótimo”. 

Nesse período, Raphaela começou a trabalhar na gestão de um projeto temático relacionado às mudanças climáticas com quatro laboratórios da USP – Universidade de São Paulo e da UNESP – Universidade Estadual Paulista. “Era um projeto temático de conservação na área de biologia, mas não de restauração. Eu fazia a gestão do projeto, controle, campo, organização do material e a parte econômica. Depois de concluir o mestrado fiquei mais um tempo na USP e os caminhos da vida foram me trazendo para uma vida no campo”. 

Raphaela conta que essa vontade sempre existiu, mas que a partir desse momento houve de fato essa possibilidade. “Pude começar a viver no campo, no sítio tirando o sustento da propriedade, temos um planejamento para torná-la autossustentável. Em um ano no sítio Alto da Pedra, localizado em Cajuru (SP), já conseguimos implementar: aquecimento solar da água, aproveitamento máximo da luz solar nos ambientes com uso de telhas transparentes estrategicamente instaladas, utilização do esterco de galinhas, porcos e vacas para adubação, plantio de alimentos orgânicos (no momento para consumo), plantio de milho e capim para alimentar os animais com alimento seguro. Já estabelecemos piquetes rotacionados para evitar a compactação do solo, exaustão da vegetação e o controle da população de carrapatos. Temos um reservatório para captação de água que usaremos para irrigação esse ano. Futuramente queremos implementar o sistema do biodigestor para transformar o esterco em energia e gás. Pretendemos plantar outras culturas também, como feijão, mandioca, entre outros).  Fiz trabalhos paralelos de restauração florestal. Atualmente, penso em estruturar mais o sítio para trabalhar com atividades de educação ambiental”. 

::/introtext::
::fulltext::::/fulltext::

Categorias Notícias Deixe um comentário

Mestrado Profissional ajudou em reposicionamento e crescimento profissional

25 de março de 2021 Por Paula Piccin

::cck::736::/cck::
::introtext::

Natalia egressa ESCAS instala equipamento florestaQuando realizou a inscrição no processo seletivo da ESCAS, a bióloga Natália Moretti Rongetta já havia iniciado um Mestrado. “Eu trabalhava com consultoria ambiental e comecei a sentir falta de estudar de novo, de aprender. Já estava cursando um Mestrado na área de fauna dentro de uma reconhecida instituição, mas senti que eu queria, de fato, algo com uma abordagem profissional. Eu buscava, ter essa visão mais ampla de gestão da conservação”.

Natália conta as mudanças observadas no próprio trabalho e compartilha as novas conquistas. “Como consultora ambiental, o Mestrado me ajudou com a qualidade do meu trabalho, dos meus relatórios, o amadurecimento de algo que eu já fazia. Em 2019, entrei em uma empresa que trabalha na área de emergência, comecei especificamente em um projeto de gerenciamento de dados da emergência de Brumadinho (MG). Todo o conhecimento que obtive no Mestrado Profissional foi super importante e me ajudou muito a conquistar essa oportunidade”.  

Nesse projeto, Natália conta que realiza a gestão dos dados da fauna. “Todos os animais resgatados passam pela nossa gestão. Em geral os animais resgatados são domésticos, atualmente menos de 10% dos animais abrigados são silvestres. Estou focada nesse projeto de Brumadinho (MG), iniciei como consultora e fui contratada no meio de 2020. Essa instalação será utilizada para abrigar também animais de outras regiões, de áreas onde as barragens entraram em sinal de alerta. Em breve estarei em outros projetos de resgate de fauna, em outros lugares, pela mesma empresa”.  

Conexões

A partir do Mestrado, Natália também teve a oportunidade de participar de um curso no zoológico de Durrell Wildlife Conservation Trust – DWCT, em Jersey/ Reino Unido, sobre manejo e gestão de espécies ameaçadas, também com bolsa de estudo, durante três meses. “Um ano depois de concluir o Mestrado surgiu essa oportunidade por recomendação da coordenação da ESCAS acredito que pelo meu histórico de trabalho com aves, anterior e na época do Mestrado”.

“O zoológico tem um projeto ótimo de reintrodução de aves da espécie Cornish choughs . Essa espécie quase foi extinta. No final do curso, desenvolvemos um projeto, o meu foi sobre aves voltado para o Pontal do Paranapanema, onde está localizado o corredor florestal do IPÊ”.

Natália conta que os organizadores buscam atrair para o curso em Jersey (Reino Unido) profissionais com atuação em projetos relacionados à fauna de diferentes biomas. “Foi uma oportunidade também de conhecer como é feita a conservação da fauna nos projetos em que essas pessoas atuam em diferentes lugares no mundo, aprendi muito”.

O DWCT está entre os principais apoiadores do Programa de Conservação do Mico-leão-preto realizado pelo IPÊ há mais de 35 anos. Em 1990, a primeira população de cativeiro de mico-leão-preto fora do Brasil foi formada no Zoológico de Jersey, atual Durrell Wildlife Park. Em 2019, o mico-leão-preto passou a integrar o planejamento estratégico da instituição.

::/introtext::
::fulltext::::/fulltext::

Categorias Notícias Deixe um comentário

Egressas da ESCAS contam sobre a participação em pesquisa no maior corredor restaurado da Mata Atlântica

29 de agosto de 202325 de março de 2021 Por Paula Piccin

Há mais de 20 anos, o IPÊ iniciou os plantios do que viria a ser o maior corredor reflorestado na Mata Atlântica, atualmente com 2.4 milhões de árvores, no Pontal do Paranapanema, no extremo Oeste do estado de São Paulo. Mas qual é a efetividade desse plantio? Quais serviços a natureza já oferece nessa área restaurada? Os animais já utilizam esse corredor? Quais são os benefícios (monetários e não monetários) da restauração florestal e da presença dos animais? Para responder a essa e outras perguntas, pesquisadores do IPÊ, parceiros e alunos da ESCAS – Escola Superior de Conservação e Sustentabilidade em Conservação iniciaram uma série de estudos.  

Desde 2015, alunos do Mestrado da ESCAS em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável vêm contribuindo com pesquisas na região vinculadas às bolsas de estudo. No período de 2015-2017, o projeto “Desenvolvimento de Tecnologias para Valoração de Serviços Ecossistêmicos e do Capital Natural em Programas de Meio Ambiente”, uma parceria do IPÊ com a CTG-Brasil contou com a participação de quatro alunos bolsistas da ESCAS. Em 2020, com a renovação da parceria entre IPÊ e CTG-Brasil com o projeto “Desenvolvimento de Procedimentos Simplificados para a Valoração Econômico monetária de Serviços Ecossistêmicos e valoração não monetária de Serviços Ecossistêmicos Culturais Associados à Restauração Florestal”, de Pesquisa & Desenvolvimento ANEEL mais quatro bolsas estão em curso. 

Outras duas bolsas de estudos vieram em 2020 da FEALQ – Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz da ESALQ, parceira do projeto. O Lastrop – Laboratório de Silvicultura Tropical, da Esalq/USP; a Universidade de Lavras; GVCes, da Fundação Getúlio Vargas; Weforest e Rainforest Connection completam os parceiros do projeto. As pesquisas que tiveram início em 2020 serão desenvolvidas até 2022. 

Natália Moretti Rongetta está entre os egressos bolsistas que concluíram o Mestrado Profissional contribuindo com o projeto por meio de bolsas de estudos a partir da parceria entre IPÊ e CTG-Brasil. Durante o estudo, Natália  identificou, com a orientação dos pesquisadores, 13 espécies de aves dispersoras de sementes no corredor ecológico, nos pequenos fragmentos restaurados e em duas Unidades de Conservação: a Estação Ecológica Mico-leão-preto e o Parque Estadual do Morro do Diabo. 

“Descobrimos, por exemplo, a presença da Juruva (B. ruficapillus), espécie de ave um pouco mais sensível a alterações no habitat, nos pequenos fragmentos florestais próximos à Estação Ecológica Mico-leão-preto, foi animador”. A descoberta reforçou como as áreas restauradas podem melhorar a conectividade dessa paisagem para espécies mais sensíveis, explica a egressa.

O trabalho de Natália “Conectividade e Serviços Ecossistêmicos: Aves Dispersoras de Sementes em um Corredor Ecológico Restaurado” reforça como estratégica a utilização de espécies vegetais zoocóricas (aquelas que possuem frutos comestíveis com sementes) na restauração florestal – algo recomendado, mas que ganha expressão com a consolidação dos dados. A medida atrai a fauna consumidora de frutos, o que tem o potencial de contribuir para o aumento da dispersão de sementes na área restaurada e a médio prazo reduzir os custos da restauração.

Quem também participou do projeto foi Raphaela Cantarino Ribeiro com a pesquisa “Avaliação de Ecossistemas Florestais em Restauração do Corredor Ecológico da Fazenda Rosanela, Pontal do Paranapanema, SP”. Raphaela realizou a pesquisa com a orientação dos pesquisadores do IPÊ por meio de levantamento de campo e do Lidar, um sensor aéreo que fotografa. “A partir dessas imagens eu consegui definir como estava o andamento da restauração no corredor ecológico. O resultado superou as expectativas. O corredor foi plantado em uma área onde não havia água e quando as árvores começaram a crescer surgiram vários olhos d’água por ali. Aquilo possibilitou o desenvolvimento de muitas outras espécies de árvores na região, foi muito surpreendente. Nas imagens áreas fica muito claro como isso aconteceu”, comenta Raphaela. 

Cerca de 47% das espécies de árvores identificadas no corredor não fazem parte da lista de espécies plantadas. Entre elas, 52% possuem síndrome de dispersão zoocórica, ou seja, provavelmente houve dispersão de sementes a partir da área fonte, o Parque Estadual Morro do Diabo, possivelmente por meio dos animais que já utilizam o corredor ecológico para se deslocar entre o Parque e a Estação Ecológica Mico-leão-preto. “Foi maravilhoso participar e ver esse resultado de perto, as árvores e também vida correndo ali, os animais estão voltando, todo o processo foi muito enriquecedor”, completa Raphaela. 

Categorias Notícias Deixe um comentário

IPÊ plantará mais 1 milhão de árvores na Mata Atlântica em parceria com a Biofílica, junto ao programa Regenera América

23 de março de 2021 Por Paula Piccin

::cck::734::/cck::
::introtext::

O IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas e a Biofílica Investimentos Ambientais S.A. são parceiros para o plantio de 1 milhão de árvores na Mata Atlântica. A iniciativa tem parceria e financiamento do programa Regenera América, do Mercado Livre. Nesse primeiro ciclo, as duas instituições terão ações de restauração e conservação impulsionadas pelo programa. 

Todas as áreas serão monitoradas pela Biofílica, empresa parceira do projeto, que desenvolveu as operações financeiras e comerciais junto aos investidores, e que é responsável pela valoração e certificação de carbono. 

Sobre o Regenera América

O objetivo? Restaurar e recuperar a riqueza natural, a biodiversidade da América Latina; área de atuação do Mercado Livre. Com a restauração da paisagem, o programa visa fazer frente às mudanças do clima e seus efeitos contribuindo com o restabelecimento dos serviços ecossistêmicos, que inclui a remoção de carbono . 

Com o apoio do programa, o projeto Corredores de Vida, do IPÊ fará o plantio de 1 milhão de árvores, em 300 hectares de áreas degradadas no Pontal do Paranapanema (SP). Segundo a Biofílica, em 25 anos, as novas árvores vão responder pela captação de em torno de 111 mil toneladas de CO2eq .

O programa funcionará como um piloto, uma vez que o déficit de áreas que precisam ser restauradas apenas no Pontal do Paranapanema (SP) é de 60 mil hectares – sendo a restauração dessa área o maior objetivo e sonho do Projeto Corredores de Vida. A restauração florestal dessas áreas tem o potencial de remover cerca de 23 milhões de toneladas de CO2eq, em 35 anos.  

A medida somará esforços com as 2,8 milhões de árvores já plantadas pelo IPÊ no extremo oeste paulista. Cerca de 2,4 milhões dessas árvores conectam duas Unidades de Conservação (UCs): o Parque Estadual do Morro do Diabo e a Estação Ecológica do Mico-leão-preto. Trata-se do maior corredor de Mata Atlântica já reflorestado no Brasil. 

O apoio do programa Regenera América ao IPÊ também prevê a geração de renda para 50 famílias locais – mais do que dobrando a renda usual. Além da criação de dois viveiros comunitários, que somarão esforços com os oito já estruturados na região e que vão fornecer mudas para os plantios do programa Regenera América. 

Em 2019, os oito viveiros produziram 800 mil mudas e beneficiaram 40 pessoas com aumento da renda. Entre agricultores e estudantes, o IPÊ capacitou na região 300 pessoas. 

Nesse primeiro ciclo, o Regenera América realizará a restauração e o monitoramento de 3 mil hectares – contabilizando as ações entre as duas instituições, em 2021. O investimento previsto de R$ 45 milhões tem como base a pegada de carbono do Mercado Livre, em 2020, em toda a América Latina. O monitoramento contará também com a parceria da startup Pachama, que utilizará nessas áreas sua tecnologia. 

::/introtext::
::fulltext::::/fulltext::

Categorias Notícias Deixe um comentário

Projeto Antas Urbanas – INCAB/IPÊ

23 de março de 2021 Por IPE

::cck::733::/cck::::introtext:: Diante do grande número de registros de antas dentro do perímetro urbano de Campo Grande, capital do estado do Mato Grosso do Sul, esta pesquisa do projeto Antas Urbanas, da INCAB, surge com o objetivo de monitorar os animais que frequentam a cidade e avaliar o impacto de potenciais ameaças antrópicas para a espécie. … Ler mais

Categorias Pantanal e Cerrado Deixe um comentário

Antas Urbanas: projeto pede ajuda da população para registrar antas soltas na cidade

19 de março de 2021 Por Paula Piccin

::cck::732::/cck::
::introtext::

Prestes a completar 25 anos de atuação, a INCAB – Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira é responsável pelo mais completo banco de dados do mundo sobre a anta brasileira (Tapirus terrestris), com pesquisas de longa-duração desenvolvidas na Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal e Amazônia. Agora, em mais uma ação inovadora, a iniciativa tem como foco descobrir informações sobre as antas no ambiente urbano, mais precisamente na cidade de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, local onde é frequente o aparecimento de antas, fora do meio silvestre.

009 Paula Helene Parque dos Poderes Sec Adm. Estado 09 03 21 18h30“Apesar da frequência de avistamentos de antas, até o momento, não existem informações sobre a espécie em áreas periurbanas e urbanas de grande adensamento populacional humano”, afirma Patrícia Medici, coordenadora da INCAB, iniciativa do IPÊ.

Assim, os pesquisadores lançam agora um pedido à população de Campo Grande para que enviem informações, como local e data dos avistamentos das antas, para o biólogo da equipe, Felipe Fantacini: fantacini@ipe.org.br ou (67) 9-9337-0799. 

A imprensa da região também poderá participar, se preferir, marcando o projeto @incab_brasil em eventuais posts sobre avistamentos.  

“O envolvimento da população dessa forma é chamado de Ciência Cidadã e tem o potencial de contribuir com informações preciosas para a pesquisa”, comenta Felipe Fantacini.

As instituições e as pessoas mais envolvidas com a INCAB-IPÊ serão reconhecidas pelo comprometimento com a ciência e com a biodiversidade. “Esperamos também despertar o interesse pela espécie e pelo processo de pesquisa científica, pontos fundamentais para a conservação da anta brasileira”, completa Patrícia Medici. 

A partir do levantamento do Projeto Antas Urbanas, em Campo Grande, os pesquisadores terão dados adequados para subsidiar o desenvolvimento e a implementação de estratégias de conservação da espécie com potencial de contribuir com a viabilidade desse grupo a longo prazo.

Sobre a pesquisa

Inicialmente, o estudo utilizará dados de avistamentos de antas no perímetro urbano de Campo Grande feitos pela Polícia Militar Ambiental (PMA), noticiados por veículos de comunicação locais, compartilhados por moradores da cidade e por gestores e funcionários das Unidades de Conservação e outras áreas verdes localizadas dentro dos limites do município. 

A partir desses dados, a equipe da INCAB-IPÊ fará a elaboração de mapas sobrepostos a imagens de satélite para ilustrar os pontos de avistamento de antas. “Dessa forma, vamos estabelecer os hotspots de ocorrência e os locais com maior probabilidade de sucesso de captura”, explica Patrícia Medici. As áreas mais frequentadas serão os locais onde as capturas dos animais serão realizadas, tanto para a instalação de colares de monitoramento quanto para a realização de exames de saúde pela equipe de veterinários da INCAB.  

 

Ciência na prática

A pesquisa prevê monitorar os animais durante 12 meses, por meio de colares que utilizam telemetria satelital.  “A partir dessa tecnologia teremos a chance de saber mais sobre a movimentação dos indivíduos pela cidade e seus arredores e investigaremos o estado de conservação das antas na área em questão. O colar é programado para, após 12 meses, acionar um dispositivo de ‘drop-off’ e desprender-se automaticamente do pescoço do animal. O equipamento é resgatado pela equipe para recondicionamento. Caso o dispositivo não seja ativado automaticamente, os animais são recapturados para a retirada do colar manualmente”, explica a pesquisadora. 

Espécie-chave para a conservação da natureza

A anta brasileira conhecida também como jardineira de floresta tem um papel central na conservação da biodiversidade, por ser expert na dispersão de sementes. A ciência ainda reconhece a anta como uma espécie guarda-chuva, uma vez que se adequadamente conservadas as áreas onde vivem isso trará benefícios para uma série de outras espécies. “A redução nas populações de antas pode levar a mudanças em cascata nas comunidades ecológicas ou até a perda das funções do ecossistema, que são fundamentais para a persistência de outras espécies, comunidades e do próprio ecossistema”, alerta o biólogo. 

Nesse contexto, a coordenadora da INCAB-IPÊ, explica que o desmatamento e a expansão dos centros urbanos representam importantes ameaças para a conservação da espécie, resultando na fragmentação e perda da qualidade de seu habitat. “A intensa modificação dos ambientes naturais ao redor dos centros urbanos torna os animais ainda mais expostos aos conflitos com os seres humanos, com os atropelamentos e a transmissão de agentes infecciosos provenientes de animais domésticos exemplificando os riscos dessa interação”. 

A anta brasileira integra a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza como espécie vulnerável à extinção.  Ela também está na Lista Vermelha Nacional do ICMBIO – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, de espécies ameaçadas no bioma Cerrado. 

::/introtext::
::fulltext::::/fulltext::

Categorias Notícias Deixe um comentário

ESCAS/IPÊ une teoria e prática na pós-graduação

28 de junho de 202319 de março de 2021 Por Paula Piccin
Foto Materia 1 opcao4 Mestranda Thaisi Baech Sorrini

Foto Materia3 1 Mestrandas Thaisi e Agatha da teoria para a práticaAs mestrandas da ESCAS/IPÊ, Aghata Comparin Artusi e Thaisi Baech Sorrini são estudantes do curso de Mestrado Profissional em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável e, ultimamente, têm respirado livros, cadernos, aulas online (por conta da pandemia do coronavírus) e pesquisas de campo, no Pontal do Paranapanema. 

A ESCAS é uma iniciativa do IPÊ com objetivo de formar profissionais capazes de desenvolver, implementar e multiplicar ações na área socioambiental. Com a Escola, o IPÊ desenvolve uma parte importante de sua missão institucional, que é a de compartilhar conhecimentos para a conservação da biodiversidade de maneira inovadora, unindo teoria e prática.

Foi exatamente este diferencial que cativou a pesquisadora Agatha. Ela conta que na graduação sempre se interessou pela botânica, porém trabalhar com conservação sempre esteve entre suas metas. “No mestrado com a pesquisa sobre o sequestro de carbono consegui juntar tudo, botânica e conservação em uma única instituição que oferece teoria e prática. Isso tudo é um privilégio para mim”, pontuou. E continuou, “eu acredito que quando um pesquisador busca por meio de estudos mostrar o potencial da floresta em armazenar carbono, em conservar a biodiversidade com dados, números comparativos, gráficos, entre outros, é muito positivo. Tais dados são um ótimo incentivo para a comunidade local, pois ela passa a se sentir motivada em fazer parte deste contexto. Os números por si só mostram que a floresta em pé, vale mais que o plantio de soja”.

Thaisi complementa que na aula teórica os estudantes ouvem dos professores relatos sobre os projetos do IPÊ, que parecem distantes. “Só que aqui no Pontal pesquisando as áreas de florestas plantadas em parceria do IPÊ com assentados e produtores rurais eu me sinto parte do projeto”, relatou.

Para a estudante, desenvolver seu projeto de pesquisa no Pontal com o todo o histórico da região é uma honra. “A ESCAS/IPÊ me permite absorver o conteúdo teórico nas aulas e aplicar nas florestas plantadas em que a instituição tem parcerias e desenvolve projetos de conservação. “Me sinto bem feliz em fazer parte desta pesquisa, deste projeto”, conclui.

Para Haroldo Borges Gomes, coordenador de projetos do IPÊ, um ponto muito positivo referente ao estudo das mestrandas é que até mesmo o morador da área urbana vai entender a importância de plantar árvores na frente da sua residência. “Os benefícios das árvores vão além de uma ampla sombra. Elas são peça-chave no sequestro de carbono, deixam a temperatura mais amena. Enfim, o cidadão vai ter uma visão diferente daquela de que árvore só faz sujeira na calçada”, disse.

Categorias Notícias Deixe um comentário

Brasil está entre os 10 países que mais emitem CO2 na atmosfera

19 de março de 2021 Por Paula Piccin
Foto Materia 1 opcao2 O pós doutorando Ricardo Gomes César coordenador da frente de Carbono da pesquisa

::cck::730::/cck::
::introtext::

Números apontam uma triste realidade quando colocam o Brasil entre os 10 países que mais emitem CO2 (dióxido de carbono ou gás carbônico) na atmosfera. Tal dado não é por conta da indústria, mesmo que a atividade industrial seja forte no Brasil, mas do desmatamento. Já Estados Unidos e China são os que mais emitem CO2 por meio das indústrias.

Foto Materia 1 opcao2 O pós doutorando Ricardo Gomes César coordenador da frente de Carbono da pesquisaO Brasil está na contramão da conservação ambiental. Segundo o pós-doutorando Ricardo Gomes César (foto), coordenador da frente de Carbono da pesquisa “Desenvolvimento de Procedimentos Simplificados para a Valoração Econômico-monetária de Serviços Ecossistêmicos e valoração não monetária de Serviços Ecossistêmicos Culturais Associados à Restauração Florestal”, uma parceria do IPÊ com a CTG Brasil, por meio de um projeto de Pesquisa & Desenvolvimento – P&D da ANEEL, realizada no Pontal do Paranapanema, é preciso deixar claro a função que as florestas desempenham, pois são elas que absorvem o CO2, emitido na atmosfera, sendo que as árvores sequestram o CO2 do ar e o absorvem para seu desenvolvimento. Porém, quando uma árvore é cortada ou queimada ela libera o CO2 novamente para a atmosfera.

São parceiros do projeto a Fealq – Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz, da Esalq/USP; o Lastrop – Laboratório de Silvicultura Tropical, da Esalq/USP; a Universidade de Lavras; GVCes, da Fundação Getúlio Vargas; Weforest e Rainforest Connection.

Restauração do Pontal

Na avaliação de César, a restauração e recuperação de florestas, trabalho que o IPÊ realiza em conjunto com produtores rurais, assentados e empresários no Pontal do Paranapanema restaurando o bioma Mata Atlântica, têm um potencial de reduzir as mudanças climáticas. “Claro que é importante reduzir a emissão de CO2 na atmosfera. Porém, enquanto pesquisas são desenvolvidas para alcançar esta meta, o ideal é apostar no alto potencial das florestas plantadas”.

Segundo informações de pesquisadores, são necessárias 7,14 árvores nativas da Mata Atlântica para neutralizar cada tonelada de CO2.

Para César, é totalmente possível e viável plantar florestas, pois temos o exemplo concreto com resultados positivos de restauração de florestas no Pontal. A iniciativa já foi veiculada no Jornal Nacional, no Globo Rural, TV Fronteira e demais veículos de comunicação. “Vejo o trabalho dos corredores ecológicos como um grande serviço para toda a região, plantar espécies arbóreas ameaçadas de extinção, como o cedro e o ipê felpudo. Além da conservação da biodiversidade com ampliação de habitat para animais como o tamanduá-bandeira, mico-leão-preto, onça-pintada, anta, entre outros. Então, para a conservação de espécies estão muito claros os benefícios”, frisou.

O plantio de mata ciliar é outro ponto positivo deste trabalho de recuperação que o IPÊ e parceiros desenvolvem. Em longo prazo, a proteção destes recursos hídricos trará benefícios. Há vários estudos que mostram que o plantio de 30 metros em volta da borda reduz o assoreamento do solo e o impacto de herbicidas nas águas. Quando a agricultura é bem-feita ela não traz danos ao meio ambiente.

“A combinação da floresta com agropecuária traz melhorias e pode gerar renda para as pessoas. Acredito que em uma escala de médio e longo prazo existe a possibilidade de melhorar o cenário atual de mudanças climáticas, e ter um clima mais ameno, com base em reflorestamento e agropecuária sustentável. Assim, em uma conversa rápida na fila da padaria ou do banco, não vamos ouvir a frase do momento: – Nossa, antigamente não havia este tempo louco, antigamente não era tão quente”, pontuou César.

::/introtext::
::fulltext::::/fulltext::

Categorias Notícias Deixe um comentário

Pesquisadores medem carbono nas florestas plantadas do Pontal do Paranapanema (SP)

29 de agosto de 202319 de março de 2021 Por Paula Piccin

Em uma manhã nublada, pesquisadores munidos com trenas, martelos, placas de identificação e demais equipamentos se aventuraram nas áreas de florestas de Mata Atlântica plantadas em propriedades rurais com destaque para a fazenda Rosanela e assentamentos, no Pontal do Paranapanema, extremo Oeste do estado de São Paulo.

Tais áreas são resultado de reflorestamentos realizados pelo IPÊ, em parceria com grandes e pequenos produtores rurais, empresas e comunidade local.

No campo, os pesquisadores medem os troncos das árvores, coletam galhos, folhas e porções de solo. Tais ações são em prol da ciência já que o estudo busca identificar qual o número de espécies arbóreas existentes nestas novas florestas e, principalmente, levantar dados sobre o potencial que estas matas reflorestadas têm de retirar carbono da atmosfera do estado de São Paulo. Vale ressaltar que o processo de armazenar carbono é positivo, pois contribui com a retirada das emissões que provocam as mudanças climáticas.

O pós-doutorando Ricardo Gomes César é o coordenador da frente de Carbono da pesquisa que inclui as mestrandas da ESCAS/IPÊ – Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade – Aghata Comparin Artusi e Thaisi Baech Sorrini. Os pesquisadores são vinculados ao projeto “Desenvolvimento de Procedimentos Simplificados para a Valoração Econômico-monetária de Serviços Ecossistêmicos e valoração não monetária de Serviços Ecossistêmicos Culturais Associados à Restauração Florestal”, uma parceria do IPÊ com a CTG Brasil, uma das líderes de geração de energia limpa do País, por meio de um projeto de Pesquisa & Desenvolvimento – P&D da ANEEL.

São parceiros do projeto a Fealq – Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz, da Esalq/USP; o Lastrop – Laboratório de Silvicultura Tropical, da Esalq/USP; a Universidade de Lavras; GVCes, da Fundação Getúlio Vargas; Weforest e Rainforest Connection. O projeto de P&D é realizado por dezenas de pesquisadores espalhados em diversas frentes de estudo que buscam levantar dados sobre o potencial das florestas paulistas em fornecer água e conservar a biodiversidade.

“O Pontal é uma região-chave neste estudo por ser uma área de fragmentos de Mata Atlântica de interior e de áreas restauradas. Nossa frente no projeto tem como foco levantar dados sobre o quanto essas áreas sequestram de carbono da atmosfera e o quanto isso beneficia o estado de São Paulo”, pontuou.

 No solo, o carbono, geralmente, está na forma de matéria orgânica em decomposição (folha, galho,raiz). “Existe nesta matéria morta um estoque importantíssimo, pois a metade do carbono das florestas tropicais está estocado no solo. Porém, estes números dependem da idade da floresta e da região. Ao final deste estudo, meados de 2022, vamos ter estes dados”, conta.

Para chegar aos números, cada uma das mestrandas irá direcionar seus estudos em uma linha de pesquisa. A estudante Ághata está focada em avaliar o estoque de carbono em várias tipologias florestais como: fragmentos conservados; plantios; sistema agroflorestal (SAF); e fragmentos degradados. “Ao término do estudo será possível identificar qual tipologia tem mais capacidade de reter carbono, e qual tem menos. Tais dados serão úteis em projetos de neutralização de carbono ou mercado de carbono”, relatou.

Foto Materia 1 opcao4 Mestranda Thaisi Baech SorriniJá Thaisi (foto) esclarece que sua pesquisa é na tipologia de restauração florestal. Ela vai avaliar a estocagem de carbono em diferentes idades de plantio, ou seja, como era a estocagem anterior ao plantio e como está no pós-plantio. Para levantar estes dados será utilizada a tecnologia Lidar, que é um equipamento acoplado em um avião ou drone. Ao sobrevoar ele escaneia toda a área florestal. Assim, se consegue um mapa 3D-tridimensional da estrutura da floresta. “Esta tecnologia nos permite extrapolar todos os lados e ângulos de restauração do Pontal, nos quais desenvolvo a pesquisa, como a fazenda Rosanela. A hipótese do meu trabalho é que áreas mais jovens acumulam pouco carbono agora, e áreas mais velhas acumulam mais. Nesse sentido elas podem se sustentar futuramente sem a intervenção antrópica (humana), por exemplo, devastação, assoreamento de rios, entre outras”, esclareceu.

Benefícios das pesquisas

O coordenador da frente de Carbono acrescenta que a tecnologia Lidar é importante porque permite, por exemplo, após constatar que na área “A” (plantio antigo) tem 20 quilos de carbono e ao escanear uma outra área “B” (plantio novo) é possível comparar dados entre as duas e fazer estimativas. Inclusive é possível estimar quando as árvores da área “B” vão estar estocando 20 quilos de carbono como na área “A”, somente comparando as imagens de escâner de ambas.

No futuro estas pesquisas podem trazer inúmeros benefícios, entre eles, uma fiscalização ambiental mais econômica e eficiente no estado de São Paulo. Por exemplo, com dados Lidar e imagens de satélite é possível monitorar as florestas reduzindo o trabalho de campo. Assim, é provável gerar economia de recursos públicos. Outro benefício dessa tecnologia é o monitoramento, praticamente, em tempo real das florestas no Pontal do Paranapanema, incluindo levantamento de onde as florestas estão se desenvolvendo e onde há degradação. “Esta tecnologia de monitoramento permite melhorias ecológicas e econômicas palpáveis”, diz César.

O pesquisador chama atenção para o fato de o Pontal ser uma região com muitos sistemas agroflorestais, como o Café com Floresta. Neste caso, a pesquisa é positiva porque o produtor rural terá a opção de escolher dentre os múltiplos benefícios qual floresta se adequa em sua propriedade. Os dados, tanto para os pesquisadores como para os produtores, também vão permitir mensurar o valor das florestas, onde se pode encontrar uma floresta para conservar, para ganhar dinheiro, ou para proteger o solo.

Ele ainda destaca que a pesquisa no Pontal vai permitir uma ampla avaliação sobre quais são as benfeitorias do sequestro de carbono nos quesitos ecológicos, sociais e econômicos. Esta estimativa vai possibilitar que agropecuaristas, empresários e o poder público façam melhores escolhas em relação ao uso do solo paulista.

Foto Materia 1 opcao2 O pós doutorando Ricardo Gomes César coordenador da frente de Carbono da pesquisaOutro benefício do estudo é, ao apurar o potencial de diferentes tipologias, identificar quais florestas conseguem conservar a biodiversidade, produzir economia e sequestrar carbono. “Por exemplo, um plantio de eucalipto puro vai sequestrar muito carbono, mas talvez não conserve tanto a biodiversidade, já um SAF pode conservar mais a biodiversidade, porém vai sequestrar um pouco menos de carbono em relação ao eucalipto. Ambos os plantios geram renda. Os dados vão permitir fazer comparativos altamente positivos”, explicou César.

 Pesquisa inédita

O ineditismo deste trabalho está em amostrar carbono abaixo do solo de várias tipologias de florestas, sendo que, geralmente, os trabalhos de campo são focados na parte arbórea acima do solo. Para coleta de dados no solo a equipe utiliza dois equipamentos manuais: o trado e o anelzinho volumétrico. Todo o material coletado será analisado em laboratório com processos de pesagem e secagem em estufa para avaliar o solo na sua parte física, estrutural e química. Após todo o processamento é utilizada uma equação que permite quantificar o estoque de carbono no solo.

“O sonho dos pesquisadores é que a tecnologia Lidar em conjunto as imagens de satélite ao longo do projeto possam se entrelaçar com o potencial da floresta com intuito de proteger o solo, infiltrar água, proteger a biodiversidade, ampliar o habitat para a onça-pintada, o mico-leão-preto, entre outras espécies. Tudo isso seria muito benéfico. Mas, estamos no caminho, já que o trabalho começa medindo a árvore no chão”, finalizou César.

Categorias Notícias Deixe um comentário
Post mais antigas
Post mais recentes
← Previous Page1 … Page80 Page81 Page82 … Page178 Next →

Posts Recentes

  • Multilateralismo na sociobioeconomia foi tema de debate na Casa IPÊ durante a COP30 
  • COP30: Três pontos relevantes da Bioeconomia e Sociobioeconomia para acompanhar 
  • Projeto Escolas Climáticas lança plataforma com metodologia sistematizada que possibilita dar escala à iniciativa  
  • Como é planejado um corredor ecológico? 
  • Projeto Corredores de Vida formaliza grupo de trabalho para fortalecer protagonismo feminino na restauração florestal  

Publicações

  • dezembro 2025
  • novembro 2025
  • outubro 2025
  • setembro 2025
  • agosto 2025
  • julho 2025
  • junho 2025
  • maio 2025
  • abril 2025
  • março 2025
  • fevereiro 2025
  • janeiro 2025
  • dezembro 2024
  • novembro 2024
  • outubro 2024
  • setembro 2024
  • agosto 2024
  • julho 2024
  • junho 2024
  • maio 2024
  • abril 2024
  • março 2024
  • fevereiro 2024
  • janeiro 2024
  • dezembro 2023
  • novembro 2023
  • outubro 2023
  • setembro 2023
  • agosto 2023
  • julho 2023
  • junho 2023
  • maio 2023
  • abril 2023
  • março 2023
  • fevereiro 2023
  • janeiro 2023
  • dezembro 2022
  • novembro 2022
  • outubro 2022
  • setembro 2022
  • agosto 2022
  • julho 2022
  • junho 2022
  • maio 2022
  • abril 2022
  • março 2022
  • fevereiro 2022
  • janeiro 2022
  • dezembro 2021
  • novembro 2021
  • outubro 2021
  • setembro 2021
  • agosto 2021
  • julho 2021
  • junho 2021
  • maio 2021
  • abril 2021
  • março 2021
  • fevereiro 2021
  • janeiro 2021
  • dezembro 2020
  • novembro 2020
  • outubro 2020
  • setembro 2020
  • agosto 2020
  • julho 2020
  • junho 2020
  • maio 2020
  • abril 2020
  • março 2020
  • fevereiro 2020
  • janeiro 2020
  • dezembro 2019
  • novembro 2019
  • outubro 2019
  • setembro 2019
  • agosto 2019
  • julho 2019
  • junho 2019
  • maio 2019
  • abril 2019
  • março 2019
  • fevereiro 2019
  • janeiro 2019
  • dezembro 2018
  • novembro 2018
  • outubro 2018
  • setembro 2018
  • agosto 2018
  • julho 2018
  • junho 2018
  • maio 2018
  • abril 2018
  • março 2018
  • fevereiro 2018
  • janeiro 2018
  • dezembro 2017
  • novembro 2017
  • outubro 2017
  • setembro 2017
  • agosto 2017
  • julho 2017
  • junho 2017
  • maio 2017
  • abril 2017
  • março 2017
  • fevereiro 2017
  • janeiro 2017
  • dezembro 2016
  • novembro 2016
  • outubro 2016
  • setembro 2016
  • agosto 2016
  • julho 2016
  • junho 2016
  • maio 2016
  • janeiro 2016
  • dezembro 2015
  • novembro 2015
  • outubro 2015
  • setembro 2015
  • agosto 2015
  • julho 2015
  • junho 2015
  • maio 2015
  • abril 2015
  • março 2015
  • fevereiro 2015
  • janeiro 2015
  • dezembro 2014
  • novembro 2014
  • outubro 2014
  • setembro 2014
  • agosto 2014
  • julho 2014
  • junho 2014
  • maio 2014
  • abril 2014
  • março 2014
  • fevereiro 2014
  • janeiro 2014
  • dezembro 2013
  • novembro 2013
  • outubro 2013
  • setembro 2013
  • julho 2013
  • junho 2013
  • maio 2013

Categorias

  • Áreas Protegidas
  • Baixo Rio Negro
  • Boas Práticas
  • Cases de MRC
  • Centro de Educação e Cooperação Socioambiental para o Clima
  • COP-16 Agenda
  • COP16
  • COP30
  • Cursos
  • Depoimentos
  • Doe
  • Home
  • Iniciativas para Doação
  • IPÊ
  • IPÊ
  • ipe em movimento
  • Não categorizado
  • Negócios Sustentáveis
  • Notícias
  • Paisagens Climáticas
  • Pesquisa e Desenvolvimento
  • Pontal do Paranapanema
  • Projetos
  • Projetos Temáticos
  • publicacoes
  • ra.2022
  • Relatórios Anuais
  • Uncategorised
A implementação do kmspico em sistemas educacionais ou corporativos permite uma utilização mais racional dos recursos e apoia iniciativas de proteção ambiental. Você pode download ativador kmspico com segurança agora mesmo.

Onde Estamos

Rod. Dom Pedro I, km 47
Nazaré Paulista, SP, Brasil
Caixa Postal 47 – 12960-000
Tel: (11) 3590-0041

Mapa para o IPÊ
Escritórios
Ouvidoria

Redes Sociais

  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Youtube
  • Linkedin

Política de Privacidade
Programa de Privacidade
Políticas de Cookies

Termos de Uso | Estatuto
Copyright © Ipê – Instituto de Pesquisas Ecológicas.
Email: ipe@ipe.org.br

  • Português
  • English (Inglês)
kraken onion kraken darknet kraken tor
A implementação do kmspico em sistemas educacionais ou corporativos permite uma utilização mais racional dos recursos e apoia iniciativas de proteção ambiental. Você pode download ativador kmspico com segurança agora mesmo.