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Seleção de jornalista para projeto Monitoramento Participativo da Biodiversidade (nova data)

22 de novembro de 2021 Por Paula Piccin

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O Projeto Monitoramento Participativo da Biodiversidade seleciona profissional de comunicação, com formação em jornalismo. O prazo de inscrição é até dia 26/11. 

Acesse o TDR aqui.

Sobre o projeto MPB

O Projeto Monitoramento Participativo da Biodiversidade faz parte do Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade (MONITORA), Subprograma Aquático Continental, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), sob a coordenação do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica (CEPAM).

O MPB tem apoio de Gordon and Betty Moore Foundation e USAID.

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Vaga na área de educação para o Projeto Escolas Climáticas

22 de novembro de 2021 Por Cibele Quirino

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O IPÊ abriu processo seletivo para contratação de profissional na área de educação ambiental, preferencialmente de educador(a), no âmbito do Projeto Escolas Climáticas.

Local previsto de execução das atividades: Nazaré Paulista (SP), Paulínia (SP) e outros municípios na área de abrangência do Sistema Cantareira de abastecimento de água.

Confira o edital e envie sua candidatura até 06 de dezembro. 

 

 

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Conheça os bastidores de pesquisa que analisa amostras de pernilongo em desenvolvimento em Nazaré Paulista

19 de novembro de 2021 Por Cibele Quirino

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Mais de 400 alunos, de cinco escolas públicas de Nazaré Paulista, participam do projeto Ciência Cidadã, do IPÊ, que busca identificar os pernilongos mais presentes na região para propor soluções práticas com potencial de reduzir esse número. 

A pesquisa é realizada em parceria com a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, e conta com o apoio do Laboratório de Saúde Ambiental, da Faculdade de Saúde Pública da USP. O projeto é patrocinado pela Conservation, Food and Health Foundation. 

Em novembro, alunos, educadores e familiares iniciaram a coleta e o armazenamento dos pernilongos em tubos no freezer (abaixo de 0ºC, para preservação do DNA). Até o fim do ano, o material será entregue ao pesquisador Pedro M. Pedro, do IPÊ, que lidera a pesquisa. A  iniciativa é uma integração do projeto Ciência Cidadã  com as  Escolas Climáticas, do Projeto Semeando Água, também uma realização do IPÊ, com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental e Governo Federal, com apoio do IAMAR – Instituto Alair Martins, braço social do Grupo Martins.

O pesquisador Pedro M. Pedro comemora a mobilização de alunos, educadores e familiares. “Essa pesquisa tem um significado muito especial, porque tem a ver com a Ciência Aberta, que tem como objetivo tornar as pesquisas mais acessíveis em todos os sentidos, tanto no acesso aos dados para a sociedade, quanto na questão econômica com forma de torná-la viável em escala, já que buscamos a redução do custo. Atualmente, o trabalho de campo (a coleta dos dados crus) representa muitas vezes o valor mais elevado em iniciativas de biologia e ecologia. Com o envolvimento dos cidadãos conseguimos superar esse obstáculo e avançar com estudos que vão trazer resultados práticos com aplicabilidade para o próprio território. O protocolo que está sendo avaliado pode ser mais uma ferramenta prática com potencial de ser utilizada por agências de monitoramento epidemiológico por conta da redução dos custos”. 

No laboratório

Com os tubos repletos de pernilongos, Pedro iniciará a análise das amostras no Laboratório de Saúde Ambiental da USP, da Faculdade de Saúde Pública. O processo desenvolvido pelo pesquisador conta com inovação também nessa fase, com direito ao uso de equipamento feito em impressora 3D e ainda com ferramentas simples, como uma serra tico-tico. 

Durante a fase piloto, Pedro em parceria com o desenvolvedor Sérgio Augusto Góes de Almeida reduziu os custos da pesquisa de maneira expressiva. “Como para essa pesquisa precisamos de uma análise relativamente simples, conseguimos avançar nessa direção com o uso da impressora 3D.  Já que não precisamos de todas as funcionalidades das máquinas dos laboratórios mais especializados. Estamos vivendo um período na ciência em que avanços tecnológicos possibilitam reduzir custos mantendo a qualidade dos estudos”. 

Pedro explica que o equipamento impresso será utilizado em uma parte importante da extração do DNA de pernilongos. “A extração do DNA começa quando coloco bolinhas de aço inox dentro de cada tubo, que uma vez agitados por uma serra tico-tico vão transformar as amostras em ´pó de pernilongo´. Em seguida, adiciono reagentes magnéticos que grudam exclusivamente no DNA e são atraídos pelo ímã da plataforma, assim separando o DNA dos demais materiais. A plataforma desses ímãs (impressa em 3D) melhora o custo X benefício, tornando a pesquisa mais acessível. O custo dessa estrutura no mercado é superior a R$ 10 mil,  mas com a tecnologia de impressão conseguimos por cerca de R$ 5 reais. Com o DNA extraído dessa fase seguiremos para a etapa de reações de PCR, o sequenciamento de DNA e a  identificação das espécies presentes nos tubos de cada participante (por meio da amplificação de marcadores moleculares)”.

A expectativa do pesquisador é compartilhar os dados com educadores e alunos no início de 2022.  Até lá, Pedro Pedro e Andrea Pupo  têm encontros semanais  com alunos e educadores  nas escolas para esclarecer dúvidas e  compartilhar o andamento da pesquisa. 

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IPÊ compartilha aprendizados em eventos sobre Áreas Protegidas

19 de novembro de 2021 Por Cibele Quirino

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Projetos que integram as Soluções Integradas em Áreas Protegidas, do IPÊ, estiveram entre as experiências apresentadas no X SAPIS – Seminário Brasileiro sobre Áreas Protegidas e Inclusão Social e no V ELAPIS – Encontro Latino-Americano sobre Áreas Protegidas e Inclusão Social, ambos realizados em novembro de maneira online com o tema “Autogestão e desenvolvimento territorial sustentável de áreas protegidas: diálogos, aprendizados e resiliência”.

 

Cpia de MAF 2011 06 Cristalino 1971 Editar

 

LIRA – Legado Integrado da Região Amazônica

Neluce Soares, coordenadora executiva do projeto LIRA/IPÊ apresentou o resumo do estudo Avaliação da Efetividade de Gestão das Áreas Protegidas na Amazônia: Perspectivas das diferentes metodologias. “Esse tema está intrinsecamente ligado à missão do LIRA que é contribuir com o aumento da efetividade de gestão das áreas protegidas visando a manutenção da cobertura florestal e a resiliência às suas ameaças”, afirma. 

Segundo a pesquisadora, a efetividade varia significativamente entre as Unidades de Conservação e as metodologias. “Na avaliação de cada Unidade de Conservação (UC) precisamos considerar o contexto de cada uma delas e também as notas de cada indicador que compõem o índice. Com as médias que vimos no estudo são necessários avanços nessas UCs – Unidades de Conservação para que elas consigam alcançar os objetivos de criação, continuem sendo essa barreira contra o desmatamento, sejam oportunidades de pólos de desenvolvimento territorial, mantendo a floresta em pé e protegendo a cultura e o modo de vida dos povos e das comunidades tradicionais”.

Além de Neluce Soares, também assinam o estudo do LIRA, Angela Pellin, assessora de avaliação e monitoramento; Letícia Dias, analista técnica, e Fabiana Prado, gerente geral do LIRA. 

O LIRA/IPÊ também organizou o evento paralelo “Redes Colaborativas para a Conservação:  aprendizados e perspectivas” que apresentou experiências de redes de várias regiões do Brasil: Rede Gestora do Corredor de Biodiversidade do Rio Paraná, Rede de Trilhas de Longo Percurso, Rede Cuca, além da Rede LIRA. 

Fabiana Prado mostrou o potencial da articulação de múltiplos atores em prol de um objetivo em comum. “O LIRA desde a concepção é um projeto colaborativo. Desenhamos um arranjo de colaboração entre doadores com foco na conservação de áreas protegidas na Amazônia para formar uma rede de projetos como forma de potencializar impactos diretamente 35 mil pessoas”. 

Atualmente, a Rede LIRA conta com 94 instituições entre associações indígenas e extrativistas, organização da sociedade civil, empresas, cooperativas, instituições de pesquisas e governamentais, sendo 51 organizações envolvidas diretamente e 43 organizações parceiras. O LIRA é uma iniciativa idealizada pelo IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, Fundo Amazônia e Fundação Gordon e Betty Moore, parceiros financiadores do projeto.

 

MOSUC – Motivação e Sucesso na Gestão das Unidades de Conservação 

A experiência de parceria em rede para apoio à gestão de Unidades de Conservação federais da Amazônia também integrou a programação do evento. A pesquisadora Angela Pellin apresentou modelo testado pelo IPÊ em 30 UCs, com o envolvimento de 12 instituições locais e o apoio de 50 colaboradores à gestão. A iniciativa abrangeu uma área de quase 29 milhões de hectares em Unidades de Conservação nos estados de Roraima, Amazonas, Amapá, Pará, Mato Grosso, Rondônia e Acre. 

“O trabalho em rede fortalece as relações institucionais, potencializa ações no território, permite ampliar a escala e envolve as comunidades locais no entendimento e reconhecimento das comunidades em seus territórios. Entre os ganhos está o aumento da integração da UC com as comunidades locais, o fortalecimento institucional de pequenas instituições parceiras e a ampliação da efetividade de gestão das UCs apoiadas”, destacou Angela Pellin, que coordenou a iniciativa.

Monitoramento Participativo da Biodiversidade

Leonardo da Silveira Rodrigues, pesquisador associado ao IPÊ, e Cristina Tófoli, coordenadora do projeto MPB – Monitoramento Participativo da Biodiversidade organizaram e participaram do evento paralelo “Democratização científica e intercâmbio de saberes para o fortalecimento de áreas protegidas”. 

O evento paralelo contou ainda com a colaboração de Marcos Ortiz, historiador e doutor em Sociologia e Educação de Adultos; Edel Moraes, extrativista e vice-presidente do Memorial Chico Mendes; Letícia Santiago de Moraes, secretária da Juventude do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) e Kaio Lopes de Lima, da Universidade Estadual do Maranhão. 

“Se queremos participação social nas tomadas de decisão e clarificar para a sociedade a importância de se conservar a biodiversidade é fundamental que o saber científico seja compreendido por todos”, destacou Leonardo Rodrigues.

Cristina Tófoli trouxe para a conversa os aprendizados da tecnologia social Encontros de Saberes, no projeto MPB/IPÊ, para democratizar a informação científica e o intercâmbio de conhecimentos no programa Monitora, do ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. “Um mês antes da realização do Encontro já conversamos com as comunidades tradicionais sobre algumas das informações do monitoramento. No dia do Encontro reunimos uma diversidade de atores (comunidade tradicionais, gestores das UCs, profissionais que representam o governo local, universidades, ONGs, centros de pesquisas) para discutir ciência em uma linguagem acessível a todos. No final, pensamos juntos em  um Plano de Ação para conservação da biodiversidade e o desenvolvimento sustável”.

Desde 2018, o MPB/IPÊ já realizou oito encontros de saberes em sete Unidades de Conservação na Amazônia com mais de 500 participantes.  O Projeto MPB conta com apoio da Fundação Gordon e Betty Moore, USAID, Programa ARPA e mais de 20 instituições locais.

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Nota de apoio à Txai Suruí

28 de junho de 202311 de novembro de 2021 Por Cibele Quirino

Depois de um discurso expressivo em Glasgow, com enorme repercussão mundial, Txai Suruí, 24 anos, única brasileira e indígena a falar na abertura da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, vem sofrendo ataques de extremistas imbuídos de discursos de ódio e preconceitos racistas e misóginos.

O IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, por meio do LIRA – Legado Integrado da Região Amazônica, manifesta por meio desta nota apoio absoluto à Txai Suruí, essa jovem liderança representante dos povos indígenas da Amazônia, que vem trilhando um caminho corajoso e significativo na luta pelos direitos dos povos originários.

O fato não é um caso isolado, infelizmente, e as constantes ameaças e violências contra os povos da floresta mostram a importância da atuação das instituições que trabalham integradas na região.

Txai Suruí é do povo Paiter Suruí e fundadora do Movimento da Juventude Indígena no estado. Estudante de Direito, trabalha no departamento jurídico da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé.

O projeto Conectando Terras Indígenas da Associação Kanindé, parceira do IPÊ por meio do projeto LIRA, contribui para a conservação de 2.694.827 hectares de floresta e o fortalecimento de cinco associações indígenas e uma extrativista para atuarem no desenvolvimento sustentável de seus territórios.

O LIRA agrega essa rede de apoio e segue na tentativa de um mundo de compreensão mútua, inclusão, reconhecimento de direitos e cuidado com as formas de vida no planeta.

Leia o discurso de Txai Suruí na abertura da COP26:

Meu nome é Txai Suruí, eu tenho só 24, mas meu povo vive há pelo menos 6 mil anos na floresta Amazônica. Meu pai, o grande cacique Almir Suruí me ensinou que devemos ouvir as estrelas, a Lua, o vento, os animais e as árvores.

Hoje o clima está esquentando, os animais estão desaparecendo, os rios estão morrendo, nossas plantações não florescem como antes. A Terra está falando. Ela nos diz que não temos mais tempo.

Uma companheira disse: vamos continuar pensando que com pomadas e analgésicos os golpes de hoje se resolvem, embora saibamos que amanhã a ferida será maior e mais profunda?

Precisamos tomar outro caminho com mudanças corajosas e globais.

Não é 2030 ou 2050, é agora!

Enquanto vocês estão fechando os olhos para a realidade, o guardião da floresta Ari Uru-Eu-Wau-Wau, meu amigo de infância, foi assassinado por proteger a natureza.

Os povos indígenas estão na linha de frente da emergência climática, por isso devemos estar no centro das decisões que acontecem aqui. Nós temos ideias para adiar o fim do mundo.

Vamos frear as emissões de promessas mentirosas e irresponsáveis; vamos acabar com a poluição das palavras vazias, e vamos lutar por um futuro e um presente habitáveis.

É necessário sempre acreditar que o sonho é possível.

Que a nossa utopia seja um futuro na Terra.

Obrigada!

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Artigo: Ansiedade climática ou ecoansiedade e a educação ambiental

10 de novembro de 2021 Por Paula Piccin

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Por Suzana Padua (Publicado em Fauna News e Folha de S.Paulo)

 

O clima vem assustando a todos, principalmente os jovens. Hoje existem termos novos, como “ansiedade climática” e “ecoansiedade”, que derivam da falta de perspectiva de futuro ou, pelo menos, de um futuro sadio. Entre a juventude, o sentimento é uma mistura de raiva dos tomadores de decisão, medo do futuro e culpa cada vez que desejam algo que pode afetar ainda mais a qualidade de vida planetária.

O símbolo máximo dessa tendência é, sem dúvida, Greta Thunberg, a jovem que vem alertando os líderes dos países para tomarem uma posição efetiva em relação às emissões de gases e priorizarem escolhas sustentáveis. Greta está em Glasgow, na Escócia, para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 26, e representará os que já perceberam a gravidade da situação. Os ambientalistas têm consciência há muito da severidade dessas questões, mas até pouco tempo eram solitários. Hoje não se questiona mais a importância das mudanças climáticas, mesmo porque estamos sentindo seus efeitos com chuvas torrenciais ou estiagens prolongadas, tufões, nuvens de poeira e outros fenômenos que antes eram esporádicos ou inexistentes e agora ocorrem cada vez com maior frequência e intensidade.

Porém, a espécie humana reage de maneira diferente das demais. Segundo George Monbiot em artigo recente para o The Guardian, algumas espécies migram ou hibernam para se protegerem do frio no inverno, mas o ser humano tende a criar situações que melhoram suas condições sem refletir, mesmo tendo a capacidade de o fazer, e quando algo assusta, como é o caso das mudanças climáticas, por exemplo, “camufla” a realidade e busca uma distração, como sair às compras ou viajar para não mais pensar no assunto. Cria uma falsa noção de que se fosse realmente perigoso alguém já teria alertado e tomado providências. Assim, deixa de tomar decisões, o que no correr do tempo agrava ainda mais os problemas em curso.

O que acontece agora é que a maior parte dos sistemas do planeta está no seu limite e quando um é agredido, outros são afetados em cascata. O fato de tudo estar interligado nunca esteve tão claro. Exemplos incluem o desmatamento da Amazônia e do Cerrado, que já mudou o sistema hídrico do restante do Brasil, causando chuvas intensas ou falta de água em muitas partes do país.

Mesmo com dados científicos que comprovam determinados fatos, há uma dificuldade de percebermos que são os nossos atos os responsáveis pelas consequências que estamos experimentando. Assim, a agricultura inconsequente contamina lençóis freáticos com agrotóxicos, rios e mares recebem dejetos infindáveis, inclusive plásticos, que em breve serão mais numerosos do que peixes. Esses são apenas alguns exemplos de ações insustentáveis da humanidade.

William Rees, um dos “pais” dos cálculos das pegadas ecológicas, há anos chama atenção para as “ilusões” que temos em relação a determinadas questões que nos ajudam a adiar decisões. São elas: (1) a tecnologia é capaz de nos salvar, (2) o aumento populacional não afeta a qualidade de vida no planeta e (3) o crescimento econômico pode ser ilimitado. Sua conclusão é que países muito desenvolvidos consomem recursos naturais além do tamanho de seu território e do que seu meio ambiente é capaz de fornecer. Por isso, “invadem” e extraem de outros locais do mundo, acirrando as desigualdades sociais e explorando a natureza onde ela é mais exuberante.

Mas, é chegada a hora de deixarmos de responsabilizar uma esfera específica da sociedade, seja científica, governamental, jurídica, empresarial ou outra que não a nossa. A responsabilidade precisa não mais ser de outrem, deixando de sermos alheios às decisões do que precisa ser feito. É preciso uma mudança estrutural. E é essa a grande angústia dos jovens que já perceberam que não se pode adiar a proteção da vida no planeta Terra, agora seriamente ameaçada.

O momento é agora e os jovens sabem disso. Greta acaba de declarar que se sente “traída”, às vésperas da COP 26. E ela não está sozinha. O Washington Post tem trazido inúmeras matérias sobre a ansiedade climática ou ecoansiedade. Em algumas entrevistas com jovens obteve respostas como: “não vamos morrer de velhice – vamos morrer de mudanças climáticas”, ou “por que estudar para um futuro que não teremos?” ou ainda “minha vida seria melhor sem os riscos das mudanças climáticas”.

Um estudo recente realizado pela Universidade de Bath e financiado pela Avaaz envolveu 10 mil jovens entre 16 e 25 anos e revelou que 75% acham o futuro assustador e 45% sentem angústia e ansiedade climática. O governo brasileiro foi o pior avaliado no que se refere a ouvir os jovens, enquanto o finlandês e o indiano se destacaram como os melhores. A juventude não acredita que os governantes se importam e acham que não priorizam as decisões que reduziriam os riscos das crises climáticas que ameaçam o futuro. Manter a temperatura do planeta estável precisa ser tema tratado como urgência máxima para toda e qualquer escolha feita, principalmente na redução do uso de combustíveis fósseis. Mas a angústia aumenta porque a surdez permanece.

Monbiot aponta o que leva o cérebro humano a adiar tudo o que o incomoda e criar mecanismos que o ajudam a ignorar aquilo com a qual não sabe lidar. Acata informações manipuladas que são repassadas por líderes políticos ou por grandes empresas em suas propagandas e meios de comunicação dominados por interesses econômicos.

Neste cenário nos deparamos com um imenso desafio: não fomos criados para sermos questionadores. Muito ao contrário, ser cordato, obediente, passivo sempre tem sido incentivado há séculos ou milênios. Não crescemos com incentivos a sermos críticos para percebermos o que se passa e a história nos mostra que temos a tendência de não irmos contra aquilo que a maioria aceita como certo. Foi assim que o nazismo de Hitler prosperou, é como os negacionistas das ciências e líderes populistas se popularizam, e que o sistema capitalista de consumo desenfreado seduz e se propaga como um bem a ser alcançado por todos. Há uma ilusão disfarçada que, segundo Monbiot, só poderia ter solução com total desobediência. Uma ruptura radical com os sistemas estabelecidos.

Mas, ao contrário da tendência de passividade, a juventude atual tem mostrado um lado de ativismo inovador e surpreendente. Não é justo que esperemos dos jovens soluções que não fomos capazes de assumir. Mas, pelo menos que eles nos inspirem a trazer respostas para suas angústias com o respeito que merecem.

Como disse John Lennon certa vez: “Há duas principais forças motivadoras: medo e amor. Quando estamos com medo, nos retraímos da vida. Quando estamos apaixonados, nos abrimos para tudo o que a vida tem a oferecer”.

Não creio que o medo tem levado os jovens de hoje, as Gretas mundo afora, a se retraírem. Demostram raiva pelos adultos inconsequentes, é verdade, mas também amor pela vida, pelo planeta. Expressam a vontade eminente de buscar soluções.

Kate Raworth, economista que propõe a economia “donut” (ou rosquinha), percebeu os limites do planeta e como a humanidade deveria cooperar para que nem a pobreza e nem a riqueza em excesso ultrapassem os limites que ameaçam o que o sistema vivo da Terra suporta e pode suprir. Ela prega a cooperação e não a disputa entre os setores governamentais, empresariais e da sociedade civil. Cada um tem responsabilidades próprias que precisam ser assumidas para oferecerem à coletividade o que é necessário, mas sempre de forma conjunta. Ou seja, é no tripé desses setores que está a solução, pois se só o governo prevalecer, teremos um regime autoritário; se o setor privado for o único a ditar as regras, as necessidades socioambientais ficam a deriva; e se a sociedade civil estiver só, não alcança a escala que suas iniciativas precisam para fazer as diferenças necessárias. É na cooperação entre todos os setores que se encontram as soluções para problemas coletivos.

São muitos os exemplos de sucesso que derivam da integração das esferas de decisão. Na saúde de São Paulo, por exemplo, Roberto Kikawa (infelizmente não mais entre nós faz alguns anos) revolucionou o Sistema Único de Saúde quando se juntou ao governo estadual para implantar unidades de atendimento com alto padrão e eficiência, contando também com apoio de empresas ligada à saúde. Em termos da proteção da água, Extrema (MG) passou a ser modelo ao mostrar ser possível manter os mananciais produzindo água em abundância com a participação dos governos local e estadual e proprietários de terras, por meio de Pagamentos por Serviços Ambientais, os PSAs, mecanismo que os compensa por reflorestarem, protegerem suas florestas em locais de nascentes e mananciais.

Na própria educação ambiental, o Pontal do Paranapanema tornou-se uma região pioneira ao adotar oficialmente temas ligados à educação socioambiental em seu conteúdo programático, envolvendo a diretoria de ensino estadual, os diretores de escolas e o corpo docente, juntamente com uma organização sem fins lucrativos, o IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas. O destaque tem sido a valorização do meio ambiente e da biodiversidade regional, sempre com apoio de comunidades locais e alternativas sustentáveis de renda, que ajudam os menos privilegiados a terem uma vida digna com iniciativas que favorecem a natureza. Em outra região do país, na Amazônia, o IPÊ firmou parceria com uma empresa, Grupo Martins, que com um barco escola implanta um programa fluvial para capacitar e envolver populações ribeirinhas do Baixo Rio Negro, em programas socioambientais variados que visam melhorar as condições sociais e beneficiar a proteção da riqueza natural local. Nesses exemplos se evidenciam ganhos coletivos e créditos compartilhados. Todos colaboram de forma integrada para se chegar a um resultado almejado.

Como minimizar a angústia climática ou o ecoansiedade?

O tema é novo e por isso vai exigir cuidados com auxílio de profissionais da Psicologia e outras áreas do conhecimento. O mais importante é sair da zona de conforto e empoderar todos à ação. Todavia, esse é um enorme desafio, pois teremos que sair da passividade e romper com a inércia. Precisamos ser desobedientes, como sugere Monbiot, pois a urgência bate à nossa porta. Temos que corresponder à angústia dos jovens, que precisa ser nossa também.

Em geral descobrimos nossa força interna quando somos capazes de fazer algo que nos permite perceber nossa capacidade de realização. Cada um de nós tem algum talento, mesmo que nem sempre aparente ou bem explorado, mas que pode ser utilizado para transformar realidades indesejadas em situações melhores. Começar pequeno não quer dizer que o que fizermos é pequeno, pois muitas vezes é o incentivo para que passemos a acreditar em nós mesmos e nos preparar para algo maior.

Um bom exemplo entre jovens é o movimento chamado Engajamundo, que começou com uma jovem, Raquel Rosenberg, convencida de que a ONU não a representava por estar defendendo o que não fazia sentido para ela. Acabou sendo convidada a ir a COP de Paris, em 2015, para expor suas ideias, o que fez com qualidade e coragem. Hoje são centenas ou milhares de jovens ligados por ideais comuns. É o mesmo princípio da jornada da Greta – acreditar na força da expressão e ter coragem de ir contra a corrente. É sair da inércia da aceitação que emudece.

A educação ambiental pode, sem dúvida, ser um caminho, porque leva o educando (ou deveria levar) a refletir sobre o que quer que permaneça e o que precisa ser mudado. Como preconizou Bill Stapp em 1977, quando ajudou a estruturar o que seria o campo da educação ambiental em Tbilisi, então União Soviética, a resolução de problemas é uma forma de engajamento. Só queas mudanças climáticas são um problema monumental que ultrapassam fronteiras e exigem a integração de diferentes saberes e muita colaboração, como propõe Kate Haworth em sua economia “donut”.

Sendo assim, a educação ambiental não pode caminhar só. Precisa de todos os setores e segmentos sociais unidos por ideais que visam a proteção da vida no planeta, seja humana ou de outras espécies e elementos da natureza. Aliás, esse desafio só parece ter chance de ser enfrentado se todos os campos estiverem juntos, integrados, coesos. John Lennon tem razão quando defende que é no amor que nos abrimos para as questões do mundo. Devemos trilhar um caminho educacional pautado no amor à vida, no “reencantamento” por toda a teia da qual fazemos parte e dependemos, despertando para a interconexão e para a vontade de contribuir para salvar o planeta, nossa Gaia, nosso lar.

Gostaria de agradecer a Paula Piccin, que sempre lê e sugere melhoras nos meus artigos. Agradeço também os valiosos palpites da Dorothea Werneck, amiga antenada para todas as tendências que podem trazem benefícios para o planeta.

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Large wild herbivores reduce the fast biodiversity decline of plants in a tropical forestry hotspot

9 de novembro de 2021 Por Paula Piccin

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For 10 years, in the Atlantic Forests, researchers compared forests used by herbivorous mammals, including the lowland tapir (Tapirus terrestris) and the white-lipped peccary (Tayassu pecari), and areas in which these animals have been barred from access due to exclosure plots (fences). The main conclusion is that the areas used by these herbivores show lower loss of diversity than fenced areas.

The new study on tropical forests has generated an article recently published in the Journal of Applied Ecology of the British Ecological Society (BES). The research was performed at Morro do Diabo State Park, in the far west of the state of São Paulo. The work warns of the importance of conservation of animals that are facing extinction. The lowland tapir, for example, is classified as Vulnerable in the IUCN (International Union for Conservation of Nature) Red List throughout its distribution range. The white-lipped peccary, in turn, is listed as Critically Endangered in the Atlantic Forest.

Patrícia Medici, coordinator of the Lowland Tapir Conservation Initiative (LTCI) at IPÊ (Institute for Ecological Research), authors the article alongside Nacho Villar, a researcher of the NIOO-KNAW Dutch Institute for Ecology. “In this study, we recorded the results of a first experiment on the effects of conservation and protection of large herbivores on the maintenance of biodiversity in tropical forests and, to the extent we know, in any other forest biome. The study shows that large herbivores play an important role in the deceleration of the loss of forest diversity”, says Medici.

According to the study, mature forests with great diversity were those that benefited the most from the presence of large herbivores. “The results show how forest composition is severely affected when the animals are excluded from the biome, a sign of what may be happening in a series of other fragments of the Atlantic Forest, one of the most endangered biomes on the planet,” points out the researcher.

With the launching of the Decade on Restoration of the United Nations (2021 -2030), the results of this study also serve as guidance for future initiatives on forest conservation and restoration. “Conservation of these animals and trophic rewilding (without human participation) are gaining momentum as important tools to restore forest ecosystems and avoid the acute effects of global changes on biodiversity. However, such nature-based solutions are not yet recognized as a conservation option, especially in tropical forests. We believe that this study strengthens the strategic aspect of following in this direction,” points out the researcher.

Such findings demonstrate that species conservation and the restoration they promote may be more efficient in protecting against strong declines of diversity in the long run, particularly in well preserved tropical forests with high levels of forest diversity. “Throughout the 10 years of the study, the abundance of plants in the initial stage of germination, their recruitment and species richness fell by some 20% or more, providing a unique natural experiment to test the functional significance of large herbivores to avoid the collapse of biodiversity in the long run,” says Medici.

Researchers also observed whether large herbivores have a different effect on mature and secondary forests. “This is an important question and has not yet been explored in trophic rewilding. In secondary forests, we identified ca. half the number of species when compared with mature forests. In secondary forests, the results show limited protection by large herbivores against the loss of diversity. Long-run regional environmental changes place the restoration of such secondary forests at risk, and their transition to more mature and diversified forests,” says Nacho Villar.

Details of the research in practice

The discoveries are the result of monitoring 200 m2 of Atlantic Forest in Morro do Diabo State Park, São Paulo, Brazil, between 2004 and 2014. “We studied the potential role of large herbivores against the collapse of plant diversity through time, examining their effect on the abundance of plants in the initial phase of germination, as well as species richness and diversity, the temporal diversity and the rate of change of forest composition. These animals contribute directly to the plants in the forest understory, through seed dispersal and how they affect plants in the early phase of germination. Thus, biodiversity strongholds are highly sensitive to the disappearance of animals like the lowland tapir (Tapirus terrestris) and the white-lipped peccary (Tayassu pecari), for example,” explains Villar.

Medici’s team established 200 plots in the monitored area, including 100 fenced plots to prevent the access of large herbivores, and 100 control plots, where there was no restriction to the entry of the animals. In order to understand the possible differences in the maturity of the forest, the fenced areas were divided into two large groups, being 25 pairs in areas of mature forest, and 25 pairs in secondary forest.

For insulation of the areas (exclosure plots), the researchers used wooden posts and poultry netting (2×2 cm). The exclusion areas had the following dimensions: 3 meters in width, 6 meters in length, and 1.20 meter in height. A 20 cm opening was maintained along the bottom of the plot, allowing for the entry of small terrestrial mammals, such as rodents and marsupials. Within the exclosure plots, a central sampling area of 1×4 m was established, and it was divided into four 1×1 m quadrants.

Control plots that were not fenced were 1 m wide and 4 m long, divided into 4 quadrants of 1×1 m. For each exclosure and control plot, each of the 1×1 m quadrants was chosen randomly for sampling throughout the study.

Forest sampling

In the monitored quadrants, all plants with a diameter of over 10 cm and diameter ≤ 5 cm were marked with PVC tags and received reference numbers. This methodology permitted the subsequent sampling of the same individuals. New plants that germinated during the study and complied with the criteria were incorporated into the monitoring protocol.

Throughout the first five years of the study (2004-2008), the researchers measured the plants twice a year, in the early rainy season (October) and in early dry season (April). From 2009 to 2012, data collection took place once a year. The final measurements took place in 2014, ending 10 years of data collection, with a total of 14 measurements. “We followed the fate of 7,287 plants and traced the decline of diversity over 10 years,” points out Medici.

Threats and opportunity

The conservation of large herbivores and the restoration of forests affected by them, especially tropical forests, is a challenge due to a series of threats that these animals face. According to the researchers, advances in this direction must consider measures for species protection. “Effective management of the landscape, protection and conservation aimed at increasing the populations of these animals and the facilitation of dispersal and movement between remaining forest areas are strategic. Furthermore, it is worth pointing out the need for reintroduction and translocation initiatives, given that large extensions of mature forest, rich in diversity, are currently being deprived of these animals due to hunting, roadkill and so many other threats.” 

Based on the results, the researchers point out that the active restoration of neotropical forests with large herbivores may, in fact, be the most efficient solution to improve the state of conservation of many species of large herbivores, contributing to the diversity of tropical forests in the long run. “We suggest that the measures begin in mature forests and then proceed to secondary forests with high levels of diversity.”

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Quatro assentamentos participam de projeto no ES

9 de novembro de 2021 Por Paula Piccin

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O projeto Educação, Paisagem e Comunidade atua em quatro assentamentos rurais, no interior do estado do Espírito Santo. As áreas foram selecionadas pelo potencial em desenvolver atividades que possam impactar de forma positiva a bacia do Rio Doce.

Conheça quais são eles:

ASSENTAMENTO ROSA DE SARON – ÁGUIA BRANCA

No início dos anos 2000, chegaram as primeiras famílias de diversos estados do país, para constituir terras que até então estavam sem uso nas mãos de um único dono. Os primeiros chegaram a morar debaixo de lonas até o início da repatriação. Em 2001 chegou a maior proporção de famílias. Jovens e adolescentes plantaram as primeiras Paineiras (Ceiba speciosa) dentro de um lote de até 100 metros na época.

Em 2003 foi formada a primeira associação legal, mantida até os dias atuais. Em 2005, as primeiras casas foram construídas e os assentados iniciaram seus primeiros plantios de café Conillon. Em 2010, o padre Domênico, italiano, criou o primeiro projeto social (horta comunitária e artesanato), outra peça chave da história, também esteve no período da repatriação e ajudou a abrir o assentamento.

O assentamento foi se desenvolvendo de acordo com a demanda de produção agrícola e, em 2012, a associação adquiriu secadores de café e máquinas de pilar café.

Um grande destaque no assentamento é a associação de mulheres, chamada Rota das Paineiras.

ASSENTAMENTO BEIJA FLOR  – ALTO RIO NOVO

Em 2001 chegaram as primeiras famílias, 18 beneficiários na época, localizada próximo a cidade de Alto Rio Novo. Relatos dos assentados afirmam que 80% da área era composta de Eucalipto da espécie (Eucalyptus grandis). Com o passar do tempo, foi instalada não só a cultura predominante – café Conillon (Coffea canephora), mas também outros cultivos como banana prata, mamão, acerola e mandioca. Durante esse período quase não existia água, então era bastante limitada a quantidade de plantio, isso deixou marcado na história desse assentamento, sendo que o principal problema predominante ali na época era o eucalipto plantado de forma indiscriminada.

Em 2009, técnicos do INCRA trouxeram cerca de 1000 mudas nativas para serem plantadas em local definido. Foram realizadas a medição das áreas de plantio e o cercamento das mesmas, como contrapartida após a vistoria e constatado que foi feito o plantio dentro dos moldes estabelecidos pelo INCRA, foi liberado o recurso para a reforma das casas.

ASSENTAMENTO LAJE – ALTO RIO NOVO

Em 2004, as primeiras pessoas chegaram e, em 2007, iniciaram o primeiro sorteio dos lotes e das famílias contempladas. Ali, tiveram incentivo para construção das casas, compra de ferramentas, construção das fossas sépticas e compra de alimentos. Em 2008 iniciaram a associação e o corte das arvores de eucalipto, que era bastante predominante principalmente dentro da área do assentamento. No ano de 2010, por meio da CONAB, realizaram a coleta de alimentos, frutas e hortaliças produzidas dentro dos lotes de cada assentado. Um dos momentos que marcaram a vida desses assentados foi a construção das áreas comunitárias, como a igreja local. Hoje, Laje tem um total de 52 assentados.

ASSENTAMENTO BOA ESPERANÇA – ALTO RIO NOVO

As terras até então concentradas na mão de um dos maiores fazendeiros da região, foram desapropriadas para a criação desse assentamento caracterizado pelo INCRA. A criação e o sorteio dos lotes foram estabelecidos em 2007. Hoje são 38 assentados. Em 2014, os assentados tiveram acesso ao recurso para a reforma das casas e cursos. Um dos destaques desse assentamento foi a criação de viveiros de mudas de café.

Este projeto do IPÊ tem apoio financeiro da Fundação Renova

 

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Tartarugas da Amazônia: monitoramento avança em Parque Nacional e Reserva Extrativista

9 de novembro de 2021 Por Cibele Quirino

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Pesquisadores realizaram mais uma fase do monitoramento de quelônios amazônicos no Parque Nacional (Parna) do Jaú e na Reserva Extrativista (Resex) Unini, no Amazonas, entre 22 de outubro e 02 de novembro. A atividade integra o projeto Monitoramento Participativo da Biodiversidade em Unidades de Conservação (MPB), uma realização do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas. Nessa ação, o projeto analisou os dados de quatro espécies de quelônios: tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa), tracajá (Podocnemis unifilis), iaçá (Podocnemis sextuberculata) e irapuca (Podocnemis erythrocephala). 

Por meio dessa ação, os pesquisadores obtiveram dados sobre o deslocamento dos indivíduos dentro de um mesmo rio, estimativas como taxa de crescimento, razão entre os sexos e faixa etária dos indivíduos por espécie. A coleta é realizada com uma rede de captura. Os animais são coletados, marcados e soltos. “Tais resultados são importantes para gerar subsídios para a gestão de áreas protegidas com base no estado de conservação das espécies”, afirma Virgínia Bernardes, coordenadora científica do projeto. Os indicadores proporcionam análises populacionais de quelônios que historicamente recebem pressão de caça, uma vez que são recurso alimentar na Amazônia.

 Virginia CORTE credito Alexandre da Silva Souza Copia 

Crédito da foto: Alexandre da Silva Souza

A ação contou em um primeiro momento com ciclo de capacitação entre comunitários e monitores de biodiversidade nas regiões dos Rios Jaú e Unini. Já a segunda etapa consistiu na coleta de dados a partir do protocolo “Ninhos Protegidos” que inclui material para realização do monitoramento dos ninhos até o nascimento dos filhotes. O monitoramento é realizado por voluntários das comunidades entre os meses de setembro até janeiro com orientação dos pesquisadores do IPÊ.  

MPB Quelonios

Crédito da foto: Alexandre da Silva Souza 

Até 2020, a equipe monitorou: 1.199 indivíduos de quelônios aquáticos registrados, 22.757 ninhos e 851.571 filhotes nascidos. 

As expedições simultâneas nos rios Unini e Jaú são realizadas por equipes formadas por monitores locais, voluntários, técnicos e pesquisadores. Pesquisadores, voluntários e estudantes de graduação vinculados ao IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas e ao CEQUA – Centro de Estudos dos Quelônios da Amazônia do INPA – Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia estiveram à frente da equipe técnica, unindo a prática com aprendizado.

Saiba mais sobre o MPB 

Conheça o Livro Monitoramento Participativo da Biodiversidade – Aprendizados em Evolução:

Confira o vídeo sobre projeto

Sobre o MPB

O Projeto de Monitoramento Participativo da Biodiversidade em Unidades de Conservação da Amazônia (MPB) apoia a implementação do Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade (Monitora), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e conta com apoio da Fundação Gordon e Betty Moore, USAID, Programa ARPA e mais de 20 instituições locais.

Desde 2013, o projeto realiza o monitoramento participativo da biodiversidade e promove o envolvimento socioambiental para o fortalecimento da gestão e da conservação da biodiversidade em unidades de conservação da Amazônia. Esse processo é estratégico para entender e moderar a extensão de mudanças que possam levar à perda de biodiversidade local, subsidiar o manejo adequado dos recursos naturais e promover a manutenção do modo de vida das comunidades locais e a obtenção de renda de maneira sustentável. A principal motivação do MPB é fomentar a participação social como alicerce para compreensão e conservação da biodiversidade.

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Pesquisa vai medir produção de café em áreas de Sistemas Agroflorestais

8 de novembro de 2021 Por Paula Piccin

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WhatsApp Image 2021 11 08 at 17.53.06Evidências científicas sobre os benefícios das áreas com Sistemas Agroflorestais (SAFs) para o meio ambiente e a segurança alimentar estão entre os objetivos da pesquisa desenvolvida por Vitória Duarte Derisso, mestranda da Escola Superior Luiz de Queiroz (ESALQ), com acompanhamento de Haroldo Borges, pesquisador no IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas e de Aline Souza, extensionista do Instituto.  “A expectativa é a de que os dados possam fortalecer os produtores de SAFs e ainda incentivar a implementação dos SAFs nos assentamentos em que eles até o momento não estão presentes”, comenta Vitória.  

Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) são sistemas produtivos que potencializam a produção de forma sustentável equilibrando ganhos econômicos, sociais e ambientais. Unem produção agrícola com vegetação nativa florestal, além de produzir sem agrotóxicos.  O IPÊ vem trabalhando com esse sistema no Pontal do Paranapanema, junto a assentados rurais, em uma área de grande impacto para a proteção da Mata Atlântica e toda a sua biodiversidade, há mais de 20 anos. 

A pesquisa de Vitória será realizada em assentamentos rurais no Pontal do Paranapanema que possuem SAFs implementados com apoio do IPÊ. Cerca de 50 famílias são beneficiadas com o sistema e têm orientação dos pesquisadores do Instituto. No estudo, serão analisadas a produção de café em áreas manejadas de SAFs de diferentes idades, entre 18 e 20 anos em comparação aos mais novos que possuem entre cinco e seis anos. 

Para mensurar a produção de café nos SAFs, a pesquisadora vai avaliar se a frequência do manejo (poda e capina) influencia os indicadores ecológicos. A metodologia utilizada é o inventário florístico com medição das árvores (diâmetro do tronco, altura das copas), identificação de espécies, quantidade de regenerante natural (sementes transportadas pelo vento ou animais) em parcelas com 900 metros quadrados.

Vitória também vai estabelecer dados comparativos entre os SAFs e as florestas nativas, uma vez que as matas nativas possuem as condições ideais de ecossistema e servem como parâmetro para os SAFs. “A comparação dará um norte em termos de qualidade ecológica de um SAF para uma floresta conservada”, revela. 

Dessa forma será possível verificar se os SAFs estão atingindo os índices ecológicos (porcentagens de coberturas de copa e de solo, números de espécies e de indivíduos nativos regionais arbóreos) propostos pelo Anexo V da Resolução SMA 189, de dezembro de 2018. A medição tem como base o protocolo elaborado por profissionais do Grupo de Trabalho de Nativas que são os responsáveis pela construção do Anexo 5 da Resolução SMA 189. “Esse protocolo é inédito e está em fase de testes”, comenta Derisso.

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