IPÊ promove curso integrado de monitoramento da castanha-da-Amazônia
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Moradores de três Reservas Extrativistas (RESEX) da região Norte participaram, entre os dias 6 e 8 de abril, da primeira edição do curso integrado de monitoramento da castanha-da-Amazônia. A atividade, promovida pelo Projeto de Monitoramento Participativo da Biodiversidade (MPB), do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, ocorreu no centro de formação e cultura da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, em Porto Velho, Rondônia, e reuniu cerca de 20 participantes.

Crédito Pollyana Lemos/IPÊ
Diferente das edições anteriores, a programação deste ano aconteceu de forma integrada, reunindo no mesmo espaço comunitários das RESEX Lago do Cuniã, do Rio Ouro Preto e do Rio Cautário. “Essa interação entre diferentes comunidades e diferentes experiências de monitoramento foi fundamental para tornar o curso muito mais dinâmico, tanto para os participantes quanto para os facilitadores da atividade”, afirma Paulo Henrique Bonavigo, pesquisador do IPÊ.
A programação destacou os avanços e desafios do manejo sustentável em UCs e abordou temas como boas práticas de manejo, ecologia da espécie, importância socioeconômica da castanha, organização social e levantamento da produção na safra.

Crédito: Pollyana Lemos/IPÊ
Monitor local da RESEX Rio Ouro Preto, Franklin Amaral, também avaliou a atividade como produtiva e ressaltou a importância da troca de aprendizados entre os manejadores das três unidades de conservação. “As informações apresentadas pelos instrutores e o compartilhamento das experiências de cada RESEX com o monitoramento da castanha nos ajudou a entender ainda mais diversidade dessa atividade e o papel do manejo para o fortalecimento da nossa comunidade”.
Além dos castanheiros e monitores das UCs atendidas pelo projeto MPB em Rondônia, o evento também reuniu pesquisadores locais do IPÊ, integrantes da Coordenação de Monitoramento da Conservação da Biodiversidade (Comob) do ICMBio, representantes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia – SEDAM, gestores e membros de associações agroextrativistas como Associação dos Seringueiros da Reserva Extrativista do Rio Ouro Preto/ASROP, Associação dos Seringueiros do Vale do Guaporé/AGUAPE, Associação de Moradores do Cuniã/ASMOCUN) e lideranças indígenas da etnia Uru-Eu-Wau-Wau, que estão em processo de implantação do manejo participativo da castanha em seus territórios.
Para Ilnaiara Sousa, pesquisadora do IPÊ, o curso integrado funcionou como um espaço de mapeamento da realidade de cada unidade de conservação. “Esse momento é importante para entender a organização social de cada RESEX e compreender que cada uma dessas unidades possui uma forma específica de organização tanto para a coleta como para a comercialização da castanha. Somente a partir do levantamento dessas informações é que conseguimos planejar de forma adequada as ações de monitoramento para cada unidade de conservação.”
O monitoramento participativo da castanha-da-Amazônia é realizado desde 2014. A atividade iniciou na Reserva Extrativista do Cazumbá-Iracema, no Acre. Em 2018 o projeto se expandiu para as RESEX Lago do Cuniã, do Rio Ouro Preto e do Rio Cautário, em Rondônia. O monitoramento está organizado em módulos: básico e avançado, compreendendo os temas mapeamento, ecologia, manejo, produção, comercialização e organização social. A previsão dos pesquisadores é que a próxima etapa do curso seja realizada de forma específica em cada unidade de conservação.
Sobre o MPB
Na busca por uma grande participação social na conservação de Unidades de Conservação (UCs) na Amazônia, o IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, realiza o projeto Monitoramento Participativo da Biodiversidade, em 18 UCs do bioma. O trabalho acontece desde 2013 e conta com apoio da Fundação Gordon e Betty Moore, USAID, Programa ARPA e mais de 20 instituições locais. Por meio do projeto, comunidades que vivem nas UCs ou próximas a elas, participam de cursos e capacitações para se transformarem em monitores da biodiversidade da floresta, em uma troca constante de conhecimentos com pesquisadores do IPÊ e gestores do ICMBio. Desde a sua implementação, mais de 4.000 pessoas se beneficiaram do projeto.

Crédito: Paulo H. Bonavigo/IPÊ
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The history of IPÊ is closely linked to the history of conservation of the black-lion-tamarin (Leontopithecus chrysopygus), a species that is a symbol of the state of São Paulo and that only exists in its west. It was there that the institute began its first scientific research project to save the species form extinction, still in the late 1980s, and expanded its complementary studies for the sustainable development of the region, with reforestation, environmental education and income for the population. Leading this movement were Claudio and Suzana Padua (pictured), who together with students and young professionals, officially founded the institute in 1992.


Craftsman Célio Arago (pictured left), for example, is among those benefited by IPÊ. Workshops, the courses and exchanges contributed to the further development of his skills as an artisan, a craft he learned from his father. From the Nova Esperança community, Célio’s pieces won the world and were nominated for awards. After the project, Célio today shares what he learned with the young people.