Oficina contou com a participação de 20 membros que discutiram os primeiros passos e a sustentabilidade de uma agroindústria
A agroindústria é uma das oportunidades para geração de renda e valorização dos produtos regionais da Amazônia. Para se ter uma ideia, de acordo com uma pesquisa realizada por pesquisadores da Universidade Federal do Acre (Ufap), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDAF), o quilo da castanha beneficiada chega a custar em média 22 vezes mais que o valor da castanha in natura. O tema foi discutido pelo projeto Agroecologia em Rede durante a oficina de diagnóstico para viabilização de agroindústria da Associação dos Agricultores da Comunidade São Francisco de Assis – AACSFA.
A atividade reuniu cerca de 20 membros da associação e teve como objetivo coletar dados sobre a produção atual da associação e construir de forma participativa os primeiros passos para a implementação de uma agroindústria.
Oficina reuniu cerca de 20 agricultores em debates participativos
De acordo com a técnica do projeto do IPÊ, Ana Laura Módolo, a escuta ativa foi fundamental para a elaboração do diagnóstico. “Ouvir os agricultores é parte do trabalho colaborativo para o fortalecimento da agroindústria local e para a construção de uma associação mais alinhada com os sonhos e as demandas de seus membros”, avaliou.
Durante a oficina os membros da associação participaram de dinâmicas interativas que estimularam a troca de ideias, a colaboração e a projeção de sonhos para o futuro da agroindústria. A programação envolveu também rodadas temáticas com perguntas norteadoras sobre áreas estratégicas de uma agroindústria. Os participantes debateram gestão, produção, beneficiamento, infraestrutura, tratamento de efluentes e mercado.
Agricultores discutiram temas estratégicos durante a atividade
A AASCFA conta com cerca de 100 associados envolvidos no plantio de banana, pitaya, macaxeira e hortaliças diversas que escoam sua produção principalmente em feiras. Entre eles está o agricultor Jonas Mota, 59, que participou da oficina e está otimista em relação ao futuro. “Hoje, dependemos principalmente das feiras para comercializar nossos produtos, mas com a agroindústria, teremos uma oportunidade de agregar valor e melhorar nossa renda. Isso nos trará melhorias reais para nossa qualidade de vida. Quando a agroindústria começar a funcionar, veremos que valeu a pena lutar por um projeto como esse dentro da nossa comunidade”, comentou.
O projeto Agroecologia em Rede atua em cinco municípios do Amazonas: Manaus, Rio Preto da Eva, Careiro da Várzea, Iranduba e Presidente Figueiredo. Com o projeto, a estimativa é impactar a conservação de 12,5 milhões de hectares de floresta, em uma Unidade de Conservação Estadual e cinco Assentamentos Rurais. O projeto Agroecologia em Rede é realizado pelo IPÊ em parceria com a Rede Maniva de Agroecologia (Rema) e tem financiamento do Fundo Amazônia/BNDES.