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“Banana, mamão, feijão de corda, limão, laranja, maracujá… Aqui é tudo natural, a gente faz o controle biológico tudo de forma caseira. Quando a gente vende o produto, isso faz diferença pra quem compra. Tem gente que prefere assim. Ainda é difícil competir com o preço de quem faz o modelo convencional, usando veneno, e que sai mais barato, mas as pessoas aceitam bem nosso produto”, diz Tiago Natércio da Silva, um dos beneficiados pelo projeto Sistemas Agroflorestais, do IPÊ.
Em seu lote de 15 hectares no assentamento, além da produção de leite, o espaço de um hectare de SAF ajuda o agricultor no sustento da mulher – que o ajuda com o trabalho no lote – e três filhos. A produção de frutíferas, verduras e leguminosas é vendida a iniciativas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e o excedente é usado para consumo e comercialização em feiras e de porta em porta, na zona urbana de Euclides da Cunha Paulista.
O agricultor afirma que vale a pena investir em variedade de alimentos para conseguir renda em diferentes fases do ano e com produtos diferenciados, como o café sombreado. A estimativa para a safra 2017/2018 é de uma colheita de 30 toneladas entre os produtores do projeto, como Tiago. Em 2016/2017 o número foi de 1,6 toneladas. O IPÊ contribui para o escoamento da safra excedente de café, com a torra e embalagem do produto para comercialização.
A produção de mel de abelhas sem ferrão também é uma das iniciativas que ajudam na variedade de produtos no lote. Essa é a próxima aposta de Tiago.
“Quero ter tempo para investir mais também nas abelhas jataí (sem ferrão), que já tenho aqui no lote por causa do projeto, e que eu acho que dá pra produzir mais mel e ter mais caixas”, conta.
Na propriedade do assentado, a primeira coleta de mel de abelhas jataí foi de 500ml, destinado ao consumo familiar. A produção foi iniciada com apoio do IPÊ, em 2016, quando o projeto “Jardineiras da Floresta” implementou colmeias com abelhas em 20 propriedades que já participavam dos SAFs. A ideia não é só a produção do mel para geração de renda, mas impulsionar a proliferação de insetos polinizadores nas áreas. As abelhas ajudam na manutenção das árvores e na produção de alimentos no lote e também em terrenos vizinhos. Estima-se que elas polinizem áreas em um raio de até mil metros. Os assentados, por sua vez, compreendem a importância ambiental das abelhas. Em pesquisa recente, o IPÊ verificou que 34% dos criadores de jataí utilizam o recurso para consumo e polinização de vegetais, 29% apenas para consumo, 29% para venda e polinização da área, e 8% para venda exclusiva.
“É bom ter essa produção de mel e de alimentos no lote, mas é bom também que com o SAF tem aparecido bichos na nossa propriedade. Tem mais espécie de pássaro que antes a gente não via, até tatu galinha tá aparecendo”, comenta Tiago.
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