Atualizada em 16 de junho
O VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa que será realizado de 21 a 25 de julho de 2025, no Centro de Convenções Vasco Vasques, em Manaus (AM) vai aprofundar os diálogos sobre o papel da educação ambiental em um contexto de emergências múltiplas.
Com o tema Educação ambiental e ação local: respostas à emergência climática, justiça ambiental, democracia e bem viver, a programação terá início com os 16 eventos integrados, incluindo o Simpósio Prática em Debate: Três décadas de Educação Ambiental, do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, no Anexo B, sala 9 do Centro de Convenções. As inscrições para o Congresso podem ser feitas no site oficial do evento até 19 de julho, o valor varia de acordo com o perfil do participante e com a data da inscrição. Já para participar do Simpósio do IPÊ, sobre a educação ambiental e climática desenvolvida pelo IPÊ, a inscrição é gratuita e deve ser feita neste link até 23 de junho.
Pré-COP30
Em ano da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de volta ao Brasil, a primeira na Amazônia, o evento reforça a educação ambiental como estratégica para os desafios da conservação da biodiversidade, de justiça climática e desenvolvimento humano, em especial, no contexto das mudanças climáticas.
Suzana Padua, presidente e fundadora do IPÊ, defende que o envolvimento das pessoas é crucial para que projetos de conservação socioambiental tenham resultados. Suzana recorda que há 40 anos quando teve início o Programa de Conservação do Mico-leão-preto, o projeto deixou de ser do pesquisador Cláudio Padua e passou a ser de toda a comunidade a partir do trabalho realizado pela frente de educação. “Cláudio logo no início percebeu que que não seria o suficiente saber tudo sobre a espécie, se a comunidade não estivesse também envolvida e mobilizada, algo que foi feito a partir do meu trabalho com educação ambiental para crianças, jovens e adultos”. Anos mais tarde esse projeto que está entre os mais longevos do Brasil deu origem ao IPÊ.

Crédito: Claudio Rossi
Levar o conhecimento científico de aplicação prática ao alcance do maior número de pessoas, ir além das fronteiras nacionais está também no DNA da ESCAS, a Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade. Mais de 8.000 alunos já escolheram a ESCAS, incluindo alunos do exterior a partir de parcerias com universidades estrangeiras. Outra frente da ESCAS se refere à atuação via a iniciativa Integração, Paisagem e Comunidade, que em parceria com o IPÊ atua para a transformação de paisagens e territórios a partir da educação, tendo em vista uma realidade mais justa e sustentável. Eduardo Badialli, coordenador de cursos da ESCAS – Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade, a escola do IPÊ, chama atenção para o potencial de um evento como este em um momento tão desafiador como o atual. “Para a ESCAS/IPÊ participar de um evento como esse representa a oportunidade de mostrar na prática o potencial da educação. Tanto na formação de profissionais atuantes, quanto de lideranças; ambos com potencial de promover transformações para enfrentar os desafios climáticos atuais nos territórios”.
Simpósio do IPÊ Prática em Debate
No dia 21 de julho terá início o Simpósio do IPÊ com abertura às 14:00 seguida do Painel Educação Ambiental ao longo do tempo: conceitos e práticas abre a programação do IPÊ entre 14:30 e 15:30. Estão confirmados: Suzana Padua (IPÊ), Andrea Pupo (IPÊ), Gracinha Sousa (IPÊ) e o Prof. Zysman Neiman (Unifesp). A moderação será de Beatriz Cardoso (ESCAS – Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade, a escola de pós-graduação do IPÊ).

Entre 15:30 e 16:30, os participantes terão a possibilidade e conferir a exposição com uma série de materiais desenvolvidos na esfera dos mais diversos projetos do Instituto nessas três décadas. Entre 16:30 e 17:30, o Painel Os desafios e possibilidades da educação ambiental climática contará com a participação de Andrea Pupo, Irene Carniatto (Unioeste) e um convidado a confirmar. A moderação será de Isabela Volpato (IPÊ).

Andrea Pupo mostra para crianças como funciona na prática a infiltração da água da chuva no solo.
Crédito Cibele Quirino / IPÊ
Durante o Congresso, Mural do Clima, participe dessa vivência
Já na programação do Congresso, com data a confirmar pela organização do evento, Andrea Pupo e Isabela Volpato vão realizar a Oficina Mural do Clima. A aplicação de uma ferramenta didática criada na França em 2018 e já replicada em mais de 50 países. Nesse modelo de Oficina os participantes interagem por meio das provocações de um jogo de 42 cartas com informações científicas extraídas dos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o IPCC, na sigla em inglês.

Andrea Pupo, coordenadora do projeto Escolas Climáticas e à frente do Mural do Clima durante do evento, comemora a aplicação da ferramenta em um Congresso voltado para educadores. “É sempre muito gratificante ter a oportunidade de ministrar essa Oficina em um Congresso de Educação, afinal educadores são multiplicadores de conhecimento. O Mural até tem um gabarito, mas o mais rico, sem dúvida, é a vivência que o jogo possibilita. De forma lúdica, os participantes ampliam e muito o conhecimento sobre o tema, o formato de jogo possibilita que dúvidas sejam esclarecidas e os desafios e possíveis soluções aprofundados.”
Estratégias da educação ambiental
Estão previstas mais três apresentações do IPÊ – que integram o grupo de Comunicação Oral – com datas e horários a confirmar. Uma delas é o Jogo Paisagem em Ação: ludicidade aplicada à educação ambiental Climática, com Beatriz Cardoso (ESCAS/IPÊ); Vanessa Silveira (IPÊ), Andrea Pupo (IPÊ), Eduardo Badialli (ESCAS/IPÊ). O Jogo Paisagem em Ação desenvolvido no contexto do projeto Educação, Paisagem e Comunidade, uma parceria entre IPÊ e ESCAS, é um jogo de tabuleiro que traz os conceitos de conectividade, restauração ecológica, agroecologia, conservação do solo e dos recursos hídricos. Os jogadores representam equipes que colaboram para restaurar uma paisagem rural degradada. A cada rodada, eles enfrentam desafios e tomam decisões que refletem em transformações na paisagem expressas no tabuleiro, somando pontos em indicadores de Clima, Comunidade e Biodiversidade.
A segunda apresentação será sobre o projeto Escolas Climáticas, com Andrea Pupo e Isabela Volpato. Mais de 3.000 estudantes, de cinco escolas públicas, são beneficiados pelas ações de educação ambiental e climática. A criação de Coletivos Socioambientais nas escolas públicas é o ponto de partida para o planejamento e gestão das ações de sustentabilidade a serem implementadas em cada escola. Os coletivos são formados por estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, professores, corpo administrativo, funcionários e comunidade local. A equipe de educação ambiental do IPÊ fornece suporte aos coletivos por meio da destinação de recursos, formação, apoio técnico e assistência durante todo o processo de seleção e realização das ações – como a criação de hortas agroecológicas, coleta seletiva de resíduos sólidos, compostagem de resíduos orgânicos e salas de aula ao ar livre.

Já na terceira apresentação, Experiência da criação do Centro Interinstitucional de Educação, Agroecologia e Sociobiodiversidade na região dos Pontões Capixabas classificada como suscetíveis à desertificação. Vanessa Silveira e Isadora Ruttul vão compartilhar o potencial de formações para pequenos agricultores e da articulação entre os atores que influenciam o uso do solo na região para promover o planejamento, gestão e restauração da paisagem, visando aumentar a resiliência da região frente às mudanças climáticas.
Serviço
VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa
21 a 25 de julho de 2025
Centro de Convenções Vasco Vasques, em Manaus (AM)
Mais informações e inscrições: https://www.ealusofono.org/
Evento integrado
Simpósio Prática em Debate: Três décadas de Educação Ambiental
Inicitiva do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas
Anexo B, sala 9 do Centro de Convenções
Inscrições até 23 de junho. Vagas limitadas. Gratuito: https://forms.gle/yV4N8dN9ih6YWyii7