Um Plano de Negócios tem como finalidade identificar oportunidades, riscos e traçar metas futuras de uma iniciativa de maneira mais segura, minimizando riscos. Ao olhar para a cadeia de produção dos assentados rurais de Alto Rio Novo e Águia Branca, no Espírito Santo, o
projeto “Educação Paisagem e Comunidade”, da ESCAS/IPÊ, está apoiando os produtores locais traçando seus próprios planejamentos, com ajuda de um parceiro especializado, a Andrade Amorim Consultoria.
Plano de Negócios Regional identifica e aponta caminhos para possibilidades futuras de geração de renda e melhoria da qualidade de vida das famílias assentadas contempladas pelo projeto, a partir do desenvolvimento de negócios sustentáveis. Ao longo do processo já iniciado, os assentados estão analisando os potenciais do mercado voltado à cadeia produtiva da restauração, como a comercialização de sementes e mudas de espécies florestais, tendo em vista o potencial e o interesse das famílias já envolvidas nessas atividades. “Sabemos da importância da diversificação da renda familiar na realidade local e da necessidade de criarmos alternativas que incluam jovens e mulheres na cadeia produtiva para a sustentabilidade da agricultura familiar na região”, comenta Vanessa Silveira, educadora e mobilizadora local.
Para o desenho deste plano estão sendo levantados potenciais parceiros, fornecedores e instituições ligadas a restauração. Algumas análises de mercado também já estão sendo realizadas, além de identificadas as demandas de capacitação para as famílias desenvolverem essas atividades, os caminhos para a produção, gestão, comercialização e organização social. Todas as informações serão consolidadas no Plano de Negócios regional.
“Esse estudo está sendo realizado a partir de dados secundários e de forma participativa. Em campo foram realizadas entrevistas com as principais lideranças comunitárias e atividades coletivas para identificação de parceiros locais, principais desafios e oportunidades identificadas pelas famílias”, completa Vanessa.
“Achei de grande importância e oportunidade única pros nossos assentamentos. É possível a gente se organizar executar as ideias. No nosso caso, o viveiro de mudas nativas. O plano foi bom pra gente entender como executar melhor”, afirma Claudineia Ana Marins Maciel, presidente da associação de mulheres Rota das Paineiras, do assentamento Rosa de Saron, em Águia Branca.
O produtor Jaci Vieira Rosa concorda. “Ensinou a gente como vai comercializar, vender, ajudando a abrir a cabeça da gente mais. A gente sabe trabalhar, mas escoar o produto às vezes é mais difícil e isso vai melhorar a nossa renda ainda mais”, comenta ele, que já está trabalhando com coleta de sementes e venda, e pretende colocar em prática o viveiro de mudas nativas, no assentamento Laje, em Alto Rio Novo.