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Vencedor do prêmio Whitley em 2002, considerado o Oscar da Conservação da Biodiversidade, o pesquisador do IPÊ, Laury Cullen Jr., é agora um dos 13 vencedores do Whitley Continuation Funding. O prêmio do Whitley Fund for Nature (Inglaterra) é destinado a conservacionistas do mundo todo, com o objetivo de garantir escala a projetos já apoiados uma vez pela organização.
Laury é engenheiro florestal e dedica sua profissão a restaurar uma das áreas mais fragmentadas de Mata Atlântica do Brasil, o Pontal do Paranapanema, no Oeste de São Paulo. Com o projeto Corredores para a Vida, coordenou o plantio do maior corredor já reflorestado no Brasil, que conecta as duas principais Unidades de Conservação da Mata Atlântica de interior: o Parque Estadual Morro do Diabo e a Estação Ecológica Mico-Leão-Preto. O corredor, que passa por dentro da fazenda Rosanela, tem 12 quilômetros e 2,4 milhões de árvores plantadas. Ele nasceu da necessidade de conservar espécies raras e endêmicas (que só existem naquela região) como o mico-leão-preto, e que vivem no que restou da Mata Atlântica local. Com a fragmentação e o isolamento das pequenas florestas, as espécies correm alto risco. Daí a necessidade de conectar os fragmentos com os corredores.
Os corredores de Mata Atlântica são resultado de um longo estudo estratégico para plantios de floresta em áreas relevantes à fauna e à flora daquela região. Além disso, é fruto de muitas parcerias entre todos os setores: governamental, privado e não governamental.
O projeto considera, principalmente, a participação social como uma de suas maiores conquistas: leva geração de renda a famílias, novas formas de produzir e ajuda a construir novos negócios sustentáveis, por exemplo, com os viveiros comunitários. Veja aqui como isso acontece.
“Este é mais um grande passo importante na missão de reconectar a floresta do Pontal do Paranapanema. Temos trabalhado nisso ao longo de mais de 25 anos e, com certeza, daremos um grande salto graças ao fundo do Whitley. É um prêmio para nós, do IPÊ, mas acima de tudo, para a Mata Atlântica”, comemora Laury.
Os corredores hoje já não se limitam aos 12 quilômetros. Eles avançaram ao norte do PEMD e, até o final de 2020, já serão ao todo 500 mil árvores a mais plantadas nesta porção de Mata Atlântica que precisa ser reconectada. Ao norte, um novo corredor já é formado pelo projeto liderado por Laury e realizado pela equipe de profissionais do IPÊ no Pontal: Haroldo Borges Gomes, Nivaldo Ribeiro Campos, Aline Souza, Maria das Graças Souza, Williana Marin e Aires Cruz. Ao todo, com o projeto, o IPÊ tem hoje cerca de 2,9 milhões de árvores plantadas.
Com o Continuation Funding, será possível plantar 500 hectares da floresta em dois anos. Ou seja, serão mais 1 milhão de árvores na Mata Atlântica, que vão gerar benefícios climáticos, compensando 43.000 toneladas de carbono; que irão apoiar a conservação de espécies ameaçadas de extinção como o mico-leão-preto e a anta brasileira; e que darão oportunidades de trabalho em restauração para comunidades locais.
“A restauração no Oeste Paulista é o caminho mais interessante para o desenvolvimento e a economia local. O déficit florestal na região é quase 60 mil de hectares. Nossa meta é restaurar 5 mil hectares em cinco anos. Existe a necessidade florestal, mas ela é também uma saída econômica e social de grande relevância. Com o reflorestamento, é possível movimentar U$10 milhões na economia da região, U$1,2 milhão em viveiros comunitários e U$25 mil em produtos agroflorestais de pequenos produtores rurais, até 2025. É algo promissor, que beneficia empresas, setores governamentais, a biodiversidade e, claro, a sociedade”, complementa.
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