A partir de 31 de janeiro, peças de Célio Arago, beneficiário do projeto Navegando Educação Empreendedora na Amazônia, estarão expostas no Consulado Geral do Brasil, em Nova York. A exposição que terá a duração de 35 dias é o resultado de mais uma premiação, dessa vez do I Concurso Internacional de Arte do Amazon Day Festival que tem como objetivo a projeção internacional de artistas da Amazônia. A iniciativa é do festival Amazon Day idealizado por Giovanni e Michele Pereira.
Entre as peças de Célio em exposição no Consulado está a Fruteira Canoa Pintas de Arraias, que também pode ser vista até 28 de fevereiro na exposição do 9º Prêmio do Objeto Brasileiro, no Museu A CASA do Objeto em São Paulo. A peça Arraia, que há pouco mais de 10 anos garantiu projeção nacional ao artista também está entre as selecionadas. Também integram a exposição no Consulado as peças de artistas do Amapá e do Pará.
Para Célio, a exposição já representa mais um avanço fruto da parceria com o projeto Navegando Educação Empreendedora, do IPÊ. “Esse é mais um passo que meu trabalho deu, o artesão almeja mostrar o trabalho para mais pessoas, incluindo de fora do Brasil e através desse projeto do IPÊ, eu consegui. Acredito que é uma conquista não só minha, mas das pessoas que estão ao meu redor, da minha família, de quem trabalha comigo, dos meus alunos. É uma conquista para o meu trabalho e para os artesãos do Baixo Rio Negro. Fico muito feliz por hoje ter essa oportunidade de contar com minhas peças lá fora, graças a essa parceria com o IPÊ, não fazemos nada sozinhos. Como empreendedor estou começando a bater nessa porta e quem sabe ela se abre para novos negócios. Por enquanto é um sonho, mas nada é impossível quando a gente quer e tem determinação”.
Navegando Educação Empreendedora
Célio vive na Comunidade Nova Esperança, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Puranga Conquista, em Manaus/AM, onde o IPÊ realiza o projeto Navegando Educação Empreendedora. O projeto mapeou 300 negócios na Unidade de Conservação e identificou cerca de 50 com potencial de crescimento. Desses 21 foram selecionados e passaram por orientação de profissionais voluntários que apoiaram os empreendedores em desafios sobre logística, comunicação, marketing, infraestrutura e contabilidade. O projeto conta com parceria do LinkedIn.
Todas as peças que levam a assinatura de Célio são feitas com 100% de madeira tombada pela ação da natureza na floresta ou ainda da madeira de barcos em desuso. Entre as principais madeiras utilizadas pelo artista estão: Itaúba e a Muirá piranga.
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Ateliê-escola
No ateliê-escola, desde 2015, Célio compartilha os conhecimentos com os jovens que vivem na RDS Puranga Conquista. “Uma porcentagem de cada peça vendida é direcionada para uma reserva que tenho para que eu consiga manter uma oficina gratuita a cada três meses para os esses jovens. O objetivo é que o artesanato se torne fonte de renda para eles. Cerca de 65 jovens – entre homens e mulheres – já passaram pelo atelitê-escola de Célio, 25 deles já comercializam as próprias peças. Das 500 famílias que vivem na RDS, cerca de 80% vivem do artesanato.