O IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, em parceria com Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), realizou, nos dias 9 a 13 de novembro, na Floresta Nacional de Caxiuanã, no Pará, uma oficina sobre monitoramento participativo da biodiversidade – no âmbito do Programa Monitora – destinada exclusivamente a alunos de escolas rurais e ribeirinhas, localizadas dentro da Flona e seu entorno.
A atividade, ocorreu durante a programação da 13ª edição da Olimpíada de Ciências de Caxiuanã, evento promovido pelo Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), na Estação Científica Ferreira Penna (ECFPn), localizada na unidade de conservação. Segundo os organizadores, a olimpíada reuniu cerca de 80 estudantes de 12 escolas, além de professores e outros moradores das comunidades locais.
Durante cinco dias de oficina, IPÊ e ICMBio promoveram atividades práticas e teóricas sobre a importância do monitoramento participativo da biodiversidade em Caxiuanã. Os estudantes aprenderam sobre a importância do monitoramento da biodiversidade, métodos de coleta como armadilhas fotográficas para registro de mamíferos e armadilhas para conhecimento sobre borboletas e os resultados alcançados pelo projeto, os quais foram discutidos com base no conhecimento das próprias comunidades sobre o seu território.
“A atividade promoveu a vivência ‘Bora pro Monitora? Conhecendo a diversidade da Flona de Caxiuanã’, realizada numa trilha próxima, ao redor da Estação Cientifica. No meio da floresta os alunos conheceram de perto o funcionamento do Programa Monitora (Programa de Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio) conduzido nas áreas com e sem manejo florestal da Flona. Além de falar sobre monitoramento, biodiversidade e manejo, também foram apresentados alguns resultados do Monitora em 2023 para borboletas frugívoras, mamíferos e aves”, explica Fernanda Santos, pesquisadora do IPÊ.
Olimpíada de Ciências
Esta foi a 13ª edição da Olimpíada de Ciências, que é uma das ações do Programa de Educação do MPEG em Caxiuanã. A atividade faz parte do conjunto de ações anuais de educação científica e ambiental promovidas pelo Museu Goeldi. Além da oficina sobre monitoramento participativo, a atividade também contou com oficinas ministradas por professores e pesquisadores de outras instituições como Ibama e Universidade Federal do Pará (UFPA), programações culturais e práticas esportivas.
“Para o IPÊ, participar das Olimpíadas de Ciências promovida pelo MPEG e promover essa vivência para as crianças da Flona foi uma grande oportunidade de sensibilização dos alunos e professores para a importância do monitoramento da biodiversidade para a conservação do território e dos seus modos de vida”, destaca Débora Lehmann, coordenadora de projetos do IPÊ.
Flona de Caxiuanã
Criada em 1961, a Floresta Nacional de Caxiuanã possui uma área de 330 mil hectares. A unidade de conservação, que ocupa os territórios dos municípios de Portel e Melgaço, no arquipélago do Marajó, é a Flona mais antiga da Amazônia e possui alguns dos ecossistemas naturais mais representativos da região como floresta de terra firme, igapó e várzea. De acordo com o último levantamento do ICMBio, na UC vivem cerca de 118 famílias distribuídas em sete comunidades.