
Comunitários da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Puranga Conquista participaram de oficina prática de produção de mudas de tucumã (Astrocaryum aculeatum). A atividade faz parte do Projeto Viabilidade Produtiva do Tucumã, iniciativa do +Unidos, e contou com o apoio do Projeto REFLORA, iniciativa do IPÊ, que atua na restauração ecológica e no fortalecimento de cadeias produtivas de base comunitária na RDS localizada em Manaus/AM.
A oficina contou com dois momentos: uma parte teórica, com orientações sobre o ciclo reprodutivo do tucumã e os cuidados necessários para o cultivo da espécie, e uma parte prática, em que os participantes aprenderam o passo a passo da produção de mudas de tucumã.


Entre os conteúdos abordados, destaque para a técnica de quebra de dormência da espécie, abrangendo o preparo do caroço para extração da semente, com a quebra do endocarpo (parte mais interna e dura do fruto, que envolve a semente), a escolha do substrato adequado para a germinação, o transplantio das mudas para os tubetes e as orientações corretas de plantio para garantir o desenvolvimento das mudas do tucumã.

A ação integra um conjunto de atividades desenvolvidas pelo Projeto REFLORA, que já implantou quatro viveiros comunitários nas comunidades de Nova Canaã, Jaraqui, Chita e São Sebastião,
Por que a escolha do tucumã para a formação?
Essas espécies estão entre as principais utilizadas pelas comunidades para alimentação, produção artesanal, medicina tradicional e usos madeireiros leves.
Dentre as espécies importantes para a restauração na RDS, o tucumã, em especial, possui um conjunto de valores ecológicos, econômicos, culturais e sociais que o tornam uma espécie estratégica para iniciativas de bioeconomia e restauração produtiva na Amazônia.
Ecologicamente, é fundamental para a regeneração florestal, pois cresce em áreas degradadas e atrai uma ampla variedade de fauna, especialmente aves e mamíferos dispersores de sementes, como resultado, contribui para a recomposição da biodiversidade.

Do ponto de vista econômico, seus frutos são amplamente valorizados na alimentação regional e no mercado urbano, movimentando cadeias produtivas locais baseadas no extrativismo sustentável e na geração de renda familiar. Enquanto culturalmente, o tucumã tem forte presença na culinária e na identidade amazônica, sendo símbolo da relação entre floresta e modos de vida tradicionais.
Com a estrutura dos viveiros, será possível que cada unidade produza até 7 mil mudas por ano, ampliando a autonomia local, reduzindo custos logísticos e garantindo maior qualidade no processo de produção.
Sobre o Projeto REFLORA
O Projeto REFLORA é uma iniciativa do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, financiada pelo Edital Amazonas – Floresta Viva. O Floresta Viva é uma iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES destinada a apoiar projetos de restauração ecológica nos biomas brasileiros. O edital 02/2023 conta com o apoio financeiro do BNDES e da Eneva S.A e tem o FUNBIO como parceiro gestor. A SEMA, a APCT, a Rede Tucumã e a Natura também atuam como parceiras no projeto.