Estudantes do curso Técnico em Agropecuária, da Escola Técnica Estadual (Etec) Professora Nair Luccas Ribeiro, visitaram no último dia 26 de outubro, o viveiro-escola Alvorada, em Teodoro Sampaio (Pontal do Paranapanema-SP). O local, de propriedade do agricultor Valter Ribeiro Campos, é atendido pelo projeto Corredores de Vida, do IPÊ.
Segundo a professora Mariana Souza, da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), a visita tem a finalidade de buscar conhecimentos sobre a implantação e funcionamento de viveiro de mudas nativas do bioma Mata Atlântica. A atividade ajudará os estudantes na implantação de um viveiro escolar, na comunidade rural onde vivem, o assentamento Gleba XV de Novembro, em Rosana (SP), com produção de 1 mil mudas/ano.
Para que os futuros técnicos em agropecuária entendessem o passo a passo sobre a implantação de um viveiro, Valter Campos enfatizou desde a montagem das bancadas, organização das bandejas e tubetes, preparação do substrato, quebra de dormência das sementes, plantio, repicagem, irrigação, tratos culturais e rustificação até o momento da muda estar pronta para plantio.
Implantação do viveiro – De acordo com a coordenadora do curso técnico, Gabriela Grilli, a escola não dispõe de espaço suficiente para implantação do projeto, assim uma parceria foi selada com a assentada Milvânia Rodrigues dos Santos, moradora do Setor 2, Gleba XV de Novembro. A produtora rural, além de oferecer o local para abrigar o viveiro, também se propôs a cuidar das mudas, aos finais de semana e férias escolares. O gasto com a implantação do viveiro será custeado pela escola em parceria com instituições governamentais e doações da comunidade. As mudas produzidas serão plantadas no próprio assentamento com destaque para Áreas de Preservação Permanente (APP), áreas degradadas, e também nos lotes em que os assentados se disponibilizarem a cercar a área e aplicar os tratos culturais necessários para o desenvolvimento da floresta plantada.
Oportunidades – Durante a visita, o proprietário do viveiro esclareceu aos jovens que, atualmente, o local produz 250 mil mudas/ano, sendo que 80% delas são comercializadas com o IPÊ, que utiliza essas mudas em seus projetos de restauração florestal no Pontal. “Muitas pessoas já se capacitaram aqui, algumas delas hoje têm seus próprios viveiros. É gratificante saber que o Alvorada transformou muitas vidas”, afirma o agricultor.
Para a estudante Milena Santana dos Santos, 19 anos, a atividade extraclasse foi muito produtiva e além das expectativas. Durante a visita, ela acompanhou de perto o funcionamento de um viveiro e aprendeu sobre as mais diversas técnicas de produção de um viveiro, entre elas a quebra de dormência da semente de Jatobá, a parte da aula que mais chamou sua atenção.
Aline Souza, técnica do IPÊ, ressalta que o viveiro-escola Alvorada transformou e continua a transformar diversas vidas na região. Em mensagem dirigida aos alunos ela afirmou a importância desse espaço. “levem o conhecimento dessa aula extraclasse não só para construir o viveiro escola. Pensem em empreender como um viveirista ou em outras áreas da restauração, entre elas, empresas de plantio”, orienta.
A coordenadora Gabriela Grilli concorda. Ao citar exemplos concretos de turmas anteriores que fizeram o TCC referente ao cultivo de hortaliças, a gestora afirmou que hoje, depois de quatro anos de formados, dois ex-alunos do curso técnico implantaram hortas nos lotes de seus familiares. A produção é comercializada em forma de cestas agroecológicas (mix de itens), além de fazerem doações a famílias carentes. “É gratificante para nós da escola ver o projeto científico de hortaliça dando frutos. Acredito que viveiro escola também irá transformar estudantes em empreendedores”, conclui.