Na terceira semana da Expedição Caatinga – em busca da anta perdida, os pesquisadores da INCAB – Iniciativa Nacional para Conservação da Anta Brasileira, projeto do IPÊ, investigaram a presença histórica da anta em uma área da Bahia conhecida como Boqueirão da Onça.
“É uma região bastante remota na parte sul da barragem de Sobradinho e que tem duas Unidades de Conservação: o Parque Nacional do Boqueirão da Onça e a Área de Preservação Ambiental do Boqueirão da Onça, um lugar bem especial porque vem de lá um dos principais registros históricos da ocorrência de anta na Caatinga, em uma localidade que se chama Queixo Dantas, um pequeno povoado no município de Campo Formoso/BA, na parte sul do Boqueirão”, afirma Patricia Medici, coordenadora da INCAB/IPÊ e pesquisadora à frente da expedição.
A equipe de pesquisadores entrevistou pessoas tanto que vivem no povoado, quanto na região do Boqueirão da Onça buscando entender a história que deu nome ao povoado. “Os moradores mais antigos escutavam dos antigos de sua época que um queixo de anta, uma mandíbula foi encontrada em uma nascente de água naquela região e esse fato deu nome ao povoado. Percorremos toda a região ao redor desse povoado, entrevistamos mais de 10 pessoas por ali e na região como um todo foram cerca de 25, 30 entrevistas no Boqueirão da Onça que relataram essa história”, explica a pesquisadora.
O resultado dos quatro dias de investigação é que, de fato, há registros históricos. “Existem relatos ancestrais da presença da anta. É um local conectado à bacia do Rio São Francisco, tanto na parte norte quanto oeste, conectado à costa também por meio do São Francisco; então as possibilidade de entrada e saída de antas ali na região no passado eram inúmeras, é possível, é provável que a gente tivesse antas ali na região”, revela Patricia Medici.
A expedição segue para a última fase no Piauí.
Equipe da expedição encontra registros históricos da anta brasileira na Chapada Diamantina