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Reunidos no sítio de sr Geraldo Peixoto, produtor de cacau e café, pequenos produtores rurais que vivem no assentamento Laje, em Alto Rio Novo (ES), falaram sobre desafios socioambientais e sobre os seus sonhos para a região, uma importante área de produção de água e também de alimentos.
O encontro foi promovido pelo projeto Educação, Paisagem e Comunidade, que acontece também em mais outros três assentamentos: Boa Esperança e Beija-Flor, na mesma cidade, e Rosa de Saron, no município de Águia Branca (ES). A ideia é que os técnicos do IPÊ tracem em conjunto com os produtores um planejamento para o território, partindo de um Diagnóstico Rural Participativo (DRP). Veja como isso aconteceu nos outros assentamentos.
Desafios como ter água em quantidade e qualidade, poder ampliar a produção e o escoamento dos produtos, garantir oportunidades no campo para os jovens, plantar corredores de mata nativa e restaurar a paisagem, além de desenvolver ações coletivas, via associações, foram alguns dos pontos mais tocados pelos participantes.
O processo de criação coletiva do projeto faz parte da metodologia do IPÊ, adotada em projetos em outros lugares do Brasil, como nos assentamentos do Pontal do Paranapanema (SP). A ideia é que as comunidades apontem as suas expectativas com relação ao trabalho que será executado em conjunto com o Instituto e que se sinta parte fundamental da ação, garantindo, assim maior envolvimento e aproveitamento das ações implementadas.
A atividade foi liderada por Leonardo Rodrigues, do IPÊ (em pé na foto), que atua com mediação de atividades participativas com comunidades. Segundo ele, o formato é o melhor caminho para que um projeto tenha sucesso. “O caminho ideal é aquele que permite a construção conjunta, a troca de conhecimento e informações entre as pessoas para que a comunidade se reconheça naquele planejamento, entendendo que foram os moradores que escolheram seguir por este ou aquele caminho, e não algo que foi trazido de fora e imposto por alguém. Essa é a base de um relacionamento de confiança entre os envolvidos em um projeto de transformação socioambiental”, explica.
Há mais de 15 anos vivendo no assentamento Laje, Geraldo comenta que quando chegou não existiam árvores no local e que o eucalipto que havia ali teve de ser derrubado para dar lugar a árvores nativas, que ajudassem na produção de água. “A gente sabe da importância das árvores para proteger a água que temos aqui. Sem água não somos nada e queremos plantar ainda mais para garantir esse futuro”, comenta.
A região onde está o Laje e os outros assentamentos são de grande importância não só para a produção local de alimentos e produtos que abastecem a região e é vendida a empresas, como para a produção da água que chega à bacia do Rio Doce. Com a atividade, os quatro DRPs foram concluídos. Nos assentamentos onde o processo já foi realizado, os assentados estão na fase de desenvolvimento de atividades como mapeamento de seus sítios e implementação de piquetes para futuras intervenções, que podem ser reflorestamento ou ainda implementação de SAFs.
Em conjunto com essas atividades de implementação de ações, o IPÊ desenvolve capacitações e intercâmbios para que os assentados tenham acesso a conhecimentos e possam diversificar atividades e renda em seus lotes. Esse é o caso do curso sobre recursos hídricos e o mais recente de coleta de sementes.
O projeto é realizado pela ESCAS/IPÊ – Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade, com financiamento da Fundação Renova.
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