Crédito das fotos: Instituto Fotossíntese
O Sul da Bahia é uma região-chave para a conservação da biodiversidade, lá um grupo de instituições, incluindo o IPÊ, tem trabalhado em conjunto para oferecer formação prática a pequenos agricultores, jovens e profissionais de assistência técnica e extensão rural – que são multiplicadores em escala desse conhecimento. Apenas neste segundo semestre, cerca de 50 pessoas participaram dos cursos: Produção de Óleos Essenciais, Plano de Negócios Sustentáveis e de Impacto Social e Práticas de Manejo de Sistemas Agroflorestais, os três realizados na região de Eunápolis/BA.
Com a implementação de práticas agroecológicas e do estímulo à restauração florestal, agricultores familiares têm o potencial de aliar conservação da biodiversidade, fortalecimento dos serviços da natureza, como a regulação climática, por exemplo, com incremento da renda.
Os cursos são uma realização do Núcleo de Estudos em Agroecologia e Produção Orgânica Pau-Brasil (NEA-PB), da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), através do Projeto Desenvolvimento Socioambiental para Agricultura Familiar (DSAF) e do Instituto Fotossíntese (braço executivo do projeto), em parceria com ELTI – Environmental Leadership & Training Initiative (Iniciativa de Liderança e Formação Ambiental), da Escola de Meio Ambiente da Universidade de Yale/EUA), com gestão do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas e subsídios da Arcadia Fund.
“Desde 2021 temos realizado cursos em parceria com essas instituições. Reconhecemos que compartilhamos da mesma visão de futuro para o Sul da Bahia em que a conservação da biodiversidade, produção sustentável e o aumento da renda dos pequenos agricultores e das comunidades tradicionais sejam fortalecidos. Com os cursos em parceria levamos essa proposta de futuro para mais pessoas, com otimização de recursos e um conteúdo plural, diverso; o que beneficia a todos, incluindo as próprias instituições”, pontua Maria Otávia Crepaldi, coordenadora dos projetos do IPÊ na região.
Da colheita à produção
Mabel Ludka, assistente do Programa ELTI-IPÊ, que integra a equipe IPÊ Sul da Bahia, explica que a produção de óleos essenciais representa uma oportunidade de diversificar a produção. “Alguns produtores da Associação Miramar manejam de forma sustentável a Varronia curassavica, uma planta nativa com uso medicinal tradicional, reconhecida por sua propriedade medicinal, tornando seu óleo essencial altamente valorizado”.
No curso Práticas em Manejo de Sistemas Agroflorestais (SAFs), os participantes tiveram acesso ao conteúdo teórico em três frentes: Conceito dos SAFs; Benefícios: econômicos, ambientais e produtivos; além de uma série de orientações sobre manejo que incluíram: cobertura de solo, produção de mudas, manejo das plantas, adubação, controle de pragas e doenças. Na sequência, eles conferiram de perto pequenas propriedades rurais que contam com viveiro de mudas e sistemas agroflorestais com produção de frutíferas e hortaliças.
Já no curso de Plano de Negócios Sustentáveis e de Impacto Social, os professores mostraram que é possível desenvolver negócios sustentáveis baseados em produtos da sociobiodiversidade da Mata Atlântica e que contribuam para manter a floresta em pé. Para traçar esse caminho, a programação contou com os seguintes temas: Análise do processo produtivo e do(s) produto(s); Cadeias produtivas sustentáveis; Estudo de mercado, segmentos de clientes e formas de comercialização; Diferenciais de processos e produtos sustentáveis e inclusivos; Certificação; Regularização e questões administrativas.
entre os participantes do curso
de Óleos Essenciais