Após uma rodada de votações de júri especializado e do público, o projeto Biosample foi selecionado para participar do Festival MATE (categoria música), em Coimbra, Portugal. A disputa foi acirrada. O projeto foi um dos 13 selecionados entre quase 100, de várias partes do mundo.
O evento internacional reúne projetos que atuam entre a Música, Arte, Tecnologia e a Educação com o objetivo de dar mais visibilidade e apoio a essas iniciativas. O Biosample tem tudo a ver: um laboratório de pesquisa e composição musical que tem a ecologia e as questões ambientais atuais como interface de diálogo entre a arte, ciência e a cultura tradicional.
“A música é um meio de comunicação muito eficaz para sensibilizar as pessoas de vários temas. O Biosample sensibiliza para a importância da conservação da biodiversidade”, afirma Rico Manzano, produtor musical da Central Music, parceiro do IPÊ, da ESCAS e do MIHN – Museu Imaginário de História Natural nessa iniciativa.
Com um programa integrado de pesquisa, criação e divulgação, o Biosample conecta os artistas a dados sonoros científicos com o objetivo de criar obras musicais inéditas, tornando-as acessíveis ao público por meio de plataformas de streaming, exposições e eventos públicos. Os dados são gerados por pesquisas em bioacústica no Brasil de organizações comprometidas com a conservação da natureza do Brasil como o IPÊ.
“Essa é uma forma de colaboração que não apenas reúne artistas e cientistas em uma comunidade comum — profissionais que, historicamente, compartilham uma escuta atenta e investigativa sobre o mundo —, mas também propõe uma nova maneira de nos relacionarmos com formas de vida não humanas, evidenciando como é possível cocriar outros modos de coexistência no planeta.”, afirma Bruno Gari, do MIHN.
O formato inovador conecta-se com objetivos do IPÊ de popularizar a ciência. Desta vez, por meio da música e da cultura. “É uma maneira criativa e bonita de levar as riquezas da nossa biodiversidade a cada vez mais pessoas, transformando sons dos animais na floresta em música e, assim, tornando a ciência interessante por meio da cultura e da arte”, afirma Simone Tenório, coordenadora do IPÊ na iniciativa.