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Após curso prático sobre coleta de sementes de árvores nativas, os assentados rurais que participam do projeto “Educação, Paisagem e Comunidade”, no Espírito Santo, passaram pelo curso de Viveiros e Mudas Nativas, oferecido pela ESCAS/IPÊ.
Os professores Nivaldo Ribeiro Campos e Aline Santos, profissionais do IPÊ no Pontal do Paranapanema, levaram aos assentamentos Rosa de Saron (em Águia Branca), e Beija-Flor, Boa Esperança e Laje (em Alto Rio Novo) conhecimentos sobre como construir do zero e manter um viveiro de mudas de espécies nativas. Todos os materiais para que o curso fosse totalmente prático foram cedidos pelo projeto do Instituto e as estruturas dos “Viveiros Escola” foram construídas em mutirão pelos próprios assentados junto com a equipe do projeto.
No oeste de São Paulo, o IPÊ foi o responsável por implementar os chamados Viveiros Comunitários, há mais de 20 anos. Hoje, nove deles estão em pleno funcionamento e em expansão. “A proposta é que os viveiros possam não só colaborar com a renda dos produtores, porque é um meio de trabalho que está em alto crescimento, mas também que seja uma atividade que contribua com a restauração das nossas florestas, já que para ter um reflorestamento de qualidade na Mata Atlântica, é necessária uma grande variedade de mudas”, comenta Nivaldo.
Cerca de 60 assentados participaram dos cursos, como é o caso de Maria José de Oliveira Rosa, do assentamento Laje. “Eu tenho 50 anos e aprendi muito com o curso, assim como os jovens também. Espero que a gente possa desenvolver e criar nossos viveiros dentro dos lotes”, comenta.
Amanda Reis, filha de assentados também do Laje, está realizando um sonho do seu pai ao participar de um curso como esse e conhecer mais sobre árvores nativas para poder plantar espécies ao redor do lote. “Gostei muito do curso, assim como meu filho e meu esposo. Quero participar do viveiro comunitário e estou muito feliz com o aprendizado”, comenta. Quando ainda estava no ensino fundamental, Amanda participou de um curso no colégio e ganhou muda de pau sabão, que plantou no sítio do pai. Hoje a árvore dá sementes que ela comercializa com a Rede de Sementes e Mudas da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, o que contribui com a sua renda familiar.
Para André Luiz Rosa Ribeiro, que também fez o curso, a proposta de construir viveiros pode ser interessante para os produtores. “Gostei muito da proposta. Aprendi muita coisa, como fazer substrato das mudas. A exemplo das sementes, pode ser uma oportunidade de renda para as famílias”, diz.
O projeto “Educação, Paisagem e Comunidade” é uma iniciativa da ESCAS – Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade, do IPÊ. O trabalho tem financiamento da Fundação Renova.
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