Pular para o conteúdo
  • IPÊ
    • Sobre o IPÊ
    • Missão
    • Nosso Credo
    • Governança
    • Staff Senior
    • Ipeanos
    • Estratégias
    • Apoiadores e Parceiros
    • Prêmios
    • Imprensa
    • Onde Estamos
    • Nossos Resultados
    • Relatórios Anuais
    • Seja nosso Parceiro
  • Doe Agora
    • Doe Florestas
    • Por que doar?
    • Arredonde Suas Compras
    • Doe com PayPal ou Conta Corrente
    • Doações internacionais
    • Adote uma Espécie
    • Proteja o Sistema Cantareira
  • Notícias
    • Últimas Notícias
  • Projetos
    • Baixo Rio Negro
    • Nazaré Paulista
    • Pantanal e Cerrado
    • Sul da Bahia
    • Pontal do Paranapanema
    • Projetos Temáticos
      • Voluntariado para Conservação
      • Pesquisa e Desenvolvimento / P&D
      • Áreas Protegidas
      • Integração Escola e Comunidade
      • Projeto Escolas Climáticas
      • Paisagens climáticas
      • Centro de Educação e Cooperação Socioambiental para o Clima
  • Negócios Sustentáveis
    • Marketing Relacionado a Causas
    • Cases de MRC
    • Modelos de Parcerias
    • Iniciativas para Doação
  • Soluções em Educação
    • Escas
    • Mestrado Profissional
    • Pós-graduação
    • Cursos de Curta Duração
  • Publicações
    • Flora Regional
    • Boas Práticas em UCs
    • Atlas Cantareira
    • Artigos Científicos
    • Séries Técnicas, Guias e Outros Materiais
  • Estatuto
  • Código de Ética
  • Parcerias Públicas
  • Fale Conosco
  • Português

Artigo: Educação Ambiental e a Ciência

9 de outubro de 2020 Por Paula Piccin

::cck::665::/cck::
::introtext::

Publicado também em Fauna News

Por Suzana Padua, presidente do IPÊ

Tratar Educação Ambiental como Ciência nem sempre é considerado sano. Muitos acham bobagem, principalmente quem trabalha com questões sociais per se, mesmo que de forma profunda. Todavia, a minha trajetória demandou uma outra postura e acabei concluindo que sano seria tratá-la como Ciência. Vou explicar.

Faço parte de uma organização, o IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, cuja base é Ciência – Ciência para ação, para resolver questões, também chamada de Ciência Aplicada. Talvez por isso, internamente o respeito era dado a quem produzia dados que podiam ser validados cientificamente. Passei alguns anos sendo desvalorizada, mesmo que de forma disfarçada. Afinal de contas, trabalhar na área social não tinha o mesmo valor do que em Ecologia, Biologia ou com imagens de satélite, entre outros.

Com isso, ou eu escrevia minhas próprias propostas para conseguir executar o que almejava ou os pesquisadores incluíam nas últimas linhas de suas propostas algumas ideias, em geral com enormes expectativas de transformação, envolvimento e apoio de comunidades, mas prevendo escassos recursos para educação ambiental. As histórias eram bem complexas. Por exemplo, um pesquisador que trabalhava em um local onde havia a tradição de desmatamento desejava reverter a realidade com todo o apoio das pessoas locais, ou uma espécie que estava em extinção deveria tornar-se símbolo de conservação regional. Muito a realizar com o mínimo de recursos. Ou seja, missão impossível com as sobras do que restava dos diversos projetos.

Todavia, tive a sorte de cair nas mãos de uma professora recém-chegada à Universidade da Flórida, onde eu estava cursando mestrado, a Dra. Susan Jacobson, uma aficionada por avaliação. Foi aí que desenvolvi um trabalho comparativo com os alunos que visitavam o Parque Estadual do Morro do Diabo (que na época era administrado pelo Instituto Florestal de São Paulo), onde estávamos desenvolvendo nossos projetos – Claudio, meu marido, doutorando com foco na ecologia do mico-leão-preto, e eu com um programa de educação ambiental que havia criado e implementado para essa unidade de conservação, tendo o mico como espécie bandeira.

Meu estudo foi mensurar a eficácia do programa de visitação que havia implantado. Levou algum tempo a ser desenvolvido, pois cada etapa era avaliada e melhorada até que recebesse graus positivos. Ao visitarem o parque, pedíamos aos alunos que respondessem um questionário simples, avaliando cada atividade: A – excelente; B – bom; C – médio e D – ruim. Ora, todas as vezes que as atividades recebiam C ou D, havia uma força-tarefa para melhorar ou, se isso não acontecia, a atividade era deletada do programa. Tal procedimento ajudou a construir um programa de qualidade, que precisava ser testado de maneira científica.

Como foi efetuado meu estudo? Uma vez que na cidade mais próxima, Teodoro Sampaio (SP), todos os alunos das escolas já haviam visitado o parque (já estavam, assim, “contamiados” por informações e experiências), foi necessário buscar em Mirante do Paranapanema (SP), na Escola Estadual de Primeiro Grau Joana Costa Rocha, alunos que ainda não conheciam a unidade de conservação.

Isso porque precisávamos de uma turma que não tivesse sido exposta ao programa de educação ambiental que seria testado. A escola que aceitou talvez não soubesse da encrenca que eu estava armando, pois os alunos foram aleatoriamente separados em “Grupo Tratamento” que visitaria o Parque, e “Grupo Controle” que não iria à visita antes da testagem. Por que a escolha precisa ser aleatória? Por exemplo, se existisse 6ª A e 6ª B, e a escolha fosse pela turma toda A ou B, correríamos o risco de ter nossa pesquisa enviesada caso a escola adotasse a metodologia de agrupar os alunos que considerava os “melhores” ou “piores” em turmas separadas na A ou na B. Assim, os estudos científicos optam por escolhas aleatórias, que isentam resultados tendenciosos.

Alunos de 5ª à 8ª séries fizeram parte do estudo. Ao todo, 144 estudantes: 70 no Grupo de Tratamento e 74 no de Controle. Todos os alunos responderam a um questionário antes da visita (pré-teste) e um questionário logo após (pós-teste). A razão de se testar logo em seguida é para as turmas terem pouco tempo de interação e assim evitar trocas de informações que possam influenciar o pós-teste.

Uma vez que eu já estava em ritmo de pesquisa, aproveitei e repeti o teste 40 dias após para averiguar a retenção de informações ou de valores nos dois grupos. Esse passo não teria sido necessário para o mestrado, mas os resultados foram interessantes. Os valores ficaram retidos e até mais aprofundados, enquanto os conhecimentos da turma Tratamento reduziram um pouco com esse pequeno espaço de tempo, mas na comparação ainda mostrou diferença significativa entre os dois grupos. Aliás, a literatura indica que 15 dias já seria o suficiente para aferir o que ficou retido, mas optei por ser mais conservadora e aplicar esse terceiro teste com mais do dobro de tempo após o tratamento (visita ao parque).

Os resultados dos questionários foram transformados em números e colocados em uma planilha para que testes estatísticos pudessem ser efetuados. Orientações de especialistas de como fazer o que são sempre bem-vindas. Tive muita ajuda, pois não sou conhecedora de estatística, mas foi utilizada a Análise de Variância, Anova, que indicou diferenças significativas entre o Grupo Tratamento e o Grupo Controle. Mas as nuances de onde estavam essas diferenças só se tornaram evidentes no Teste Scheffé, que mostrou que entre meninas e meninos e entre os alunos de 7ª e 8ª séries comparados aos de 5ª e 6ª mostravam diferenças significativas. O próprio instrumento de pesquisa, o questionário utilizado, foi avaliado quanto à sua confiabilidade. Importante mencionar que o questionário foi testado antes de sua aplicação para o estudo, de modo a verificar se a linguagem e a formatação estavam próprias para o público-alvo. Com base no que se evidenciou, foram feitas as modificações cabíveis para que se tornasse adequado e eficaz.

Esses procedimentos ajudam a avaliar as respostas obtidas quantitativamente. No entanto, algumas perguntas no questionário eram abertas e elaboradas para mensurar valores e sentimentos. Portanto, o estudo passou a ser quali-quantitativo. Tal procedimento enriqueceu sobremaneira a pesquisa, pois houve espaço para não só mensurar conhecimentos, mas averiguar valores, sentimentos e engajamento ou desejo de envolvimento em ações ligadas à conservação e ao meio ambiente em geral.

Esse foi o estudo que realizei para o meu mestrado que avaliou o programa de educação ambiental implantado no Parque Estadual do Morro do Diabo. Este constava de palestra preparatória e três diferentes trilhas interpretativas, além de uma visita à estação meteorológica que funcionava no parque. Devo confessar que a última era a menos apreciada e a que frequentemente recebia as notas mais baixas, por não ter emoção como entrar na mata da Trilha do Mico-Leão-Preto, onde o visitante conhecia seu habitat e descobria o que precisava para viver. O visitante participava também de jogos elaborados para a Trilha do Arboreto, ou ainda, escalava a subida inesquecível da Trilha do Morro do Diabo, que mesmo difícil, demandante e cansativa, guardava uma emoção imensa para quem chegasse ao seu cume.

O programa ainda contava com sugestões de exercícios pós-visita, que os professores podiam desenvolver em sala de aula com seus alunos. Além disso, nas escolas, por muitos anos, foram realizados eventos que exigiam preparação contínua. Esse é o caso dos Fóruns de Ciências que contavam com apoio e envolvimento dos diretores de escola, pois ali trabalhávamos um tema específico durante o ano todo e seus resultados eram exibidos em uma feira de ciências aberta ao público.

Outra atividade de grande sucesso foi a publicação de calendários com as espécies locais ou sobre a visita ao parque, por exemplo, ilustrados com desenhos dos alunos. De modo a que todas as escolas fossem contempladas nas páginas dos meses em número equivalente, os melhores desenhos de cada escola eram selecionados e um júri externo escolhia quais entrariam na publicação, mas sem saber quem eram os artistas, para que a escolha não fosse tendenciosa. O júri era composto de pessoas da sociedade, como diretor de banco, advogado, médico, entre outros. A forma de atrai-los era sempre chamar a mídia na hora da seleção dos desenhos, o que mostrou ser uma medida eficiente.

 

 

 

 

Todas as atividades desenvolvidas eram também avaliadas para que pudéssemos melhorar a oferta. Perguntas simples como “o que sugere que a gente mude nos próximos eventos ou programas?”, ou “que nota você dá para essa iniciativa?” com as opções de A a D. Essa medida pode não ser classificada como “científica” por não aplicar testes estatísticos, mas serviram para aprimorar o que estávamos oferecendo.

Importante ressaltar que a pesquisa qualitativa tem um valor inquestionável. Todavia, muitas vezes exige tempo e um cuidado redobrado na interpretação dos dados levantados. A junção da abordagem quantitativa à qualitativa adiciona aspectos de agilidade na aferição dos resultados e traz maior confiabilidade junto a cientistas que não são das áreas sociais, por indicarem de maneira mais precisa diferenças entre grupos e a própria eficácia ou não de uma estratégia analisada.

Resolvi detalhar essa pesquisa, pois retrata as medidas que adotei no meu mestrado. O estudo me ajudou a mostrar que Educação Ambiental é também Ciência, o que me rendeu maior credibilidade junto a pesquisadores de áreas variadas. Realizei outros estudos, inclusive meu doutorado, mas para não me alongar demais, achei por bem focar nesse exemplo. Como tenho orientado um grande número de alunos em Educação Ambiental, são muitas as nuances que eu poderia descrever neste artigo. Destaco apenas o exemplo da Andréa Pupo Bartazini, pesquisadora e educadora ambiental do IPÊ que orientei.

Ela aproveitou um programa que implantou para alunos da região do Sistema Cantareira e comparou os resultados imediatos que havia coletado a cada ano com os conhecimentos e valores que permaneceram, que chama de impacto. Assim, analisa e compara respostas imediatas com o impacto do que ficou após algum tempo. 

Espero que esta síntese seja útil e que ajude a trazer mais e mais credibilidade à Educação Ambiental, campo de suma importância para a conservação e a sustentabilidade.

::/introtext::
::fulltext::::/fulltext::
::cck::665::/cck::

Categorias Notícias
Relatório de Atividades 2019
Acompanhe ao vivo: Diálogos da Conservação com o tema Educação Ambiental é Ciência – transformando desafios em resultados

Deixe um comentário Cancelar resposta

Posts Recentes

  • Com dois anos de safra interrompida, cacau silvestre renasce na Reserva Chico Mendes
  • Projeto REFLORA conclui primeira etapa de plantio de mudas de árvores na Amazônia  
  • Programa de Mestrado Profissional da ESCAS-IPÊ abre processo seletivo para bolsas de estudo
  • Em ano de revisão da situação da anta brasileira na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção do ICMBio, projeto ressalta a importância da espécie para a biodiversidade  
  • Vaga: assistente administrativo-financeiro para Projeto GEF Territórios da Vida Silvestre

Publicações

  • maio 2025
  • abril 2025
  • março 2025
  • fevereiro 2025
  • janeiro 2025
  • dezembro 2024
  • novembro 2024
  • outubro 2024
  • setembro 2024
  • agosto 2024
  • julho 2024
  • junho 2024
  • maio 2024
  • abril 2024
  • março 2024
  • fevereiro 2024
  • janeiro 2024
  • dezembro 2023
  • novembro 2023
  • outubro 2023
  • setembro 2023
  • agosto 2023
  • julho 2023
  • junho 2023
  • maio 2023
  • abril 2023
  • março 2023
  • fevereiro 2023
  • janeiro 2023
  • dezembro 2022
  • novembro 2022
  • outubro 2022
  • setembro 2022
  • agosto 2022
  • julho 2022
  • junho 2022
  • maio 2022
  • abril 2022
  • março 2022
  • fevereiro 2022
  • janeiro 2022
  • dezembro 2021
  • novembro 2021
  • outubro 2021
  • setembro 2021
  • agosto 2021
  • julho 2021
  • junho 2021
  • maio 2021
  • abril 2021
  • março 2021
  • fevereiro 2021
  • janeiro 2021
  • dezembro 2020
  • novembro 2020
  • outubro 2020
  • setembro 2020
  • agosto 2020
  • julho 2020
  • junho 2020
  • maio 2020
  • abril 2020
  • março 2020
  • fevereiro 2020
  • janeiro 2020
  • dezembro 2019
  • novembro 2019
  • outubro 2019
  • setembro 2019
  • agosto 2019
  • julho 2019
  • junho 2019
  • maio 2019
  • abril 2019
  • março 2019
  • fevereiro 2019
  • janeiro 2019
  • dezembro 2018
  • novembro 2018
  • outubro 2018
  • setembro 2018
  • agosto 2018
  • julho 2018
  • junho 2018
  • maio 2018
  • abril 2018
  • março 2018
  • fevereiro 2018
  • janeiro 2018
  • dezembro 2017
  • novembro 2017
  • outubro 2017
  • setembro 2017
  • agosto 2017
  • julho 2017
  • junho 2017
  • maio 2017
  • abril 2017
  • março 2017
  • fevereiro 2017
  • janeiro 2017
  • dezembro 2016
  • novembro 2016
  • outubro 2016
  • setembro 2016
  • agosto 2016
  • julho 2016
  • junho 2016
  • maio 2016
  • janeiro 2016
  • dezembro 2015
  • novembro 2015
  • outubro 2015
  • setembro 2015
  • agosto 2015
  • julho 2015
  • junho 2015
  • maio 2015
  • abril 2015
  • março 2015
  • fevereiro 2015
  • janeiro 2015
  • dezembro 2014
  • novembro 2014
  • outubro 2014
  • setembro 2014
  • agosto 2014
  • julho 2014
  • junho 2014
  • maio 2014
  • abril 2014
  • março 2014
  • fevereiro 2014
  • janeiro 2014
  • dezembro 2013
  • novembro 2013
  • outubro 2013
  • setembro 2013
  • julho 2013
  • junho 2013
  • maio 2013

Categorias

  • Áreas Protegidas
  • Baixo Rio Negro
  • Boas Práticas
  • Cases de MRC
  • COP-16 Agenda
  • COP16
  • Cursos
  • Depoimentos
  • Doe
  • Home
  • Iniciativas para Doação
  • IPÊ
  • IPÊ
  • Não categorizado
  • Negócios Sustentáveis
  • Notícias
  • Paisagens Climáticas
  • Pesquisa e Desenvolvimento
  • Pontal do Paranapanema
  • Projetos
  • Projetos Temáticos
  • publicacoes
  • ra.2022
  • Relatórios Anuais
  • Uncategorised

Onde Estamos

Rod. Dom Pedro I, km 47
Nazaré Paulista, SP, Brasil
Caixa Postal 47 – 12960-000
Tel: (11) 3590-0041

Mapa para o IPÊ
Escritórios

Redes Sociais

  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Youtube
  • Linkedin

Política de Privacidade
Ouvidoria

Termos de Uso | Estatuto
Copyright © Ipê – Instituto de Pesquisas Ecológicas.
Email: [email protected]

plugins premium WordPress
  • Português