Vivemos em uma profunda crise socioambiental e a emergência climática é prova real dos desafios que precisamos enfrentar. Eventos climáticos extremos acontecem com maior frequência no Brasil e no mundo, impactando a qualidade de vida de milhares de pessoas e transformando o planeta como o conhecemos.
Há tomadas de decisão que dependem de acordos internacionais a serem cumpridos. Neste ano, de 21 de outubro a 1 de novembro, será realizada a COP16 da Biodiversidade, em Cali, na Colômbia. Será a primeira reunião desde a cúpula de 2022 (COP15), realizada em Montreal (Canadá), quando representantes de 188 governos, participantes da CDB – Convenção Sobre a Diversidade Biológica (ONU), definiram o Marco Global da Biodiversidade.
O IPÊ já participa de encontros prévios com ONGs para definição das Estratégias e Planos de Ação Nacionais de Biodiversidade (EPANBs), a fim de influenciarem as negociações governamentais e a implementação do Quadro Global de Biodiversidade, contribuindo assim também com o meio ambiente.
Em novembro, teremos a COP29 do Clima, de 11 a 24 de novembro, em Baku, capital do Azerbaijão. Em 2025, o evento será realizado por aqui, em Belém/PA. Enquanto as negociações globais acontecem, o que podemos fazer na esfera individual para contribuir com as mudanças necessárias?
Aqui, 10 dicas que podem ajudar. Muitas delas, têm relação ao nosso consumo e, claro, são sugestões que se aplicam, ou não, de acordo com as diversas realidades sociais que vivemos no país:
- Não desperdice comida
Segundo o Relatório do Índice de Desperdício de Alimentos 2024, do PNUMA, a população mundial desperdiça mais de um bilhão de toneladas de alimentos anualmente, o que corresponde a cerca de 8% a 10% das emissões de gases de efeito estufa O custo da perda e do desperdício de alimentos na economia global é estimado em cerca de US$ 1 trilhão. - Compre alimentos de produtores locais
Dê preferência aos alimentos produzidos na sua região e sempre que possível compre de produtores rurais locais, assim você também fortalece uma cadeia produtiva mais curta, o que reduz as emissões dos gases do efeito estufa atribuídas ao transporte.
- Cuide dos resíduos
Aterros sanitários são grandes emissores de metano (CH4), um dos gases de efeito estufa que contribui para as alterações climáticas. Nos aterros têm de tudo, inclusive resíduos orgânicos. Podemos reduzir o volume de resíduo que enviamos aos aterros fazendo compostagem para os resíduos orgânicos. Há opções para fazer isso em nossas residências. A compostagem também pode ser útil para fertilizar o seu jardim, além de ser uma das melhores opções para a gestão de resíduos orgânicos, ao mesmo tempo em que reduz os impactos ambientais. Com os resíduos que podem ser reciclados, é importante separá-los e, se sua cidade não tem coleta seletiva, seria interessante aproveitar o ano de eleições municipais para provocar essa discussão. - Evite consumir sem necessidade e prefira produtos sustentáveis
Sabemos o quanto é desafiador falar em consumo consciente em um modelo econômico como o nosso. Uma vez identificada a necessidade de realizar uma compra, busque produtos com maior durabilidade, com menor uso de recursos naturais e que respeite os profissionais que, de fato, produzem esses produtos.
- Plante árvores
Ok, sabemos que não é uma tarefa super fácil, assim. Além do mais plantar é o primeiro passo, aqui no IPÊ acompanhamos as mudas por em média dois anos após a realização dos plantios. Sempre que possível apoie uma causa ou movimento que estimula a conservação e restauração de florestas. Assim você também contribui com os serviços da natureza, como a regulação do clima, água de qualidade e em quantidade ideal, além da produção de alimentos. O desmatamento é um dos grandes responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa. Existe uma meta no Brasil de plantar 12 milhões de hectares até 2030 – um desafio e tanto! - Vote de forma consciente
É importante escolher candidatos a cargos de governo nas três esferas (municipal, estadual e federal) que tenham valores ambientais sólidos, que se importem com os desafios e os efeitos das mudanças climáticas, inclusive a justiça climática. Em ano de eleições municipais, o voto consciente de cada um é uma chance a mais de contarmos com pessoas em cargos de liderança que respeitem a constituição e instituições democráticas, confiem e tenham como base a Ciência, apoiem populações vulneráveis, comunidades indígenas e que combatam o racismo.
- Acredite na força da sua ação
Busque por ações simples do dia a dia, como o arredondamento de centavos que podem ter um grande resultado. O IPÊ está entre as instituições que fazem parte do Movimento Arredondar. De centavo em centavo, em 10 anos, o IPÊ recebeu R$ 505 mil em arredondamentos das lojas parceiras. Atualmente, o IPÊ é beneficiado pelas compras feitas em lojas próprias das Havaianas, nas lojas Farm no Rio de Janeiro e na fatura do cartão Tricard.
8. Incentive a discussão sobre os efeitos das mudanças climáticas na escola
Se você é estudante ou professor, provoque discussões sobre os temas das mudanças climáticas. Há muito para ser trabalhado nas escolas e fora delas com a participação da comunidade escolar. A educação ambiental está presente em todos os projetos do IPÊ, mas realizamos uma iniciativa em escolas, o Escolas Climáticas, então se precisar de material conta com a gente 😉 Para entrar em contato com a equipe do projeto, o número é este: (11) 97297-3516.
9. Voluntariado Empresarial
Na mesma linha de uma ação vale muito, a empresa em que você trabalha realiza ações de Voluntariado pela Ação Climática? Realizamos o voluntariado empresarial em projetos de conservação em desenvolvimento pelo IPÊ e em Áreas Protegidas. Para o IPÊ, o desenvolvimento de iniciativas e programas de voluntariado é uma estratégia essencial para aproximar a sociedade das áreas protegidas e contribuir com a efetiva conservação da natureza.
10. Não divulgue fake news
Em ano eleitoral, todos já sabemos que as fake news estarão nas redes sociais e em grupos de WhatsApp. Se você ficou na dúvida sobre a veracidade da informação ou a procedência da mensagem, não envie. Vale a pena colocar a dúvida em um buscador na internet ou ainda checar nos sites que têm trabalhado justamente com esse objetivo de identificar e esclarecer sobre as fake news. Assim vamos garantir que o eleitor, incluindo você, faça sua escolha com base no que é real, o que também acredite, contribui e muito com o meio ambiente.
Fontes: ClimaInfo, PNUMA, UNEP, UNFCC