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Em 2015, em parceria com o ICMBio, o IPÊ e outros parceiros institucionais, promoveu a primeira Oficina de Monitoramento Participativo de Quelônios, divulgando os primeiros resultados do monitoramento realizado por comunidades sobre o status de conservação das diversas espécies de quelônios da região.
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Em cinco meses, monitores comunitários registraram o nascimento de cerca de 950 filhotes de tartaruga da amazônia (Podocnemis expansa); 791 de tracajá (Podocnemis unifilis) e 583 de irapuca (Podocnemis erytrocephala). O levantamento aconteceu em cinco praias protegidas na Reserva Extrativista do Rio Unini (Resex Unini/AM) e no Parque Nacional do Jaú (Parna Jaú/AM). Os dados ainda não são conclusivos, mas já servem como referência para os próximos monitoramentos e para futuras avaliações e políticas públicas para proteção dessas espécies.
Para a realização do monitoramento, alguns protocolos foram desenvolvidos, a fim de possibilitar a obtenção de respostas acerca da biodiversidade local e padronizar aas variáveis a serem coletadas em campo. Para a criação deles, participaram técnicos do ICMBio e do IPÊ, junto com as comunidades, pesquisadores e instituições parceiras das Unidades de Conservação.
“A construção do protocolo é um momento bem técnico, mas baseamos a sua criação de acordo com as perguntas da própria comunidade sobre os quelônios, chamados também de bicho de casco. Perguntas como ‘quantos bichos existem’, por exemplo, nós colocamos em um formato mais técnico que facilite as análises. Depois disso, retornamos para a comunidade para que eles possam opinar”, explica Rachel Acosta, analista ambiental do ICMBio e ponto focal para monitoramento participativo na Resex e no Parna.
A ação de levantamento sobre os animais só foi possível devido ao envolvimento e apoio dos monitores e das lideranças comunitárias, bem como das parcerias com instituições locais, além dos cursos de capacitação para a atividade. Essa troca entre diversos atores, dentro da proposta do projeto “Monitoramento Participativo da Biodiversidade”, é um diferencial no processo para a proteção dessas espécies, segundo Rachel.
“Esses trabalhos integrados, com diversos interesses e percepções são, ao mesmo tempo, um desafio e uma potencialidade. O desafio é sempre adequar linguagens e o tempo entre os atores sociais (as organizações e as comunidades). Mas, acima de tudo, é uma oportunidade, pois as questões socioambientais devem ser discutidas assim”, diz.
Juventude marca presença
A maior parte dos monitores de quelônios das comunidades da Resex Rio Unini e do Parna Jaú é formada por 31voluntários. Eles recebem ajuda de custo com combustível para a realização das atividades. São cinco meses de trabalho de campo: três deles acompanhando a desova e dois acompanhando o nascimentodas espécies de quelônios monitoradas. Uma vez ao ano, a comunidade seleciona monitores que fazem seis dias de trabalho de campo em lagos. Eles instalam as malhadeiras, pescam os animais e fazem todo o procedimento de coleta de dados, obtenção das medidas (peso e comprimento) e marcação, com apoio do ICMBio e do IPÊ. Um grande destaque na atividade é o número de jovens interessados no trabalho.
“Notamos que o interesse dos comunitários pela atividade vem crescendo ao longo do tempo. O que chama a atenção são os jovens que se envolvem. A maioria tem entre 12 e 25 anos e estão bastante empolgados.”, conta Rachel.
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