A superação dos desafios climáticos passa por soluções coletivas e multisetoriais. Empresas, sociedade civil organizada, governo e sociedade precisam estar juntos para garantir resultados de impacto.
Nesse contexto, o painel “Como impulsionar projetos de conservação da biodiversidade e do clima via parcerias intersetoriais beneficiando causa e negócios” na Casa IPÊ, refletiu sobre como isso pode acontecer de forma a dar escala a ações.
“Quando a gente considera o setor privado, público e terceiro setor, o primeiro tem capilaridade, o setor público tem a legitimação e escalabilidade e o terceiro setor expertise na sua causa. A construção de confiança é um gap muito menor do que alguns anos, já caminhamos muito nessas parcerias”, afirmou Juliana Martins, do Instituto Iamar, braço social do grupo Martins, primeira empresa parceira do IPÊ.
As parcerias empresariais são parte da estratégia do IPÊ para a realização de projetos de conservação e disseminação da causa. Uma das formas que isso acontece é via ações de Marketing Relacionado a Causas, como no caso de Havaianas-IPÊ. A parceria destina, desde 2004, 7% do lucro da venda líquida das sandálias ao Instituto, para ações de conservação da biodiversidade. “Numa parceria como essa, por exemplo, é fundamental essa integração das expertises, dando espaço para uma construção conjunta, que otimize os processos. O IPÊ entra com conhecimento científico das espécies e educação ambiental e a Havaianas com expertise de marketing, moda e vendas. Tudo com um olhar para a causa e como mobilizar as pessoas”, afirma Andrea Peçanha, moderadora da mesa e coordenadora da Unidade de Negócios do IPÊ.
Outro ponto essencial levantado no bate-papo foi a importância do fortalecimento de toda a cadeia que envolve uma parceria como essa: desde os colaboradores da empresa até uma ação de política pública que apoie a sociedade ou que gere reputação de marca. Empresas globais como a Veolia e a marca Havaianas falaram sobre como acontece essa relação. “Ser global não nos exime de nossa responsabilidade local. Somos uma empresa de soluções para resíduos, um centro de um ecossistema industrial, mas realizamos projetos para consumo de água potável de populações, por exemplo, na Namíbia e em Singapura, apoiando a saúde da população local. ”, afirma Jean-Pierre Maugendre, VP global de natureza e biodiversidade da Veolia.
“Usamos a nossa presença global e o conhecimento da nossa marca para iniciativas que fortaleçam toda a cadeia para um ciclo virtuoso, tanto no processo de fabricação do produto quanto nas relações que isso envolve. Alguns colaboradores nossos, por exemplo, puderam visitar a Casa IPÊ na COP30 e entender mais sobre a parceria e saíram muito felizes em compreender do que se trata esse trabalho”, comenta Sarah Bonadio, Diretora Global de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade na Alpargatas.
A Havaianas aposta nessa conexão multisetorial, mas com a participação de um elemento fundamental, o cidadão, fechando essa cadeia. “Acho fundamental pensar como os projetos se tornam mais visíveis e palpáveis ao consumidor. Seja por meio de um produto ou uma campanha, para chegar em mais lugares e em mais pessoas”, complementa Sarah.
A empresa também tem como foco a circularidade com a iniciativa Reciclo, que divulgou ao longo da COP30. As sobras da borracha das sandálias já estão se transformando em outros produtos como lixeiras e pisos.
A Casa IPÊ é um espaço de eventos paralelos na COP30, com parceria de Havaianas e Sol de Janeiro.