O Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), foi oficialmente lançado durante a Cúpula de Líderes (pré COP30) em 06 de novembro. A proposta do fundo é ser um novo modelo de financiamento climático. Em vez de países doarem recursos para florestas, eles serão investidores e os lucros gerados desses investimentos serão destinados aos países que mantiverem suas florestas tropicais em pé. Desta forma, será possível apoiar a bioeconomia e garantir a remuneração por serviços ecossistêmicos. A expectativa, segundo a Ministra do Meio Ambiente e Mudanças do Clima, Marina Silva, é de beneficiar mais de 70 nações tropicais com o fundo.
“O TFFF é um instrumento inovador e em construção. Pode representar um passo importante para um dos principais gargalos da atualidade que é o financiamento climático, com ganhos expressivos para conservação da biodiversidade, no enfrentamento do aquecimento global, devendo ainda contribuir para fortalecer comunidades, reduzindo desigualdades. Tudo isso em longo prazo, o que é necessário para um desafio dessa magnitude”, afirma Eduardo Ditt, diretor executivo do IPÊ.
Somente no dia do lançamento, o TFFF anunciou cerca de 5,4 bilhões de dólares de investimento iniciais de Noruega, França, Portugal, Indonésia e Brasil. Os recursos seguirão diretamente para os governos dos países, que os destinarão para programas e, até um quinto (20%) será destinado a Comunidades tradicionais e locais, povos indígenas, extrativistas e mulheres. O envolvimento de populações é celebrado, já que um dos grandes gargalos dos aportes de recursos em florestas é justamente alcançar as populações locais e gerar os benefícios necessários nos territórios.
“A valoração econômica da floresta e de sua biodiversidade tem grande relevância para a sua conservação e consequentemente para os esforços de contenção do aquecimento global. Ao mesmo tempo, em qualquer mecanismo voltado à premiação daqueles que conservam as florestas, deve-se estar atento ao justo direcionamento de recursos para que seja contemplado o bem-estar das pessoas, especialmente povos, comunidades tradicionais e indígenas que, comprovadamente mantêm a floresta em pé, algo estratégico no enfrentamento da crise climática”, complementa Eduardo.