A ação inaugural teve presença de CEO de fundação parceira do Instituto no projeto
A restauração florestal está entre as estratégias-chave no enfrentamento às mudanças climáticas. O sul da Bahia é a mais recente área onde o IPÊ também passou a atuar nessa direção. Neste ano, o IPÊ inicia restauração florestal de trecho de corredor no sul da Bahia para estabelecer um dos trechos do Corredor Central da Mata Atlântica abrangendo as cidades de Prado, Porto Seguro e Itamaraju.
A expectativa é até 2028 trazer a floresta de volta para 111 hectares, sendo 91 hectares com restauração florestal e 20 hectares com sistemas agroflorestais e silvipastoris. Dessa forma será possível promover a conexão de 49 mil hectares, que incluem duas importantes Unidades de Conservação: Parque Nacional do Descobrimento e o Parque Histórico Natural Monte Pascoal, além de duas Terras Indígenas.

Entre os apoiadores dessa iniciativa estão Procter & Gamble, Suzano Papel e Celulose, além da Fundação Sol de Janeiro, braço socioambiental da marca de cosméticos sustentáveis, fundada nos Estados Unidos, e que aterrissou no Brasil em 2021.
Angela Peterson, CEO da Fundação Sol de Janeiro, veio ao Brasil para conhecer de perto a atuação do IPÊ no sul da Bahia. “Ver o trabalho do IPE em primeira mão no sul da Bahia foi verdadeiramente inspirador. A dedicação, a coordenação e as parcerias estratégicas que construíram em todos os setores foram evidentes em cada etapa. Desde a participação ativa dos membros da comunidade nos esforços de restauração até organizações locais e stakeholders (partes interessadas) trabalhando em harmonia, ficou claro o quão profundamente este projeto está enraizado na colaboração. A escala do trabalho deles — e a maneira cuidadosa como integram a restauração ecológica aos meios de subsistência da comunidade — demonstra o potencial transformador que esta iniciativa tem para toda a região. Ao proteger e restaurar a biodiversidade, ao mesmo tempo em que fortalece a resiliência local, o IPE não está apenas revitalizando paisagens, mas também promovendo um compromisso compartilhado com a saúde a longo prazo dos ecossistemas do sul da Bahia”.
“Plantamos a primeira muda no sul da Bahia com a participação do proprietário e do financiador, quanta emoção”, destaca Maria Otávia, coordenadora de projetos do IPÊ na Bahia, que acompanhou Angela nas visitas às áreas prioritárias para o estabelecimento do Corredor.
Angela também conheceu o parceiro do IPÊ na restauração, a Primaflora que atua como viveiro e também realiza os plantios e a manutenção das áreas. Os colaboradores da Primaflora receberam formação do IPÊ. Articulações como essas contribuem também com avanços para o desenvolvimento nas esferas social e econômica.
“A atuação em rede é uma característica do IPÊ nos diversos locais em que atua e na Bahia não seria diferente. Acreditamos que dessa forma, somando com os atores locais, vamos contribuir para o retorno da floresta e ao mesmo tempo impulsionar o desenvolvimento por meio do fomento à cadeia da restauração florestal e aos sistemas produtivos sustentáveis”, destaca Maria Otávia Cepaldi.
Corredor florestal em formação no sul da Bahia
Desde a primeira muda plantada em junho (10), durante a visita, até 13 de agosto, já são mais de 6 mil mudas em 12 hectares. A expectativa é restaurar 50 hectares – com cerca de 34 mil mudas em Áreas de Preservação Permanente como o entorno de nascentes e as margens de rios, além de Reservas Legais em duas propriedades, até setembro deste ano. O primeiro plantio é realizado com recursos da Suzano Papel & Celulose, Procter & Gamble e da Fundação Sol de Janeiro.
A visita de Angela, CEO da Fundação Sol de Janeiro, também incluiu a Escola Popular de Agroecologia de Bruneto localizada em um assentamento rural apoiado pelo IPÊ, no município de Prado, por meio de formações voltadas aos sistemas produtivos sustentáveis, com ações implementadas por meio de dois projetos: Prospera e ELTI.
O tour contou também com trilha no Parque Nacional do Descobrimento que abriga o Sítio do Patrimônio Mundial Natural da Costa do Descobrimento, uma Reserva da Biosfera/Unesco.


Já em Porto Seguro/BA, Angela conheceu um projeto de extração de óleos essenciais vinculado à Universidade Federal do Sul da Bahia, parceira do IPÊ na região na frente de sistemas produtivos sustentáveis. Negócios na área de óleos têm despontado entre as principais alternativas na região para a diversificação da renda de pequenos proprietários rurais.
Referência em restauração florestal
IPÊ inicia restauração florestal de trecho de corredor no sul da Bahia com 25 anos de conhecimento na área que está entre as principais estratégias no enfrentamento às mudanças climáticas. O projeto Corredores de Vida, do IPÊ, realizado na região do Pontal do Paranapanema, extremo oeste paulista, chega aos 25 anos com mais de 10 milhões de mudas de árvores nativas da Mata Atlântica local já plantadas. Assim como na Bahia, o objetivo é conectar Unidades de Conservação a fragmentos florestais remanescentes e assim contribuir com a conservação da fauna, com o próprio ambiente e a sociedade. Entre as mudas, 2,4 milhões formam o maior corredor já restaurado que conecta o Parque Estadual Morro do Diabo e a Estação Ecológica Mico-leão-preto. Já são 13 viveiros comunitários e 18 empresas locais de plantio e manutenção de mudas, fomentados pelo projeto, ambos com alta de 63% de 2023 para 2024. O empreendedorismo na cadeia da restauração florestal está transformando a vida das pessoas.