Com o tema “Educação Ambiental ao longo do tempo: conceitos e práticas”, o IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas participou, na tarde de 21 de julho, do VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa, sediado na Fundação Matias Machline, em Manaus (AM).
O painel reuniu especialistas e educadores que têm contribuído para consolidar a educação ambiental como eixo central nos projetos da instituição, atuante em diferentes biomas brasileiros, como Amazônia, Mata Atlântica, Pantanal e Cerrado.

Com moderação da educadora e coordenadora de projetos Andrea Pupo, a mesa contou com a abertura de Suzana Páadua, cofundadora, educadora e presidente do IPÊ, que apresentou um panorama histórico da atuação da instituição na área. Ela destacou a importância da ESCAS – Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade como espaço formador de lideranças para a conservação da natureza e do papel estruturante da educação ambiental nos projetos do IPÊ desde a fundação.
Em seguida, Gracinha Sousza, educadora e responsável pelo desenvolvimento de materiais educacionais na ESCAS, compartilhou a experiência com o Programa de Conservação do Mico-leão-preto, mostrando como o trabalho educativo contribuiu para o engajamento comunitário e o fortalecimento da conservação no território.

Vinícius Alves, atual coordenador de educação ambiental do mesmo programa, falou sobre as ações mais recentes voltadas à sensibilização de crianças, jovens e lideranças locais. Segundo ele, a continuidade das atividades e o vínculo com a população são fatores essenciais para os avanços alcançados.
Do projeto Corredores de Vida, que atua na Mata Atlântica, Aline Souza apresentou estratégias de formação junto às comunidades, como a ação “Sexta ConsCiência”. Aline ressaltou que um dos maiores desafios é fazer com que as pessoas compreendam a floresta como fonte de desenvolvimento, a partir da educação ambiental e do engajamento comunitário.

Encerrando o painel, o professor Zysman Neiman, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador da Cátedra Sustentabilidade e Visões de Futuro, falou sobre a evolução do conceito de educação ambiental ao longo das últimas décadas e o papel das ONGs nesse processo. Ele mencionou o impacto da Rio 92 e como o surgimento de instituições como o IPÊ ajudou a consolidar práticas educativas ligadas à conservação.
Os inscritos no simpósio também participaram ativamente do debate, com perguntas e comentários que enriqueceram as discussões da mesa. Carmen Correia, engenheira agrônoma e pesquisadora em ciência cidadã, veio de Brasília (DF) especialmente para o evento. Segundo ela, a decisão de se inscrever no simpósio veio do desejo de conhecer mais de perto o trabalho do IPÊ:
“Porque eu conheço de longe. E desde quando eu comecei a trabalhar com educação ambiental, o IPÊ já era uma referência para mim. É difícil trabalhar com educação ambiental, então, ver assim, 30 anos trabalhando, o IPÊ tem muito para ensinar para nós.”

O painel evidenciou a trajetória da educação ambiental dentro do IPÊ e como ela se adaptou, ao longo do tempo, às realidades socioculturais dos diferentes territórios onde a instituição atua. A mesa também reforçou a relevância do trabalho de base junto às comunidades como caminho para uma conservação mais justa, participativa e transformadora.