Especialistas do IPÊ apresentaram iniciativas criadas para combater o enfrentamento aos extremos climáticos no Brasil
Em um cenário de emergência climática, marcado por desastres ambientais, queimadas e eventos extremos, a educação ambiental climática se apresenta como uma ferramenta fundamental para a conscientização e a promoção de atitudes de enfrentamento e esses desafios. O tema foi destaque do “Simpósio prática em debate: três décadas de Educação Ambiental”, evento realizado pelo IPÊ- Instituto de Pesquisas Ecológicas como parte da programação do VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental, ocorrido em Manaus.
Durante o painel “Os desafios e possibilidades da educação ambiental climática”, especialistas do IPÊ apresentaram as iniciativas que vêm contribuindo para levar conhecimentos sobre as causas e consequências das mudanças climáticas. Um dos projetos apresentados foi o “Escolas Climáticas”, que desenvolve metodologias participativas para envolver comunidades escolares na construção de soluções e ações coletivas diante dos eventos climáticos extremo.

A desinformação sobre as causas e consequências da crise climática é um dos maiores desafios para educadores ambientais. Como forma de enfrentar esse problema, a iniciativa utiliza a educomunicação, um dos seus eixos temáticos, para desenvolver a produção de informações dentro das comunidades escolares.

Segundo a Coordenadora de Projetos de Educação Ambiental Climática do IPÊ, Andrea Pupo, a educomunicação estimula a comunidade escolar a investigar quais estratégias de comunicação funcionam entre escola e comunidade e vice-versa. “Ao envolver jovens, educadores e famílias na criação de seus próprios conteúdos, a escola se torna produtora de informação confiável sobre os projetos socioambientais em curso. Isso fortalece a autonomia e a circulação de conteúdos relevantes, com linguagem e meios que fazem sentido para aquele território”, comentou Andrea.
Outro projeto apresentado durante o painel foi o Centro de Educação e Cooperação Socioambiental (CECSA-Clima) que atua nos Pontões Capixabas. A iniciativa busca envolver ativamente atores locais que influenciam o uso do solo, como órgãos de assistência técnica, prefeituras, escolas, presidentes de associações e sindicatos. Esses agentes contribuem para a construção conjunta de estratégias de educação ambiental mais eficazes e alinhadas com as realidades locais.
Na Amazônia, a educação ambiental climática utiliza o empreendedorismo como aliado para estimular a participação da população local em projetos como o Navegando Educação Empreendedora na Amazônia. Por meio da educação ambiental voltada a geração de renda das famílias beneficiadas, o projeto apoiou 21 negócios que receberam formações sobre logística, comunicação, marketing, infraestrutura e contabilidade.