O Dia Internacional da Anta é comemorado em 27 de abril. A data chama a atenção para a conservação de uma espécie importante para a biodiversidade, e foi criada para aumentar a conscientização sobre as antas que habitam a América do Sul e Central, e o Sudeste da Ásia.
Como grandes mamíferos herbívoros, as antas são invariavelmente as primeiras espécies afetadas pela invasão humana no seu território e destruição do habitat. Elas exigem extensões consideráveis de área florestal conservada para manter uma população geneticamente diversa. Atualmente, os habitats da anta no mundo – selvas, savanas, pântanos e florestas – são exploradas pela mineração, pecuária, plantações, estradas ou assentamentos.
Atualmente, existem cinco espécies de antas conhecidas: a anta-da-montanha (Andes), a anta-centro-americana (América Central) e a anta-malaia (Indonésia) – que estão ameaçadas de extinção, de acordo com a lista vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza). No Brasil, existem a anta pretinha e a anta brasileira (também chamada de anta-sul-americana), que é considera vulnerável. Pela conservação desta última, o IPÊ trabalha desde 1996. Inicialmente, na Mata Atlântica do Pontal do Paranapanema, e, desde 2008, no Pantanal, quando estabeleceu a Iniciativa Nacional para Conservação da Anta Brasileira. Em 2015, as pesquisas acontecem também em uma porção do Cerrado.
“Sua anta”, não…
Apesar de existir em várias partes do mundo, somente no Brasil a palavra “anta” é sinônimo de um ser sem inteligência. Não é muito difícil encontrar algum brasileiro utilizando o nome da espécie de forma pejorativa, com o intuito de ofender alguma pessoa. Entretanto, segundo Patrícia Medici, estudos afirmam que a anta tem um número elevado de neurônios e que seu comportamento na floresta não indica que ela seja um animal sem esperteza ou capacidades.
A anta brasileira é o maior mamífero terrestre da América do Sul. É considerada a “jardineira da floresta”. Como anda longas distâncias, dispersa muitas sementes, capazes de germinar novas plantas e árvores que renovam as florestas. Além disso, é um indicador importante de áreas florestais saudáveis. As antas costumam ser lentas, solitárias e dóceis. É um animal com hábitos noturnos e com taxa de reprodução muito baixa: uma gestação dura 13 meses com apenas um filhote. A mesma fêmea leva de dois a três anos para gerar um novo filhote.