De 13 a 15 de maio, cerca de 45 gestores de diversas Unidades de Conservação do Brasil reuniram-se em Brasília para o I Seminário de Práticas Inovadoras. A inciativa do IPÊ, em parceria com o ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, teve apoio da GIZ, Betty and Moore Foundation e Embaixada da França e foi realizada com o objetivo de promover um intercâmbio de ideias entre esses gestores sobre as soluções possíveis para os desafios no dia a dia destas áreas protegidas no Brasil.
O País possui 313 Unidades de Conservação geridas pelo ICMBio em todos os biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal, Pampa e Marinho. Ali, desafios de capital humano, recursos e relacionamento com stakeholders são os mais variados, conforme região, situação social do entorno, entre outros fatores. No evento, os gestores participantes contaram, em apresentações e painéis, as formas com as quais lidam com esses aspectos para garantir a conservação dessas áreas.
“Acho que este é um dos momentos mais importantes que a gente tem de falar de soluções e não somente de problemas. A nossa experiência aqui mostrada foi uma tentativa que acabou dando um resultado bastante positivo”, comentou Antonio Lisboa, gestor do Parque Nacional do Viruá (RR), um dos palestrantes que compartilhou a sua experiência.
O seminário faz parte do projeto Motivação e Sucesso na Gestão de UCs. Iniciado em 2012, que atua na busca por soluções inovadoras e criativas para melhorar a gestão das UCs no Brasil, estimulando as competências proativas de suas equipes. Para o seminário, o projeto recebeu 68 inscrições de trabalhos de gestores. Após avaliação do comitê do seminário, 19 apresentações orais foram selecionadas de acordo com a geração de impacto conseguido e sua possibilidade de replicabilidade em outras UCs, e fizeram parte de mesas de discussão.
Os trabalhos trouxeram temas variados, como gestão integrada, monitoramento de incêndios, combate ao tráfico de espécies, envolvimento de comunidades tradicionais, voluntários, e comunidade científica para uma melhor gestão de UCs, implementação de planejamento, manejo, educação ambiental, monitoramento participativo e capacitação de equipes.
Jorge Luiz do Nascimento, da Reserva Biológica Guaribas (PB), disse que assistir às apresentações de gestores foi importante, mas a rede e a troca criada durante todos os dias do evento foi ainda melhor. Para ele, o seminário é um momento para reflexão. “Ficamos no dia a dia em atividades administrativas e que muitas vezes nos tomam um tempo muito grande e não conseguimos avaliar todos os esforços. O seminário é um desses momentos de pensar o que nós temos desenvolvido e ver o que os colegas também fazem. Fiquei assombrado com tantas atividades que são consideradas inovadoras, que nós também fazemos e nem nos dávamos conta que eram tão importantes compartilhar para outras UCs”, disse.
Já para Diana de Alencar Meneses, da Reserva Extrativista (Resex) Marinha Lagoa do Jequiá, esses momentos de troca são fundamentais, mas falta agregar ainda mais gestores. “É necessário sensibilizar outros servidores para que possam participar. Ainda temos um número restrito de profissionais envolvidos em eventos assim e esse é o elo que precisamos criar. Com as palestras e apresentações, me senti motivada, com mais vontade de realizar, mas precisamos levar isso pra realidade de mais unidades”, afirmou.
Um novo seminário nestes mesmos moldes está previsto para 2015.