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A bióloga Gabriela Cabral Rezende coordena o Programa de Conservação do Mico-Leão-Preto, do IPÊ, um dos mais longevos programas de conservação do Brasil, o qual completou recentemente 35 anos. A pesquisadora e mais cinco cientistas de outras partes do mundo concorreram com mais de 100 outros inscritos e foram reconhecidos com o Whitley Award 2020, com o prêmio de 40 mil libras, cada um, valor este a ser investido em seus projetos.
Há nove anos, Gabriela herdou o programa do primatólogo Claudio Padua, cofundador do IPÊ e o primeiro brasileiro a ganhar o Whitley Award, em 1999. No extremo oeste do estado de São Paulo, a base principal do projeto é a região do Pontal do Paranapanema, que possui o maior remanescente florestal da Mata Atlântica do Interior – um dos últimos hotspots de biodiversidade global.
Com uma extensão de 1,3 milhões de km2, apenas 14% da Mata Atlântica ainda permanece devido à conversão de florestas em vastas plantações de cana-de-açúcar e fazendas de pecuária. Com apenas 1.800 micos-leões-pretos ainda sobrevivendo na natureza, seu habitat remanescente é altamente fragmentado, com populações pequenas, desconectadas e isoladas.
“O mico-leão-preto só existe no estado de São Paulo. Tanto que é a espécie símbolo do estado. Temos a responsabilidade de garantir sua existência. Estou extremamente agradecida pelo prêmio, que nos ajudará a continuar um trabalho de conservação que precisa ser de longo prazo, para que possamos ver os resultados”, afirmou Gabriela.
Gabriela e equipe trabalham para proteger esses micos-leões-pretos por meio de pesquisa científica, educação ambiental e restauração florestal. Com a parceria de comunidades, o IPÊ realiza restauração de corredores florestais que conectam diferentes fragmentos florestais. A ação contribui com a capacitação e geração de renda da população: nove viveiros comunitários e plantios agroflorestais ajudam a formar os corredores. O maior deles é também o maior do Brasil, com mais de 20 quilômetros e mais de 2,5 milhões de árvores.
Saiba mais: https://www.youtube.com/watch?v=wGnWKzzYVD4&t=
O financiamento do Whitley Award permitirá que Gabriela replante mais corredores. O objetivo é conectar todas as populações de mico-leão-preto em uma área de floresta contínua de cerca de 45 mil hectares (45 mil campos de futebol). Além disso, a pesquisadora pretende transferir grupos de micos-leões-pretos para porções de florestas mais adequadas para sua sobrevivência e fazer com que estejam presentes em toda essa extensão de floresta. Isso é parte de um plano para prevenir a consanguinidade genética e garantir que esses pequenos primatas tenham os recursos necessários para sobreviver. Os esforços educacionais do IPÊ pela espécie continuarão na região.
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