O projeto busca informações de campo sobre o tamanho populacional, estado de conservação genética e os padrões de dispersão de grandes mamíferos do Parque Estadual Morro do Diabo e de remanescentes florestais do Pontal do Paranapanema (SP).
Os resultados deste estudo serão essenciais para a implementação de duas práticas de manejo conservacionistas emergenciais para a conservação da natureza do Pontal: o manejo metapopulacional e a implementação de corredores ecológicos para a melhoria da diversidade biológica nessa paisagem que hoje se encontra fragmentada.
Alguns indivíduos dessas espécies foram capturados para a colocação de rádios-colares (equipamento que serve para monitorar os movimentos dos animais), a fim de que se possa encontrá-los mais facilmente na ampla paisagem por onde caminham.
A estimativa populacional sugere não mais do que 20 indivíduos de onça-pintada, 30 onças-pardas, pouco mais do que 120 jaguatiricas e 250 antas sobrevivendo na região do Pontal do Paranapanema, que contém aproximadamente 36 mil hectares de floresta do Parque Estadual Morro do Diabo e pequenos fragmentos de mata que completam 21 mil hectares espalhados pela paisagem da região.
Essa quantidade de animais está bem abaixo do número viável que é de 500, o recomendável para a sobrevivência e viabilidade de uma população de qualquer espécie em longo prazo. O estado de gravidade pode ser observado por meio de manifestações de depressão genética em um macho de onça-parda recentemente capturado. Futuras análises revelarão seu status genético.
As informações preliminares sobre o comportamento de dispersão têm mostrado que esses grandes mamíferos estão ainda sobrevivendo em pequenas áreas de mata, principalmente porque são capazes de explorar os recursos da vizinhança e mover-se por longas distâncias entre os fragmentos florestais.
A conservação ao longo do tempo, provavelmente requererá o manejo de metapopulação, com o objetivo de resgatar a viabilidade genética das espécies estudadas. Neste momento, estão sendo restaurados ou formados corredores de matas para a melhor conservação das rotas de dispersão usadas pelos animais em seus deslocamentos. Essa conectividade dos fragmentos visa garantir a sobrevivência dos "detetives ecológicos", facilitando também a conservação de todas as espécies que poderão se beneficiar com os novos caminhos florestados.
Espécies estudadas
Onça-Parda (Puma concolor), Onça-Pintada (Panthera onca), Jaguatirica (Leopardus pardalis) e Anta (Tapirus terrestris).
- Estimar o tamanho populacional das espécies no Parque Estadual Morro do Diabo e fragmentos de matas da região;
- Descrever características de uso do espaço e territorialidade dessas espécies;
- Analisar o estado de conservação genética dessas espécies;
- Descrever e mapear as principais rotas de uso e de dispersão através do mosaico fragmentado constituído pelo Parque Estadual Morro do Diabo e outros fragmentos florestais no seu entorno;
- Descrever e mapear as principais rotas de uso e de dispersão através do mosaico fragmentado constituído pelo Parque Estadual Morro do Diabo e outros fragmentos florestais no seu entorno;
- Investigar o potencial de cada espécie como "detetive ecológico", ou seja, espécie que mostre as rotas mais utilizadas na paisagem que deverão ser conservadas e reflorestadas como corredores de vida silvestre;
- Contatar os proprietários cujas terras têm implicações sobre essas espécies, de modo a compartilhar conhecimentos e sensibilizá-los para sua devida proteção;
- Produzir materiais educativos que possam informar quais as medidas adequadas devem ser tomadas no caso dessas espécies serem observadas localmente.
- Tornar essas espécies um símbolo de conservação para a região do Pontal;
- Planejar e contribuir em longo prazo para a implementação de um corredor em grande escala que ligue fragmentos significativos ainda encontrados no próprio Estado de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Argentina e Paraguai.
- Laury Cullen Jr Contato: [email protected]
- Fernando Lima Contato: [email protected]
- Liz Clairborne Art Ortenberg Foundation
- BBC Wildlife Fund
- Projeto “O Pulo do Gato”