Os corredores florestais da Mata Atlântica plantados pelo IPÊ ganharam um grande reforço com o Whitley Continuation Funding. Pela quarta vez, o prêmio foi concedido pelo Whitley Fund for Nature ao pesquisador Laury Cullen Jr., coordenador do projeto dos corredores no Instituto. A premiação de 70 mil libras será utilizada ao longo de dois anos para a restauração de 20 hectares de floresta – 40 mil árvores – na Mata Atlântica de interior, no Pontal do Paranapanema.
Cinco hectares serão plantados em Áreas de Reserva Legal de assentamentos rurais no formato de Sistemas Agroflorestais (SAFs) – uma metodologia que une plantio de florestas aos cultivos de alimentos e outros produtos de forma a manter a diversidade no ambiente e conservar a biodiversidade. Outros 15 hectares serão plantados para integrar o corredor reflorestado pelo IPÊ na Mata Atlântica, o maior do Brasil, que une as duas principais Unidades de Conservação da região – o Parque Estadual Morro do Diabo e a Estação Ecológica Mico-Leão-Preto.
Os corredores de floresta fazem parte da estratégia de longo prazo do IPÊ para a conservação da paisagem no Pontal do Paranapanema. O Instituto, inclusive, é criador do Mapa dos Sonhos do Pontal, que mostra onde devem ser plantadas as florestas de maneira a contribuírem para a conservação da fauna local. Conectar os fragmentos florestais, seja de forma contínua com os corredores de floresta, ou por meio da criação de bosques de biodiversidade com os SAFs, é o caminho para a proteção de animais, que podem utilizar essas novas áreas e se deslocarem na paisagem em busca de alimento, reprodução e abrigo. Após a restauração de 1,5 milhão de árvores no corredor, pesquisadores do mico-leão-preto já buscam evidências da presença da espécie nessa área.
Além da conservação da fauna, a restauração via corredores caminha em conjunto com trabalhos de educação ambiental, de envolvimento comunitário e de desenvolvimento de novas alternativas para geração de renda, a fim de encorajar a adoção de paisagens produtivas sustentáveis. A implantação de SAFs pelos agricultores é um meio de tornar as áreas de agricultura mais saudáveis e sustentáveis, melhorando a produção e ampliando os ganhos financeiros. Outro exemplo são os viveiros comunitários que beneficiam a renda de famílias e também produzem mudas utilizadas em restauração. Atualmente, no Pontal, o IPÊ apoia 11 viveiros que produziram, em 2014, 500 mil mudas.